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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Assistimos: ALÉM DA LINHA VERMELHA


Dos fimes que tratam de guerras este foi um dos mais injustiçados pela crítica Hollywoodiana e nacional na época de seu lançamento.Em grande parte, isso deveu-se ao fato do filme ter sido lançado no mesmo período que outra superprodução:"O RESGATE DO SOLDADO RYAN" (que também tinha a Segunda Guerra como cenário). Narrativa confusa, estrelas de mais e filme de menos, foram algumas das ferroadas que esta obra recebeu. Na minha opinião, muito injustas por sinal, como já havia mencionado anteriormente. Embora eu confesse, que na minha releitura atual, muito do impacto e do fascínio de minha primeira investida no universo de ALÉM DA LINHA VERMELHA se perdeu. Contudo, a mensagem e a crítica à guerra nunca se perderá. O que para alguns é uma narrativa confusa, na verdade é uma abordagem diferente daqui estavamos acostumados até então. Em ALÉM..., não existe apenas um protagonista central. Na verdade a guerra com seus horrores e banalidades é que é a senhora da situação.Nós vemos a guerra por vários ângulos e olhos distintos, cada homem retratado tem as suas motivações, seus medos e angústias, suas fantasias e inclusive, o principal narrador só nos é revelado nos últimos instantes da fita. Recheado por textos poéticos e filosóficos, presentes nas divagações dos soldados e oficiais retratados (o que nos faz lembrar vagamente do que foi feito em PLATOON), ALÉM... choca por mostrar a guerra nua e crua, não a um mega esfeitos como o desembarque da Normandia de O RESGATE..., na verdade a ação até que demora pra acontecer e sempre é intercalada por momentos de dramaticidade e reflexão dos envolvidos. ALÉM DA LINHA VERMELHA, não é um filme de guerra no formato tradicional como nos acostumamos a ver, ele tenta realmente ir "além" não apenas da LINHA VERMELHA, mas em todas as direções contrárias as que a intolerância e a incompreensão humana nos leva. Este estilo recentemente deu excelentes crias: A CONQUISTA DA HONRA e CARTAS DE IWO JIMA, são a prova de que pode-se falar de temas fortes e contundentes como os dos conflitos bélicos, sem necessáriamente se prender a carnificina gerada por esses, tão pouco banalizar as perdas humanas, a dor e o sofrimento de eventos desta magnitude. Eu também estou muito além desta linha...

Publicado originalmente no Críticas, críticas críticas em 30.11.07

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