Páginas

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Os Anti-herois dos quadrinhos: Dossiê LOBO (DC)

Por Beto Potyguara - post 26.05.11
Segundo a definição da Wikipedia, Anti-heroi é o termo que designa o personagem caracterizado por atitudes referentes ao contexto do conto contemporâneo, mas que não possuem vocação heróica ou que realizam a justiça por motivos egoístas, pessoais, vingança, por vaidade, por matar ou por quaisquer gêneros que não sejam altruístas,ou seja, é o antônimo da idéia que se tem de herói. Em suma, era um personagem geralmente coadjuvante, de segunda ou terceira classe, muitas vezes criado para uma única que história, mas que por algum motivo teve a empatia do público, o que prolongou sua estadia no mundo da Industria Cultural dos quadrinhos e mídias afins. O Wolverine é o exemplo clássico. De um figurante de uma HQ despretensiosa do Hulk, onde ele (com uma máscara "suspeita") peita não apenas o giante esmeralda, mas o monstro Wendiggo. Era pra ter ido até aí, mas sua escalação para os New X-Men, projetaram o personagem ao primeiro escalão da Marvel, tanto que hoje, depois (ou juntamente) com o cabeça-de-teia é o personagem mais requisitado nas séries e revistas da editora norte-americana. Mas discorreremos mais sobre o baixinho Logan numa outra oportunidade, estamos criando aqui está sessão para homenagear aqueles que em inúmeras oportunidades possuem os melhores diálogos, melhores roteiros e visuais, e por serem durões, não seguirem as regras, são rotulados como "Anti-herois". Eu particularmente, odeio rótulos, principalmente os de remédios, e pensando nisso, aí vai a nossa singela homenagem à turma casca grossa e autêntica dos gibis. Sigam-me os Brutões!
LOBO
Publicado porDC Comics
Primeira apariçãoOmega Men # 3 (Junho de 1983)
Criado por
Terra natalCzarnia
Afiliações
Habilidades
Força e resistência sobrehumanas;
Gênio em biologia
Fonte: Wikipedia

Lobo (Pré-Crise)


Esta primeira versão de Lobo revela um personagem bem diferente do que conhecemos. Ele surgiu em Omega Men #3. O conceito original de Lobo foi criado por Keith Giffen durante seu trabalho como desenhista no gibi Omega Men, da DC Comics. Junto com Roger Slifer, roteirista da revista, eles lançaram o personagem na edição 3, lançada em março de 1983.
Inicialmente, Lobo era apenas um personagem coadjuvante, criado como um caçador de recompensas que recebia a tarefa de capturar o grupo de alienígenas fugitivos que dava título à revista. Após sua primeira participação, voltou em algumas outras edições, sempre com sua dubiedade moral.
Sua história e visual eram diferentes dos atuais. Seu planeta de origem era chamado de Velórpia (e não Czárnia) e possuía a capacidade de se multiplicar quando fosse atingido. Ele é brutal, mas não ao ponto de ser totalmente insensível. Ele até quis libertar conhecidos seus quando os Omega men estavam rondando uma prisão intergalática. Ele não mantém sua atração por promessas, e pode facilmente mudar de lado se a outra parte pagar mais ("Nada pessoal", conforme ele mesmo dizia).
Esta versão de Lobo não matou seu planeta Natal. Nesta versão, os Psions mataram os Velorpianos, Lobo é o último da espécie.
Ele não detém problemas psicológicos, tabagismo ou alcoolismo, mas ainda é bem irônico. Não tão forte quanto sua versão Pré-Crise, ele é bastante veloz, até mesmo puxando a arma dum inimigo para fora do coldre para tirá-la dele.
Ele não utilizava vestimenta ou acessórios punk, mas um traje futurista de cor roxa e abóbora; não falava palavrões nem gírias (até corrigindo um prisioneiro que falou um, em Omega Man 10). Sua moto não tinha a caveira encrustada, e parecia mais tecnológica. O curioso é que este Lobo podia emanar luz das mãos, para iluminar o ambiente. Velorpia não era nenhum planeta paraíso. Sua população aumentava constantemente (devido a seu sistema de reprodução), o que esgotou seus recursos, e aumentou a ganancia de seus habitantes. Os Psions ofereceram riquezas aos velorpianos para estudar seu sistema de reprodução, e estes aceitaram. Os Psions conseguiram criar então um dispositivo que emulava a reprodução velorpiana em outros seres. Os Psions na verdade temiam que os Velorpianos em sua constante expansão populacional começassem a procurar outros mundos e entrar em conflito com eles. A perspectiva de enfrentar um inimigo que se multiplicava as centenas quando era morto assustava as criaturas. Então os Psions criaram um vírus que tornou os Velorpianos estéreis de certo modo, eles poderiam ainda se autoreplicar, mas qualquer tentativa de reproduzir-se pelos modos naturais resultava em natimortos.

