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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Convergência e metalinguagem na grande saga de 2015 na DC

A editora finalmente anunciou o crossover Convergence, que, em parte, soa bastante com o que a Marvel vai fazer no próximo ano – mas os objetivos são bem diferentes

Convergência e metalinguagem na grande saga de 2015 na DC
Agora é oficial: Convergence vem aí, como já se esperava. A DC Comics anunciou nesta segunda-feira (3/11) que o grande evento da editora em 2015 será a saga, que durará 9 semanas (dois meses) e funcionará como um “tapa-buraco” da programação normal no período. É que os títulos mensais atuais vão fazer uma pausa, dando espaço para edições especiais por quadrinistas e editores convidados, além de tempo para que os funcionários finalmente façam a mudança de Nova York para Burbank, Califórnia, onde ficará a nova sede da editora.

Em matéria especial publicada no USA Today, foi dito que tudo começa em 1º de abril (e não é mentira!) com Convergence #0 – no mesmo dia que terminam as publicações semanais Earth 2: World’s End e The New 52: Futures End. Foi justamente nessas sagas que vimos o crescimento de Brainiac, que passou a viajar entre diversos universos e realidades, “capturando” e “assimilando” tudo o que acha de importante no Multiverso DC.
Basicamente, em Convergence teremos o Brainiac botando todos os heróis e vilões que encontrou nos últimos meses pra lutar entre si, num “experimento pra ver o que acontece”. Tudo isso rolando em 40 (QUARENTA!) minisséries de duas edições (ou seja, 80 edições no total, igualzinho ao que já se imaginava).
Com essa jogada, uma equipe de quadrinistas e editores diferentes das atuais revistas mensais poderá contar histórias autocontidas sem se preocupar com os planos mais gerais da DC, fazendo com que a ausência de vários funcionários tenha pouco impacto nisso. Por outro lado, Convergence trará inúmeros personagens diferentes, criações novas ou resgatadas do passado.
Ok, Convergence soa MUITO parecida com aquilo que a Marvel está anunciando também para 2015: a nova Guerra Secretas. Na história original da Casa das Ideias tivemos os maiores heróis e vilões da Terra lutando entre si por obra de uma força cósmica maior, o Beyonder. Nessa versão atual, serão os maiores heróis e vilões do MULTIVERSO lutando entre si. Tal qual Convergence…
Só que as semelhanças acabam por aí, já que o evento da Distinta Concorrência deve servir para além de uma única história – ou não apenas para “tapar-buraco”. Jim Lee, co-publisher da DC, afirmou que a editora vai trazer de volta gente como Donna Troy, Besouro Azul e a Sociedade da Justiça da América, além de membros antigos da Liga da Justiça. “O que nós realmente queremos é que todos eles existam, e estiveram existindo ou existem no âmbito dos Novos 52 [o reboot de 2011]. Convergence é, de muitas maneiras, o maior épico metalinguístico que já fizemos”.
ConvergenceAinda nesse contexto, a primeira arte de divulgação já revela que teremos também personagens como Parallax, o Aquaman sem um braço dos anos 90, os heróis da Charlton Comics, Gen 13 original e mais uma porrada de gente do passado. Isso deve turbinar as vendas entre os saudosistas AND funcionar como uma bela homenagem aos 80 anos da DC Comics e os 30 deCrise nas Infinitas Terras – que, como você sabe, é a “mãe” dessas grandes lutas envolvendo infinitos universos.
Traduzindo: trata-se também de um recado para os leitores das antigas, que reclamaram – e/ou ainda reclamam – do reboot. Basicamente – NADA oficial aqui, apenas lendo nas entre-linhas –, a editora vai nos contar que nada nunca foi apagado. Tudo sempre esteve lá. Se hoje temos Os Novos 52, é parte de um processo iniciado pelo Superman levantando o carro na capa de Action Comics #1. Uma noção que já existe no mundo real, mas que será levado para dentro do gibi, por isso a “metalinguagem”. É uma boa saída – assim assumem que é tudo parte de uma mesma grande história de ficção, que tudo conta. Pra quem está lendo Multiversity, a atual saga épica no Multiverso do Grant Morrison, essa metalinguagem já está bem presente.
Tem mais. A DC vai aproveitar essa confusão toda pra introduzir um novo grande vilão: Telos – nome que surgiu a partir do termo filosófico grego para “fim” ou “meta”. Outra novidade é que, até pela necessidade, a editora está trazendo Jeff King, um novato nos quadrinhos e roteirista-chefe da série White Collar, para cuidar com roteiro e do enredo-base da saga. Dan Jurgens vai cuidar de Convergence #0 e Scott Lobdell vai co-escrever o crossover como um todo.
Agora com tudo claro, a DC vai gastar as próximas semanas e meses anunciando os títulos que vão compor essa linha de 40 minisséries, assim como as equipes criativas. Espere por muito saudosismo – e por muita gente fazendo a estreia no mundo das HQs ou retornando a esse mundo depois de algum período de ausência.
Via JUDÃO

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