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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Encontro de cosplay reúne otakus de todas as idades

Hobby de pessoas que se fantasiam de personagens de quadrinhos, games e desenhos animados atraiu centenas em evento

Por JCNET

Éder Azevedo
Participantes jogam vídeo-game durante o evento

O prédio da ETEC Rodrigues de Abreu ficou povoado durante este fim de semana por personagens, no mínimo, curiosos durante o encontro Anime Union, que reuniu cerca de 500 aficionados por anime e cultura japonesa.

O espaço foi dividido em salas de jogos de cards (cartas) e diversos games, entre os mais sofisticados lançados no mercado, além de uma feira de artigos montada na quadra da escola. Mas, o que mais chamava a atenção eram os ‘personagens’ que circulavam pelos espaços, à espera da disputa que premiaria o cosplay mais fiel ao original. 
União das palavras em inglês costume (traje) e play (brincadeira), o cosplay é o hobby de pessoas que se fantasiam de personagens de quadrinhos, games e desenhos animados, principalmente japoneses (mangás).
Reunir esses coloridos admiradores da cultura japonesa foi o principal objetivo do evento, que pretende se repetir duas vezes por ano, segundo um dos organizadores Lucas Mateus, 17 anos. A realização é promovida em conjunto pelos grupos Kagi e Taka.
“Esses eventos ocorrem em Bauru desde 2005. Aqui temos mais de 300 otakus (fãs), que gostam, mas poucas lojas que vendem artigos. Então, esse evento reúne tudo no mesmo lugar. Temos admiradores, espaço, mas ainda falta apoio para o evento crescer. Comercialmente é interessante, porque todo otaku compra aqui o que iria até São Paulo para ter”, defendeu Mateus.
Kerolaine Suellen de Melo Jacovai, 18 anos, era uma das otakus que mais chamava atenção, com um cosplay de Hatsuni Niko, personagem do jogo Vocaloide. A jovem defende que o personagem escolhido sempre tem semelhanças com a própria pessoa. “Eu sempre gostei e desde pequena jogo, mas quando vi a Hatsuni me identifiquei, pelo jeito dela”. Desde gostar de um personagem até se vestir como ele, principalmente de forma tão extravagante, tem uma explicação simples para a jovem. “Pensar que pelo menos um dia você pode ser o personagem e agir como ele é muito legal. Você sente que está participando de um jogo de verdade”, garante. Além da azul Hatsuni, Kerolaine tem diversos outros personagens com os quais participa de competições de anime em São Paulo.
Thaís Smabuku, 18 anos, na tarde de ontem era Bov, um ex-guitarrista de uma banda de rock, que se parece e se veste como uma mulher. A semelhança física com o personagem foi que levou à escolha. “Esse é o meu primeiro cosplay, mas há muito tempo gosto de anime. Eu já morei no Japão, então sempre gostei muito desse mundo”. Além de se vestir como personagem, Thaís ouve música, lê e curte mangás.
A proposta ‘saudável’ do cosplay é um dos destaques da garota. “Não tem droga, bebida, nada que estimule a violência. As pessoas se reúnem para cantar, ver anime, jogar e conversar. Então acho muito bacana. Anime é do bem”, conclui. 
Outra característica desse tipo de hobby, segundo Kátia Villagrande, é o fato de reunir pessoas de todas as idades. A vencedora de cinco campeonatos de cosplay tem 51 anos e desfilava ontem como a ‘bruxa do 71’. “Eu adoro. Eu tenho tudo a ver com esses jovens (que se fantasiam). Eu tenho muitos personagens, mas a senhorita Clotilde é o meu do coração e de bruxa ela não tem nada”, brincou.
O que é cosplay?
É um hobby que consiste em fantasiar-se de personagens oriundos, em geral, de quadrinhos, games e desenhos animados japoneses. A prática do cosplay também engloba personagens pertencentes ao vasto universo do entretenimento, como filmes, séries de TV, livros e animações de outros países.

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