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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Personagens da Turma da Mônica vão virar adultos

Por Zine Brasil

Em entrevista exclusiva, Mauricio de Sousa conta detalhes do projeto, e conta também sobre outros lançamentos, onde recria personagens como o Pequeno Príncipe
Após lançar a versão teen da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa afirma estar preparado para enfrentar a próxima fase dos seus personagens. Em entrevista ao G1, na Bienal do Livro, ele dá detalhes sobre seu novo projeto de quadrinhos, em que Mônica, Cebolinha, Cascão e companhia vão virar adultos.
 “A turma vai evoluir cronologicamente. Os personagens vão crescer e ter problemas de gente grande: estresse no trabalho, engarrafamento, desencontros amorosos, falta de dinheiro”, conta o cartunista, que pretende lançar a nova versão dos personagens em um gibi semanal.
Mauricio afirma que temas tão diversos quanto política internacional e casamento vão desenvolver as histórias de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. Garante ainda que o sexo não ficará de fora entre os assuntos tratados nos quadrinhos. “Não vou querer chocar, mas quero trabalhar no realismo, e o sexo hoje é tratado até na mesa de jantar da família”, diz. “Se houver censura, vou produzir em outro país”, brinca o autor.
 “Vão ser histórias realistas, com referências a questões atuais que aparecem no jornal”, conta o desenhista, prometendo a novidade nas bancas em 2013. “Minha equipe já está se dedicando intensamente a isso, estamos em fase de desenvolvimento”, afirma Mauricio de Sousa, que conta com cerca de 200 artistas trabalhando em seu estúdio.
Para desenvolver o projeto, o criador da Turma da Mônica está contratando consultores de diversas áreas, que vão ajudar na adaptação dos personagens. “São psicólogos, jornalistas, advogados e médicos, por exemplo, que vão dar referências para o comportamento dos personagens adultos”, diz.
O cartunista pretende usar redes sociais como fonte de informação para a nova história em quadrinhos. “Os fãs vão poder opinar sobre as escolhas de vida dos personagens”, revela Mauricio, que se diz “pronto” para as possíveis críticas dos leitores, e acrescenta “Quando lancei a Turma da Mônica adolescente, teve gente querendo me bater na rua. Disseram que eu estava destruindo um símbolo da infância delas. Mas não estou destruindo, estou criando e recriando”.
Recriados o Pequeno Príncipe e Menino Maluquinho –  Na Bienal do Livro, outros personagens infantis tradicionais, como o Pequeno Príncipe e o Menino Maluquinho, aparecem recriados em lançamentos do mercado editorial de Mauricio de Sousa.
Em “O retorno do Jovem Príncipe”, o autor argentino A.G. Roemmers retoma o personagem clássico do francês Antoine de Saint-Exupéry como um adolescente. No romance infanto-juvenil, o Pequeno Príncipe volta ao planeta Terra e vive uma aventura na Patagônia, sem deixar para trás sua visão humanista impressa na obra original.
Depois de tantos anos, sigo acreditando que é um livro maravilhoso, com uma linguagem sensível e universal, que chega ao coração. Tentei aprofundar essa mensagem e dar continuidade à história com essa mesma característica positiva”, diz o argentino, o primeiro escritor, em mais de 60 anos, a ter a aprovação dos herdeiros de Saint-Exupéry para publicar uma sequência da história.
A recriação também é palavra de ordem para o autor Ziraldo e seu personagem Menino Maluquinho. Na Bienal, o escritor lança a versão digital do livro, para ser lido em tablets, e promove o livro “Uma professora muito maluquinha”, inspirado no clássico infantil.
As professoras sempre me pediam para fazer uma versão para elas, e eu fiz essa obra paralela, que recria aquele mesmo universo”, conta o escritor, e diz que nunca faria um novo livro com o Menino Maluquinho adolescente. “O personagem é um menino, não posso e não vou mudar nada, a proposta é o que está lá.”
O cartunista afirma que o sucesso de “O menino maluquinho” entre as novas gerações, é devido à influência dos pais. “Isso é literatura infantil: se você conquista uma geração, conquista todas, porque os pais sempre querem que os filhos leiam as histórias que os encantaram na infância”, diz.
Fonte: Bem Paraná

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