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sábado, 6 de abril de 2013

Titeuf, o filme

Até por volta dos anos 1970, o Brasil seguia a moda ditada pela França. Tudo que vinha de lá era très chic e, obrigatoriamente, consumido. Em livrarias e mesmo bancas de jornais, personagens como Tintim, Asterix, Lucky Luke, Umpa-pá e outras tantas HQs made in France destacavam-se na preferência de leitores de todas as idades.
De lá até os dias de hoje o mercado veio assimilando também a turma de super-heróis Marvel e DC, além dos mangás (e, claro, os sempre onipresentes Disney e Mauricio de Sousa). Pouco a pouco, os quadrinhos franceses foram sendo deixados de lado, por uma série de razões, inclusive econômicas, até se transformarem em raridade no Brasil.
Coisa semelhante ocorre no cinema. O volume de produções de Hollywood que desembarca por aqui acaba eclipsando outras formas de entretenimento cinematográfico estrangeiras. Junte essas duas situações e você entenderá que, quando entra em cartaz um desenho animado como Titeuf, o filme, minha primeira reação é dar graças a Deus e aplaudir a iniciativa do Espaço Itaú de cinema.
Opa, peraí! Quem é esse Titeuf?
Titeuf é um garotinho tão curioso quanto ingênuo, capaz de elaborar perguntas ao mesmo tempo constrangedoras e engraçadas. Um talento incrível para se meter em situações divertidíssimas, esse personagem originário dos quadrinhos (publicados, em três volumes, aqui, pela Vergara & Ribas Editoras), chega até nós também como desenho animado.
Nessa aventura em tela grande, Titeuf encara dois problemões: a crise no casamento de seus pais e o fato de não ter recebido um convite para a festa de aniversário de sua grande paixão, a colega de classe Nádia (ou Nadiá, conforme a pronúncia francesa).
Em uma época de pouquíssimas animações em 2D por aí, vale a pena assistir o filme só por causa disso. As cores, a animação e a produção são impecáveis. A trama é escrita e dirigida pelo próprio autor, Zep, que assumiu uma tarefa complicada: transpor histórias de página única para uma narrativa de uma hora e vinte e sete minutos. O resultado não decepciona. Bom de traço e de roteiro, Zep também nos dá um desenho que diverte, faz rir e emociona.
A parte chata de tudo isso é que essa pequena pedra preciosa da animação está em pouquíssimos  cinemas, com horários malucos e com uma divulgação que deixa a desejar (eu mesmo assisti com mais três pessoas na sala!).
 Se você ainda não viu esse desenho e mora em Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador ou São Paulo (ou mesmo perto dessas cidades) corra para um dos cinemas Itaú antes que saia de cartaz! Vale muito a pena!

Faltou o trailer!

http://www.youtube.com/watch?v=_YOSXSjtRG8

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