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segunda-feira, 18 de julho de 2011

República dos Quadrinhos- O Fim (?)

Por Joseniz

Parece um episódio de Além da Imaginação não é? 3 péssimas notícias que não esperava que acontecessem tão cedo aconteceram de verdade este ano. Primeiro o fim da ABAS, depois o Tirando Uma e agora o fim da República dos Quadrinhos que rompeu de vez com a ABAS. Com o fim da República dos Quadrinhos o estado do RN está excluído do calendário de atividades da New República dos Quadrinhos (E não é só isso! O RN também não terá mais a marca República dos Quadrinhos). Abaixo, deixo a notícia publicada pelo Beto Potyguara no blog da República dos Quadrinhos no dia 13 de Julho(e depois disso deixo a minha opinião sobre o assunto):


Cisão ou Recisão...
Em função dos inúmeros transtornos relativos ao total descaso de grande parte da classe artística potiguar em não reconhecer a ABAS, enquanto entidade representante de uma categoria, fato notório aos nossos olhos, apesar da mesma ter tirado o nome da cidade do limbo, voltando a projetá-la nacionalmente como um celeiro de produção de quadrinhos em potencial, a RQ encerra sua parceria com essa entidade a qual ajudamos a fundar.
A categoria, quadrinística ou catunísitca, inexiste nesse Estado (RN) e portanto, não faz por merecer o esforço de poucos em prol de uma maioria apática e acomodada. Diante disso, a REPÚBLICA dos QUADRINHOS, coletivo nacional de quadrinistas, rompe qualquer envolvimento de participação ou de colobaração com a ABAS, entidade que ao nosso ver, em breve virá a sucumbir.
A RQ continua com os seus trabalhos e parcerias em nível local, mas seu portal tornou-se divulgador da produção independente nordestina e não mais exclusivamente do RN e os mais de 40 membros atualmente filiados possuem a liberdade dentro da informalidade, sinceridade e respeito que sempre regeu as nossas relações de continuarem ou não, integrados a ABAS, pois isso em nada influenciará em nossas atividades, projetos e participação no FIQ.
Yujô Fest e a FLIQ (em outubro), marcam o fim da utilização da marcaREPÚBLICA dos QUADRINHOS em solo norte-riograndense. Desejamos sorte (ou juízo) para aqueles que pretendem levar a bandeira do quadrinho potiguar à frente. Nós continuaremos a apoiar e a divulgar tudo o que acontece em território nacional no que se relaciona à arte sequencial, mas o Estado do RN, desde já, está definitivamente excluído de nosso intínerário de eventos: o EMAS – Encontro Metropolitano de Arte Sequencial (com local e participações já sondadas e que contaria com nomes de peso como ESTEVÃO RIBEIRO, FERRETH, FLÁVIO CALAZANS, JOAQUIM MONTEIRO, HENRIQUE MAGALHÃES e demais membros dos Fóruns e coletivos nordestinos), não mais ocorrerá em Natal.
REPÚBLICA dos QUADRINHOS, selo editorial impresso e online, com publicações elogiadas nacionalmente, continuará a todo vapor e de forma independente o seu caminho reto, honesto e linear.
Sem mais nada a declarar nos despedimos da cidade que um dia já foi decantada como a “Cidade do Sol”, mas que há muito deixou de brilhar.
A República dos Quadrinhos está morta! Viva a New República dos Quadrinhos. O Elefante que representa o Rio Grande do Norte está morto e seguindo para o Cemitério dos Elefantes fazer o seu repouso final. Acho todas estas mudanças da New República dos Quadrinhos desagradáveis mas lhe asseguro que são menos nocivas e constragedoras do que as situações que passamos por conta da atitude(ou falta dela) dos autores locais. Se a maioria da manada dos autores locais quer partir em disparada para o Cemitério dos Elefantes fico feliz pela República seguir por outro caminho mesmo migrando para outros estados. Não deixarei de agir como membro da República dos Quadrinhos por conta disso e seguirei em frente com minhas atividades junto ao coletivo nacional de quadrinhistas. Fico pensando em todas as mudanças que ocorreram com o reboot da República dos Quadrinhos e do que irá acontecer daqui pra frente. Tudo o que fizemos no estado do RN continua valendo na nova cronologia? Algums autores foram apagados da cronologia, mas os que estavam agindo durante a crise continuam na nova cronologia apesar de nem todos residirem mais em um mesmo lugar em comum. Também na nova cronologia a República não está mais ligada com a ABAS, o RN e o Tirando Uma mas a editora independente continua existindo e as publicações anteriores continuam valendo. Quanto ao fim das atividades no RN ele só acontecerá após a conclusão das atividads com os últimos compromissos assumidos pela República dos Quadrinhos no estado como o Yujô Fest e o Fliq. Uma das coisas a se pensar com as mudanças é algo bem simples e pequeno diante de tudo o que está acontecendo: o Elefante Branco da logo RQ. Ele continuará a existir? E se sim, será símbolo do RN como antes ou ganhará um novo significado e origem para a sua existência? Esta coisa de cronologia é sempre confusa....


