Por: Pedro de Luna
Assim como Os Gêmeos do grafite, existem dois irmãos que trabalham em dupla e também nasceram no mesmo dia, mas que atuam nos quadrinhos: os paulistas Gabriel Bá e Fábio Moon. Ambos lançaram ano passado no Brasil dois livros novos pela Editora Devir, sendo um de terror e outro de super−heróis.
A MANCHA QUE ESPALHA O TERROR
Fabio realizou “Pixu” em parceria com a americana Becky Cloonan, o grego Vasilis Lolos e, claro, o inseparável irmão. A história é sobre uma casa mal assombrada por onde se expande uma mancha, que leva seus moradores à loucura e à morte. “O que dá mais medo é o desconhecido”, diz Moon. “Você tem medo do escuro porque não vê o que tem ali e imagina sempre o pior”.
O interessante é que existem histórias paralelas, como a de um senhor que perdeu a esposa e sua memória (ou remorso) fica rondando o seu dia−a−dia. Mas é subjetivo demais para pedir ao Fabio respostas diretas. “Acho que a interpretação da história vai depender do que cada leitor tem mais medo. Cada personagem acaba experimentando um tipo de horror diferente, e cada leitor também será assombrado pela sua percepção pessoal do que o atormenta”, explica o artista, que como os demais autores do Pixu, optou por trabalhar em preto e branco.
O interessante é que existem histórias paralelas, como a de um senhor que perdeu a esposa e sua memória (ou remorso) fica rondando o seu dia−a−dia. Mas é subjetivo demais para pedir ao Fabio respostas diretas. “Acho que a interpretação da história vai depender do que cada leitor tem mais medo. Cada personagem acaba experimentando um tipo de horror diferente, e cada leitor também será assombrado pela sua percepção pessoal do que o atormenta”, explica o artista, que como os demais autores do Pixu, optou por trabalhar em preto e branco.
A ACADEMIA DO GUARDA−CHUVA
A gestação de “Suíte do Apocalipse”, um dos três arcos da Umbrella Academy, foi um pouco mais abstrata. O autor, Gerard Way, enviava os roteiros de várias partes do mundo, enquanto excursionava com a banda My Chemical Romance, do qual é o vocalista. “A distância atrapalhava, mas mesmo assim conseguimos nos comunicar. Gerard e o Scott (o editor) sempre respondiam todos os meus emails e, de todos os projetos que eu fiz trabalhando com outros roteiristas, o Umbrella é o que eu tenho mais interação com o roteirista”, explica Gabriel Bá.
A academia do guarda−chuva é, claro, uma espécie de escola de super dotados, como os X−Men, que também conta com um tutor/patrocinador. Porém estes sete super−heróis foram treinados quando crianças e são também alienígenas. Neste livro há diversos capítulos, inclusive com o “pai” deles falecendo e todo mundo virando adulto, inclusive o chimpanzé que fala e auxilia o Senhor Hargreeves. Ah, sim, eles moram na Europa. Até que um deles resolve habitar a lua.
Como não poderia deixar de acontecer, é impossível chegar ao final destas deliciosas aventuras sem simpatizar mais com um ou outro personagem. Nem mesmo o desenhista escapa das afeições. “Eu adoro o Spaceboy, que foi o que mudou mais drasticamente no meu estilo, é o mais exagerado. E gosto muito de desenhar a Vânia também, principalmente no começo da história, quando ela ainda tinha o cabelo preto e era mais normal, entre aspas” revela Gabriel.
A academia do guarda−chuva é, claro, uma espécie de escola de super dotados, como os X−Men, que também conta com um tutor/patrocinador. Porém estes sete super−heróis foram treinados quando crianças e são também alienígenas. Neste livro há diversos capítulos, inclusive com o “pai” deles falecendo e todo mundo virando adulto, inclusive o chimpanzé que fala e auxilia o Senhor Hargreeves. Ah, sim, eles moram na Europa. Até que um deles resolve habitar a lua.
Como não poderia deixar de acontecer, é impossível chegar ao final destas deliciosas aventuras sem simpatizar mais com um ou outro personagem. Nem mesmo o desenhista escapa das afeições. “Eu adoro o Spaceboy, que foi o que mudou mais drasticamente no meu estilo, é o mais exagerado. E gosto muito de desenhar a Vânia também, principalmente no começo da história, quando ela ainda tinha o cabelo preto e era mais normal, entre aspas” revela Gabriel.
