Ultimate Comics X-Men #1 traz novo gás aos mutantes do Ultiverso

Marvel reintroduz os X-Men em seu Ultiverso de uma forma interessante – e polêmica
Por Judão

O Universo Ultimate, da Marvel, foi criado para ser de fácil entendimento, sem o peso de décadas de cronologia que os quadrinhos sempre carregam. Isso foi em 2000. Obviamente a Casa das Ideias percebeu que, com o tempo, a mesma cronologia intrinca seria criada dentro do Ultiverso e, por isso, introduziu uma interessante mecânica de, tempos em tempos, criar um “ground zero”, um momento propicio para o início de novos leitores. Ultimate Comics X-Men #1, que foi lançado nesta quarta-feira nos EUA e digitalmente em todo o mundo (via ComiXology), pretende fazer com a mais famosa equipe mutante.

Antes de qualquer coisa, é bom que se diga que os X-Men do Ultiverso foram sempre aqueles que mais diferiram de sua contraparte do Universo Marvel padrão. E isso é aprofundado ainda mais nesta edição, que se passa exatamente um ano após Ultimatum, saga na qual boa parte dos personagens da Marvel foi morta – incluindo o Wolverine – em um ataque doMagneto à cidade de Nova York. Neste um ano muita coisa mudou, fazendo com que, basicamente, a população da Terra se voltasse ainda mais contra os mutantes.

A polêmica, na realidade, fica em um detalhe nada pequeno. Caso não queira saber qual é, já que entrega alguns pontos do enredo desta primeira edição, pule o próximo paragrafo.

Em Ultimate Comics X-Men #1 é revelado que todos os mutantes são, na realidade, pessoas que foram de alguma forma contaminados por algo – que não é exatamente um vírus – criado pelo próprio governo estadunidense. Sim, os mutantes não são a evolução do homo sapiens, mas sim uma criação do governo dos EUA a partir de algo feito há 60 anos. Wolverine teria sido o primeiro mutante da história, criado pelo projeto Arma X em solo canadense. Ainda não dá para dizer se isso será definitivo ou apenas uma jogada deste primeiro arco. De qualquer forma, isso gera uma série de conflitos interessantes não apenas entre humanos e mutantes, mas também entre os próprios mutunas (que são apenas resultados de uma “experiência cientifica”) e os humanos (que vão criar uma “caça as bruxas” pela criação da mutação genética).

Ainda não temos aqui o surgimento da nova versão dos X-Men. Na verdade, o roteiro constrói os acontecimentos que levarão ao surgimento da equipe, além de mostrar o contexto da nova situação dos EUA após as recentes revelações.

Obviamente as polêmicas não param por aí. A série traz um novo Wolverine, que não é o Logan, mas sim um possível filho do cara, e também introduz o Tocha Humana na equipe mutante. Bom, faz sentido quando estamos em um mundo no qual não existe tanta diferença assim entre mutantes e super-humanos.

Com tantas determinações editoriais para definir este novo Ultiverso entre os mutantes, Nick Spencer faz um bom trabalho com os roteiros do gibi. A forma com que os fatos são relatados está muito interessante. Se fosse pra ser chato, pegaria no pé da forma como uma coletiva de imprensa é retratada na HQ, mas isso não compromete o gibi, então deixa pra lá.

Já a arte do Paco Medina mostra uma clara evolução. Poderia ser melhor, mas ele faz muito bem o trabalho proposto. O que chama mesmo a atenção é a capa, assinada por Kaare Andrews. A arte é simplesmente sensacional.

Por tudo isso, realmente me empolguei com esta primeira edição de Ultimate Comics X-Men #1. Trata-se de um bom começo para a equipe mutante neste Ultiverso sem Professor X ou Magneto.

Ultimate Comics X-Men #1

Roteiro: Nick Spencer
Lápis: Paco Medina
Arte-final: Juan Vlasco
Capa: Kaare Andrews
Preço: US$ 3,99
Click para ler via ComiXology