Lobo (Pós-Crise)

Quando Keith Giffen assumiu o roteiro do gibi da Liga da Justiça, desenvolvendo a chamada “fase cômica”, ele trouxe Lobo de volta para uma história em quatro partes, na qual ressaltou o lado cômico do personagem, exagerando em sua violência e colocando-o como uma espécie de paródia do conceito de anti-herói violento e sem limites que invadia os quadrinhos de então.
Contudo, o personagem fez um sucesso tão grande entre os leitores que acabou se tornando um dos principais modelos daquilo que Keith Giffen pretendia satirizar. A partir daí, tornou-se parte fixa do gibi da L.E.G.I.Ã.O., fez diversas participações especiais em revistas de outros personagens, e chegou até a ganhar sua própria série regular.
Os dois gibis que mais colaboraram para o aumento de sua popularidade foram a minissérie “Lobo - The Last Czarnian” (no Brasil, “Lobo: O Último Czarniano”) e “Lobo Paramilitary Christmas Special” (no Brasil, “Lobo versus Papai Noel”), na qual ele é contratado pelo Coelho da Páscoa para assassinar o Papai Noel. Ambas as revistas foram desenhadas por Simon Bisley e tiveram a co-autoria de Alan Grant, dois nomes que ficaram fortemente ligados a Lobo.
 
Seu visual foi inicialmente inspirado no grupo de rock Kiss. Atualmente, houve uma pequena reformulação em seu design após a minissérie “Lobo Unbound” (no Brasil, “Lobo Sem Limites”), inspirado no roqueiro Rob Zombie.

Personalidade
Lobo não ter dó ou piedade de nenhum ser vivo. Os únicos seres do universo a que têm apreço (ou algo semelhante a amor) são os golfinhos espaciais, que cuida e alimenta como verdadeiros filhos amados. Apesar de falta de moralidade e de não se preocupar com nada nem ninguém, Lobo possui um código de ética: Ele mantém sua palavra custe o que custar. Se combinar a realização de algo, o fará a qualquer custo, mesmo prejudicado. Isso o colocou em maus lençóis quando prometeu se juntar a Vril Dox se ele o vencesse em uma luta. Apesar de muitas vezes revoltado, nunca voltou atrás em nada que prometeu.