E quais referências foram usadas, já que a turminha lembra também Os Incríveis?
“O Gerard tem referências muito específicas para a história, que ele descreve muito bem no roteiro. Ele tinha também rascunhos para os personagens principais e muita descrição do "mundo" da história. Foi muito rápido de entender todo este conceito, então a partir daí eu tive muito mais liberdade criativa e hoje em dia quase todo o visual acaba sendo mais a minha visão desse mundo que a gente criou. O Gerard ainda manda alguns rascunhos de vez em quando”, explica Bá. “Sobre a relação com os Incríveis, acho que tem a ver sim. Existem vários elementos desta mitologia de super-heróis e nós pegamos tudo isso e usamos pra contar uma história nova, divertida e inteligente”.
Porém quando o assunto é o emocore da banda My Chemical Romance, Gabriel confessa que não conhecia até começar a história. “Fui a um show quando a banda estava aqui em São Paulo, mas não ouço. Gosto muito de uma música, Teenagers”.
“O Gerard tem referências muito específicas para a história, que ele descreve muito bem no roteiro. Ele tinha também rascunhos para os personagens principais e muita descrição do "mundo" da história. Foi muito rápido de entender todo este conceito, então a partir daí eu tive muito mais liberdade criativa e hoje em dia quase todo o visual acaba sendo mais a minha visão desse mundo que a gente criou. O Gerard ainda manda alguns rascunhos de vez em quando”, explica Bá. “Sobre a relação com os Incríveis, acho que tem a ver sim. Existem vários elementos desta mitologia de super-heróis e nós pegamos tudo isso e usamos pra contar uma história nova, divertida e inteligente”.
Porém quando o assunto é o emocore da banda My Chemical Romance, Gabriel confessa que não conhecia até começar a história. “Fui a um show quando a banda estava aqui em São Paulo, mas não ouço. Gosto muito de uma música, Teenagers”.
UMA LINHA DE PRODUTOS CONSIDERÁVEL
Por fim, falemos de merchandising. Me surpreendeu a grande quantidade de produtos já lançados no exterior com a Umbrella Academy. São adesivos pra notebook, toys, camiseta, bottom, caneca, Hq para I-PHONE... Gabriel Bá, te incomoda essa “mercantilização” dos quadrinhos, digamos assim?
“A única coisa que me incomoda é quando eu tenho que parar o meu trabalho pra ajudar a aprovar estas coisas, que são bacanas, mas não tem nada a ver com que eu me preocupo nos Quadrinhos. Acho legal, mas se não tivesse nada disso, eu estaria tão feliz com o gibi quanto estou hoje, simplesmente porque gosto da história. Pra mim, é o que importa”.
E emenda com uma opinião bem pessoal. “Os Estados Unidos são a MECA da sociedade de consumo, tudo vira produto. O Brasil não é assim, então não sinto falta destas coisas aqui. Se conseguir fazer as pessoas lerem, já é uma conquista enorme”.
Por fim, falemos de merchandising. Me surpreendeu a grande quantidade de produtos já lançados no exterior com a Umbrella Academy. São adesivos pra notebook, toys, camiseta, bottom, caneca, Hq para I-PHONE... Gabriel Bá, te incomoda essa “mercantilização” dos quadrinhos, digamos assim?
“A única coisa que me incomoda é quando eu tenho que parar o meu trabalho pra ajudar a aprovar estas coisas, que são bacanas, mas não tem nada a ver com que eu me preocupo nos Quadrinhos. Acho legal, mas se não tivesse nada disso, eu estaria tão feliz com o gibi quanto estou hoje, simplesmente porque gosto da história. Pra mim, é o que importa”.
E emenda com uma opinião bem pessoal. “Os Estados Unidos são a MECA da sociedade de consumo, tudo vira produto. O Brasil não é assim, então não sinto falta destas coisas aqui. Se conseguir fazer as pessoas lerem, já é uma conquista enorme”.
PS: Em tempo: “Suíte do Apocalipse” saiu aqui no Brasil com alguns anos de atraso, porém numa edição completa reunindo todas as revistas, além de rascunhos e outras páginas de bônus. Nos Estados Unidos a publicação já passou do terceiro arco.
PUBLICADO EM 13.11.10
PUBLICADO EM 13.11.10
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