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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A semântica poética do hipocampo

   
A semântica poética do hipocampo
Matheus Moura
Série Quadrinhos poético-filosóficos, 4.
Paraíba: Marca de Fantasia, 2014. 80p. 13x19cm. R$20,00.
ISBN 978-85-67732-19-0
Por Henrique Magalhães - Marca de Fantasia
A partir da obra do quadrinista piauiense Antonio Amaral, Matheus moura propõe a discussão sobre o ato criativo baseado na singularidade desse autor. Para Matheus, “como criador de quadrinhos, Amaral é um vanguardista. Suas histórias destoam em muito do que originalmente se espera de uma HQ. Não só de maneira gráfica, mas textual também. As imagens produzidas pelo autor são extremamente complexas e de difícil conceitualização. Seus textos seguem linhas gerais similares ao desenho e rompem com as expectativas dos leitores de quadrinhos tradicionais. Algo latente no trabalho é a força poética e hermética de expressão do artista, com influência do expressionismo e do abstracionismo aliado a textos um tanto quanto dadaístas.”

A pesquisa de Matheus, desenvolvida para o Mestrado em Arte e Cultura Visual da Universidade Federal de Goiás (FAV-UFG), sob orientação do prof. Dr. Edgar Franco, levou-o a participar como co-autor de um dos trabalhos de Amaral, ao criar Muricituba viu o ><"º> olhando pra nós, história em quadrinhos de seis páginas publicada na revista independente Camiño di Rato n.6, editada por Matheus em 2013.
Como indicado no livro, “apesar desta história ser construída por Amaral, foi influenciada (ou instigada) por este pesquisador a participar como coautor – influência na temática, no insight e interação no texto. De maneira direta e indiretamente a construção dessa história, em especial, é inédita e inusitada para ambos os envolvidos.”
O instigante trabalho de Amaral foge aos padrões das HQ comerciais e mesmo da própria linguagem dos quadrinhos ao abrir mão da narrativa. Matheus reforça que “a essência proposta por Amaral à trama é obscura, a se realizar individualmente a partir das interpretações do leitor. O sentido, portanto, é intrínseco a cada um, sendo aberto, dinâmico e não linear.” Ou seja, cabe ao leitor complementar a mensagem com seu repertório particular e daí dar sentido à narrativa, ou a sua ausência.
Esse processo criativo e fragmentário da obra de Amaral é o objeto central do livro, que amplia a discussão a respeito dos quadrinhos poético-filosóficos. Num sentido mais amplo, os quadrinhos de Amaral dialogam com as chamadas tiras livres, que rompem com o discurso linear do gênero.
H. Magalhães, a partir da apresentação da obra

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