Poderes e capacidades

Sua força é extremamente alta, capaz de rivalizar com seres poderosos como Superman.Por exemplo, já meteu Superman inconsciente sem grande esforço aparente. Lobo possui um sentido de rastreamento apuradíssimo, que permite que encontre qualquer objeto ou pessoa que teve contato, mesmo que esteja do outro lado do universo. Sua única fraqueza é quanto a gases venenosos. Lobo ainda viaja no vácuo, sem necessidade de oxigenio, com uma moto espacial. Sua resistência, sobrehumana, é deveras estranha: ele pode ser ferido, por balas, facas, e o que mais vier, mas não morre.
Em Guy Gardner Renasce, Lobo demonstra uma grande resistência ao fogo, quando vários trovejantes a seu lado foram incinerados por uma estátua de Sinestro, mas o Maioral nada sofreu além de cabelos chamuscados.
Contudo, ele não pode morrer de forma alguma. No gibi “Lobo’s Back” (no Brasil, “Lobo Está Morto”), ele é assassinado e sua alma é encaminhada para o Céu. Após várias confusões e muita violência astral, nem Céu nem Inferno o aceitam, e sua alma é devolvida para o corpo. Após isso sua alma sempre volta ao seu corpo, mesmo que só reste uma gota de sangue, por exemplo (sua capacidade regenerativa cuida de formar um novo corpo a partir do pedaço que sobrou).
Durante a maior parte de sua vida Lobo literalmente aterrorizava seus adversários apenas com sua presença. Seus oponentes evitavam o confronto, sob pena de cada de gota de seu sangue se tornar outro Lobo. Essa capacidade foi tirada por Vril Dox após uma saga da L.E.G.I.Ã.O., onde Lobo usou ao máximo seu poder de replicação, tornando-se estéril. Tempos depois, foi descoberto que um dos clones de Lobo havia sobrevivido, e se tornado mais inteligente que o próprio Lobo. Em confronto, um dos Lobos ganhou, mas até hoje não se sabe se o original ou o clone. Se o clone venceu, então o Maioral ainda poderia ter o poder de replicação. Entretanto, o Maioral foi visto posteriormente tirando um mini-rádio do próprio cérebro; isto conclui que o Lobo original ganhou, pois somente matéria orgânica pode ser reproduzida.

Desenvolvimento

Após seus primeiros anos como personagem secundário dos Omega Men e, em seguida, como coadjuvante da Liga da Justiça e da L.E.G.I.Ã.O., Lobo começou a participar ativamente de outras revistas da DC Comics.
Em 1991, Lobo fez sua primeira grande participação em revistas de outros personagens nas edições 11 a 15 do gibi “The Demon”, estrelado por Etrigan. No mesmo mês em que foi lançada a última edição de “The Demon” com Lobo, já era possível encontrá-lo também na revistas “Legion of Super-heroes” #22 e “War of the Gods” #1, além da sua participação na L.E.G.I.Ã.O.. No final desse mesmo ano, foi publicada “The Lobo Paramilitary Christmas Special” (no Brasil, “Lobo versus Papai Noel”) e uma nova participação especial num arco de histórias da Liga da Justiça.

A popularidade do personagem atingiu o ápice em 1993, após diversas minisséries e edições especiais. Contudo, foi neste ano que Keith Giffen saiu da DC Comics por motivos criativos. Uma de suas piadas no especial “Lobo’s Back” foi proibida, pois traria uma sátira a Jesus Cristo. No mesmo ano da saída de Giffen, surgiu a revista mensal de Lobo (idéia sobre a qual o roteirista era terminantemente contra), que ficou a cargo de Alan Grant.
Durante muito tempo, a revista regular de Lobo foi decepcionando os fãs, já que era menos violenta que as minisséries e especiais. Segundo Alan Grant, o problema é que a DC Comics vetava muitas coisas, pois a intenção era a de que o gibi atingisse um público maior. A popularidade de Lobo começou a cair e ele já não participava tão constantemente dos gibis de outros personagens, embora continuasse sendo utilizado de vez em quando.
A revista regular do Lobo foi cancelada na edição 64, em 1999, com o personagem voltando a ter apenas alguns poucos especiais (já com Keith Giffen de volta). Embora em quantidade extremamente menor do que no início da década de 1990, continuam a sair minisséries e especiais do personagem, embora ele praticamente não apareça mais constantemente no chamado “Universo DC”.