Eu me sinto ótimo e ainda acredito que os elefantes brancos (que são raros) seguirão adiante em território norte-riograndense. Não nescessáriamente sob a forma da República dos Quadrinhos mas de autores comprometidos em agir para transformar a sociedade em que vivemos. Se não agora, em outro momento. Se não for possível nesta vida, que seja na próxima então! Nasci, cresci e provavelmente morrerei no Rio Grande do Norte. Não troco o lugar em que moro por parte nenhuma do Brasil ou do mundo. Tá eu sei que sou sortudo e moro justamente no estado que virou as costas para a República dos Quadrinhos e que será excluído de suas atividades, mas isto não me impede de agir para um bem maior representando o Rio Grande do Norte seja como Autor em Crise, Educador, Ser Humano ou Ator (desempanhando o papel que o destino me reservar. O RN não merece mas teve a sorte.... Tá! Pode ser azar também! De eu ter nascido por aqui).

Claro que as mudanças do reboot me afetaram. Fiquei irritado com algumas decisões do reboot mas porque me importo e sei o quanto o RN está perdendo com elas. Talvez eu seja o único autor que esteja comentando a respeito disso também, já que até agora ninguém se manifestou sobre o assunto seguindo com a passividade e comodismo tantas vezes mencionado. Sim eu entendo toda a situação mas aceitar como se tudo fosse algo muito bom é tentar me enganar. São péssimas notícias mas o que me tranquiliza é que posso dormir tranquilo com a sensação de dever cumprido e sem comprometer a minha ética profissional. Mas não se enganem, estou ótimo e animadíssimo com o Reboot! Não terei que me estressar com ninguém, assumir responsabilidades que não são minhas, passar constrangimentos desnecessários e muito menos pagar pelos pecados de terceiros. E o melhor de tudo terei mais tempo para me dedicar aos meus trabalhos como autor de quadrinhos. Todas as atividades desenvolvidas pela ABAS e pela República dos Quadrinhos antes do Reboot permanecerão registradas neste infame blog. As publicações anteriores e posteriores ao reboot da RQ continuarão disponíveis por aqui para download mas a página da Associação Brasileira de Arte Sequencial deixa de existir por aqui à partir de hoje. As novidades da New República dos Quadrinhos continuarão a ser registradas por aqui e eu continuarei agindo com o coletivo sem deixar de lado meus trabalhos individuais.

A vida é efêmera demais e eu não vou perder meu tempo fazendo inimigos (não tenho inimigos e os que se consideram como meus inimigos não são importantes para mim a ponto de me preocupar se estão vivos ou mortos) tomando alguma atitude que vá contra a minha ética. Meu corpo físico deixará de existir algum dia mas as minhas ações e meu trabalho artístico irão permanecer. Não posso apagar minha ligação com o RN da mesma forma que não posso apagar as ações realizadas com a ABAS e a República dos Quadrinhos que deixaram marcas significantes na história das artes gráficas no estado durante este curto período de existência. Ainda vejo o Elefante Branco da República dos Quadrinhos como algo raro de que tenho orgulho pois ele representa pra mim todas as ações que desenvolvemos e tudo o que fizemos não tem preço! E tem algo importante que não mencionei ainda... Minha arte e minhas ações não estão limitadas ao Rio Grande do Norte. Minha arte e minhas ações pertecem ao mundo e se não sou valorizado por aqui, irei aonde meu trabalho é reconhecido e valorizado. Estou seguindo o meu caminho, o caminho do autor, repleto de Luz e Trevas mas nem o RN nem a República dos Quadrinhos deixarão de fazer parte de minha vida onde quer que eu esteja. Aguardem novidades minhas e da República dos Quadrinhos em breve neste infame blog!

