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segunda-feira, 16 de março de 2009

Assistimos: DEMOLIDOR

Por Beto Potyguara

Já faz tempo, é bem verdade, mas a reprise mutilada pela Globo me motivou a postar esse comentário. DEMOLIDOR (Daredivil, no original), foi uma das inúmeras produções que vieram na esteira dos sucessos de X-Men e Homem- Aranha. Ao contrário destas, não conseguiu o retorno tão esperado nas bilheterias, contudo se deu bem ao ser lançado em DVD (fato que também se repeteria com ELECKTRA e JUSTICEIRO). Não foi um grande roteiro é bem verdade, mas também não foi nenhum desastre. O grande mérito para mim, foi ter conhecido a banda EVANESCENCE, responsável pelos bons momentos da trilha sonora do filme.Fora isso, outro ponto positivo que eu destacaria seria a opção dos produtores por terem se afastado da tendência natural dos longas do gênero em perder muito tempo contando a origem do herói. Essa opção proporcionou uma narrativa mais corrida, deu um ritmo mais dinâmico e limpo, sem comprometer em nada a história. Ben Affleck e Jenniffer Garner, desempenharam bem os seus papéis, que a bem da verdade não necessitariam de um grande primor de interpretação, já que são personagens exclusivamente de ação, embora Affleck em algumas situações tenha aparentado estar meio engessado, todo duro, talvez por culpa do uniforme ou simplesmente pela bossa, mesmo. A descaracterização de alguns elementos da mitologia do herói (como o envolvimento de FISK na morte do pai de Murdock) e algumas liberdades criativas tomadas pelo diretor ( a cama d'água a la Drácula, o alvo na testa do Mercenário e ter transformado o Rei do crime em um afroamericano, são alguns deles), não comprometeram o resultado final da obra. O que faltou ao meu ver (como nas outras adaptações dos heróis da Marvel), foi mais cenas de ação, algo tão característico nas histórias do "Homem sem medo", sobretudo, na fase de FRANK MILLER, autor que visivelmente inspirou grande parte das tramas contidas no enredo desta versão. Também merecem nota a eficiente representação do radar do Demolidor (apesar da sensação de clonagem de algumas cenas de MATRIX) e as várias homenagens feitas aos artistas que passaram pelo título do "demônio" da "cozinha do inferno" (excessão feita a MILLER): STAN LEE, logo no príncipio é salvo de um atropelamento pelo jovem MATT; o legista que entrga o bastão do Demolidor ao repórter BEN URICH, chama-se KIRBY (JACK KIRBY é co-criador ao lado de STAN LEE, da maioria dos heróis clássicos da MARVEL) e por fim, no anúncio da última luta do "Demônio Murdock" no alto do ginásio vemos o nome do seu adversário: JOHN ROMITA ( desenhista que tornou-se celébre por suas passagens no título do Homem-Aranha e no do próprio Demolidor). Não foi nenhuma BRASTEMP, mas se comparado com outras incursões da Marvel ( Homem-Coisa, Motoqueiro Fantasma, KULL, Conan o destruidor, Justiceiro, Capitão América...) o "homem sem medo" não deixou os seus fãs apavorados, tão pouco, totalmentente decepcionados, deu pro gasto... e como! O tempo é o senhor da razão, mesmo, se fosse na época do lançamento a minha opinião teria sido mais xiita.

Pontuação:
Visual:8 
Efeitos:8 
Fidelidade:6 
História:7 
Ação:7

Publicado originalmente no CRÍTICAS, CRÍTICAS, CRÍTICAS em 16.09.2007

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