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quarta-feira, 18 de março de 2009

Assistimos: PONTE PARA TERABÍTIA

Pense numa propaganda enganosa! Pensou? Multiplique por 3 e você terá idéia do tamanho da minha decepção no tocante a este filme. No trailer do cinema nós temos uma edição de imagens altamente tendenciosa e mentirosa. O narrador usa termos como “Dos mesmos produtores de Nárnia!” ou “Se você procura por aventura...” (nesse último caso a resposta seria:“não encontrará aqui!”), o que nos leva a imaginar (e olha que é só isso que tem nesse filme: imaginação) que se trata de uma superprodução. Ledo engano. A história é mais batida do que os sparrings de Mike Tyson ou do que Silvester Stallone encarnando o eterno pugilista-azarão Rocky Balboa (e em todas as suas encarnações). Duvida? Pois bem, o enredo, mas parece uma releitura do clássico MEU PRIMEIRO AMOR com Macaulay Culkin, sem o carisma e o talento daquele elenco. Senão vejamos, naquele filme temos uma garotinha que tem problemas de relacionamento com os colegas de sua escola e com as crianças de sua faixa etária, salvo o amigo azarado que acaba morrendo e proporcionando o momento penoso e melancólico do filme. Ela é apaixonada por seu professor de poesia e como forma de fuga da realidade e/ou mecanismo de chamar a atenção do seu pai desatencioso cria várias doenças fictícias. NA PONTE PARA TERABÍTIA, temos o jovem JESS, deslocado da mesma maneira, com um pai austero e frio, apaixonado pela professora de música e que encontra como válvula de escape a criação de um mundo mágico e irreal que lhe é apresentado por sua mais nova amiga-vizinha-confidente-mentora-e-futura-cádaver. O menino é um péssimo ator, até mesmo o ASTRO BOY ou o ROBOCOP JR, transmitiriam mais emoção e humanidade do que ele. O filme se arrasta por incontáveis e tortuosos minutos descrevendo o entediante cotidiano do protagonista, que de vez em quando faz viagens furtivas ao imaginário mundo de TERABÍTIA, que se encontra nos confins do fundo do seu quintal e que durante toda a extensão do filme só nos são apresentados uma ínfima parcela de seus “habitantes”. Somente no último e derradeiro minuto final do filme (mais redundante impossível), depois da construção da famosa ponte que empresta o nome ao filme é que as fantásticas criaturas saem da toca (estranhamente são essas as cenas que predominam no trailer de divulgação). Tirando o momento de “dó” da morte da garotinha (gratuita, diga-se de passagem), esse filme não encanta, não decola, nem convence. Esta é uma pífia produção da IMAGEM FILMES. Guarde bem essa marca, pois ela pode muito bem ser confundida com alguma das subempresas das Organizações Tabajaras, mas, no entanto, não possui o mesmo charme, tão pouco a credibilidade desta última. Que essa ponte seja explodida o mais rápido possível e que deixem o chato do robô-mirim do JESS preso em TERABÍTIA para sempre. Assegurando assim, a paz de espírito e as economias das gerações futuras que podem vir a ser ameaçadas por uma ingrata e mal fadada continuação. Que Hollywood nos proteja de uma PONTE PARA TERABÍTIA II.

Publicado originalmente no Críticas, críticas críticas em 18.10.07 (CB)

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