NOTA: depois do desabafo de JOSENIZ acredito que algumas coisas devem ser explicadas e reafirmadas.
Primeiro Lugar: só irei me manifestar publicamente e definitivamente quanto ao final da ABAS quando for o momento. E não é esse.
Segundo lugar: quando afirmei que o RN estaria excluído de atividades futuras, não significa que estamos excluindo os membros potiguares comprometidos. Apenas não me empenharei a trazer eventos, promover exposições e permitir que o uso de uma marca que ganhou receptividade e credibilidade nacionalmente seja vinculada a oportunistas de plantão.
Terceiro lugar: pra quem já ouviu minhas palestras ou pronunciamentos anteriores (até em posts) sabem que EU NUNCA DISSE que o ELEFANTE BRANCO representava o RN, o nome veio de uma sessão de uma revista cultural que nunca saiu do papel, sendo portanto, um elefante branco em minha vida.  A escolha foi proposital, pois prometi a mim mesmo que ESSE ELEFANTE BRANCO não estaria vinculado ao seu significado atual: algo glamoroso, grandioso, um projeto desnecessário, onde tempo e dinheiro são desperdiçados, sobretudo, no campo das obras públicas. O VERMELHO é proposital também, representa VIDA, FORÇA, GANA e SANGUE, algo que faltou em boa parte dos integrantes locais. Portanto, a alusão ao RN é somente pelo fato de sermos potiguares e o ícone acabou assumindo um duplo sentido.
Quarto lugar:  embora no texto acima tenham sido empregados, pronomes e verbos na maioria das vezes na terceira pessoal do plural, na prática, as atitudes partiram de atos "no singular". Houve apenas uma força motriz, apenas um "pra pagar o pato" juridicamente pelas H-GADAS dos outros. Reclama-se muito e age-se pouco por aqui. Cobrava-se a participação do Estado em eventos interestaduais, inscrevi-me no FIQ. Mas cadê o povo? Cadê o material? Cadê o apoio? Cadê a famosa "vaquinha"? O interesse em correr atrás de patrocínio? Essa parte "desinteressante" sempre sobrou para o SINGULAR, ou seja,  a minha pessoa. Passei mais de dois anos divulgando e promovendo o trabalho de outros e sem desenhar e produzir nada de inédito. É hora de pensar no SINGULAR, também. 
Quinto lugar: A República dos Quadrinhos apenas retornou as suas origens de Coletivo Nacional, pois "vontade dá e passa" e a empolgação da fundação da ABAS se diluiu no momento em que houve a montagem de sua primeira exposição. Ideias de projetos de minha autoria foram surrupiados de forma vergonhosa, mas deixei passar em prol do benefício de uma coletividade ingrata. Mas não devemos fazer as coisas esperando que o mundo nos agradeça (sim, eu assisti, "Quase Deuses"), e sim, por que elas são necessárias ou nos dão prazer. Se conseguir unir ambas, um viva! 
A República dos Quadrinhos continuará firme e forte e o "Agosto pra Tudo" é o primeiro marco de sua revitalização. Não quero estragar surpresas, mas "POTYLÂNDIA, o primeiro passo do elefantinho", meu e-book, irá esclarecer muita coisa sobre os bastidores da produção local, onde detratores, olimpianos e obtusos, convivem em uma falsa harmonia em nome da manutenção da comodidade e apatia. E quanto a cronologia... você lê demais a DC Comics, Joseniz. Eu prefiro a Marvel! E os The Ultimates... (BP)

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