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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Quem é Carlos Drummond de Andrade?

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro.

Biografia:
Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. Durante a maior parte da vida foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguido até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas.


Drummond e o Modernismo brasileiro:
Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Mário de Andrade.

A poesia de Drummond:
Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estréias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato herda a liberdade lingüística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas. Mas vai além. "A obra de Drummond alcança — como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Helder ou Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da História, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).
Affonso Romano de Sant'ana costuma estabelecer que a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética “eu x mundo”, desdobrando-se em três atitudes:

Eu maior que o mundo — marcada pela poesia irônica
Eu menor que o mundo — marcada pela poesia social
Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica

Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com freqüência, à aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame. No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.


Temas típicos da poesia de Drummond:
O Indivíduo: "um eu todo retorcido". o indivíduo na poesia de Drummond é complicado, torturado, estilhaçado.
A Terra Natal: a relação com o lugar de origem, que o indivíduo deixa para se formar.
A Família: O indivíduo interroga, sem alegria e sem sentimentalismo, a estranha realidade familiar, a família que existe nele próprio.
Os Amigos: "cantar de amigos", (título que parafraseia com as Cantigas de Amigo). Homenagens a figuras que o poeta admira, próximas ou distantes, de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, de Machado de Assis a Charles Chaplin.
O Choque Social:O espaço social onde se expressa o indivíduo e as suas limitações face aos outros.
O Amor: Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio
A Poesia: O fazer poético aparece como reflexão ao longo da sua poesia.
Exercícios lúdicos, ou poemas-piada. Jogos com palavras, por vezes de aparente inocência naïf.
A Existência: a questão de estar-no-mundo...
Obra literária:
Poesia:
  • Alguma Poesia (1930)

  • Brejo das Almas (1934)

  • Sentimento do Mundo (1940)

  • José (1942)

  • A Rosa do Povo (1945)

  • Claro Enigma (1951)

  • Fazendeiro do ar (1954)

  • Quadrilha (1954)

  • Viola de Bolso (1955)

  • Lição de Coisas (1964)

  • Boitempo (1968)

  • A falta que ama (1968)

  • Nudez (1968)

  • As Impurezas do Branco (1973)

  • Menino Antigo (Boitempo II) (1973)

  • A Visita (1977)

  • Discurso de Primavera (1977)

  • Algumas Sombras (1977)

  • O marginal clorindo gato (1978)

  • Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)

  • A Paixão Medida (1980)

  • Caso do Vestido (1983)

  • Corpo (1984)

  • Amar se aprende amando (1985)

  • Poesia Errante (1988)

  • O Amor Natural (1992)

  • Farewell (1996)

  • Os ombros suportam o mundo

  • Futebol a arte (1970)


Antologia poética:
  • A última pedra no meu caminho (1950)

  • 50 poemas escolhidos pelo autor (1956)

  • Antologia Poética (1962)

  • Antologia Poética (1965)

  • Seleta em Prosa e Verso (1971)

  • Amor, Amores (1975)

  • Carmina drummondiana (1982)

  • Boitempo I e Boitempo II (1987)

  • Minha morte (1987)

Infantis:
  • O Elefante (1983)

  • História de dois amores (1985)

  • O pintinho (1988)
    Prosa:
  • Confissões de Minas (1944)

  • Contos de Aprendiz (1951)

  • Passeios na Ilha (1952)

  • Fala, amendoeira (1957)

  • A bolsa & a vida (1962)

  • Cadeira de balanço (1966)

  • Caminhos de João Brandão (1970)

  • O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972)

  • De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974)

  • Os dias lindos (1977)

  • 70 historinhas (1978)

  • Contos plausíveis (1981)

  • Boca de luar (1984)

  • O observador no escritório (1985)

  • Tempo vida poesia (1986)

  • Moça deitada na grama (1987)

  • O avesso das coisas (1988)

  • Auto-retrato e outras crônicas (1989)

  • As histórias das muralhas (1989)
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre
Vale a pena conferir:
www.releituras.com
http://www.calosdrummond.com.br/
www.pensador.info/autor/Carlos_Drummond_de_Andrade/

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