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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Harry Potter é usado como anticristo no último volume de A Liga Extraordinária

Por UHQ

Foi lançado na Inglaterra o último volume da série A Liga Extraordinária. Mais uma vez escrita por Alan Moore e ilustrada por Kevin O'Neil, League of Extraordinary Gentlemen: Century 2009 mostra o imortal Orlando retornando a uma Londres contemporânea irreconhecível e em colapso moral, social e financeiro. Em meio a isso, nasce o temido anticristo.
E é justamente nesse anticristo que reside a mais recente polêmica.
Desde o seu início, a série se propõe a usar clássicos personagens da literatura formando uma equipe para enfrentar grandes ameaças ao mundo e, assim, Moore escolheu Srta. Mina Murray (Drácula), Allan Quatermain (As Minas do Rei Salomão), Capitão Nemo (20.000 Léguas Submarinas), Hawley Griffin (O Homem Invisível), Dr. Henry Jekyll e Sr. Edward Hyde (O Médico e o Monstro) para estrelar a história.
Para o derradeiro volume, mais um personagem da literatura aparece. O autor britânico escolheu Harry Potter, o mais expoente personagem da literatura moderna, para ser o vilão da história: o temido anticristo. Entretanto, como a criação de J.K. Rowling não é de domínio público como os demais personagens da série, ele nunca chega a ser citado com esse nome.
A história mostra diversas características ligadas a Harry Potter, incluindo uma estação de trem mágica que leva a uma escola de bruxos, uma cicatriz e um mentor chamado Riddle. Os fãs dos livros e filmes do personagem sabem que esse é o nome real de Lorde Voldemort, o principal inimigo de Potter.
Além disso, outros personagens lembram Ron Weasley e Hermione e, em determinado momento, "Harry Potter" mata alguém com raios que saem de seu pênis.
De acordo com a resenha de Laura Sneddon, do jornal The Independent, o objetivo é usar o bruxo para criticar a cultura pop moderna. "Quando o anticristo é conhecido, viajando devido a antipsicóticos e bradando contra o sistema educacional que falhou consigo, ele não está lá para ser um personagem específico, mas para representar a atual obsessão em substituir histórias por franquias que geram muito dinheiro. Hoje, direitos para o cinema são vendidos antes dos livros serem publicados, quadrinhos são escritos como storyboards e celebridades adolescentes ganham biografias", analisa.
Alan MooreTambém é impossível não ligar o fato aos constantes embates entre Alan Moore e a Warner Bros., que atualmente estão em alta devido à publicação da série Before Watchmen. E, como se sabe, tanto a DC Comics como a franquia cinematográfica de Harry Potter pertencem ao conglomerado.
Por outro lado, quem acompanha as graphic novels de A Liga Extraordinária (que no Brasil são publicados pela Devir), sabe que o surgimento de um anticristo não foi feito do nada. Alan Moore vem preparando este clímax desde os outros volumes da série.

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