Lobinho e Slobo


Slobo
Entre 2000 e 2001, o roteirista Peter David introduziu em seu gibi “Young Justice” (com histórias do grupo adolescente Justiça Jovem) o personagem Lobinho, que nada mais era que Lobo transformado magicamente em adolescente.
Apesar da reclamação dos fãs de Lobo quanto à descaracterização do personagem, ele continuou no gibi até que a DC Comics solicitou sua retirada, pois Lobo estrearia a minissérie “Lobo Unbound” e ele precisava ser adulto novamente.
Para continuar utilizando o personagem, Peter David utilizou um subterfúgio e criou o personagem Slobo, que seria um clone adolescente defeituoso de Lobinho. O personagem durou até o fim da revista, em 2003, quando foi destruído por Darkseid.

Lobo The Duck

Lobo The Duck foi um personagem que fazia um amálgama de Lobo (da DC Comics) e Howard, o Pato (da Marvel). Era parte do crossover“Amalgam”, que trazia mesclas de diversos personagens das duas editoras.

Desenhos animados

Lobo teve participações especiais nos desenhos animados do Super-Homem e da Liga da Justiça. No primeiro, ele participou dos episódios “The Main Man” partes 1 e 2. Apesar de “Main Man” ser o termo em inglês que ele utiliza como apelido e tradicionalmente traduzido como “Maioral”, a dublagem brasileira traduziu o termo como “Homem Invencível”.
Houve uma pequena participação ainda no desenho do Superman no episódio Warrior Queen, no final.
Na série animada da Liga, Lobo participou as duas partes de “Hereafter” (no Brasil, “Agora e Depois”), da segunda temporada do desenho, se auto-elegendo o substituto de Superman, dado como morto até retornar de sua viagem ao futuro distante.

Cinema

Embora não tenha ainda sido oficialmente adaptado para o cinema, Lobo foi o personagem principal de um curta-metragem não-oficial criado pelo estudante de cinema do American Film Institute, Scott Leberecht.

Apesar de ter caráter não-comercial, o filme tornou-se sucesso (tendo contado, inclusive, com o apoio dos criadores Keith Giffen e Roger Slifer). A história é uma adaptação de “The Paramilitary Christmas Special”, na qual Lobo (interpretado por Andrew Bryniarski, que antes interpretara Zangief na adaptação para o cinema de Street Fighter) é contratado pelo Coelho da Páscoa para matar o Papai Noel.
No Brasil
A primeira aparição de Lobo no Brasil foi no gibi “Liga da Justiça” nº 19, da editora Abril, de julho de 1990. A história era a tradução da que fora originalmente publicada na revista “Justice League International” #18, de 1988. A partir daí, Lobo ganhou popularidade, especialmente depois que as histórias da L.E.G.I.Ã.O. passaram a ser publicadas no gibi “DC 2000”, também da editora Abril.
As histórias da L.E.G.I.Ã.O. pararam de ser publicadas em 1994, na edição 57 de “DC 2000”. Além disso, a editora Abril já havia publicados alguns especiais e minisséries do personagem, como “Lobo Está Morto” (tradução de “Lobo’s Back”), “Lobocop” e “Lobo/Juiz Dredd” (esta última, em 1997). Antes, apenas a editora Globo já havia publicado algo do personagem, com a minissérie “Lobo: O Último Czarniano”.
A partir de 1998, a editora Metal Pesado passou a publicar as minisséries de Lobo, começando por “Lobo/Máskara”. A editora, que mudou de nome duas vezes (tornando-se Tudo em Quadrinhos e, depois, Atitude), continuou publicando histórias dele até 1999, quando fechou.
Em 2001, a editora Brainstore comprou os direitos do personagem e começou publicando o especial “Batman/Lobo”. Em 2002, iniciaram a publicação da série regular de Lobo (pela primeira vez em português), seguindo, com periodicidade irregular, até a 12ª edição, em 2003. Após isso, a editora também fechou.
Em 2004, a editora Panini, que detém os principais direitos de publicação da DC Comics no Brasil, publicou a minissérie “Lobo Sem Limites” (tradução de “Lobo Unbound”).

Nenhum comentário:

Postar um comentário