Personagens rasos afundam tentativa da Fox de revitalizar equipe da Marvel.
Longa reconta história da origem e utiliza novamente o vilão Doutor Destino.
Por Bruno Araujo e Cesar Soto - G1,
Em 1994, o Quarteto Fantástico ganhava sua primeira versão nos cinemas, em uma produção de baixo orçamento que se tornaria referência como uma das mais toscas adaptações de quadrinhos para as telonas. 21 anos depois, a Fox apresenta pela segunda vez sua interpretação para a origem da superequipe da Marvel – após uma já malfadada tentativa em 2005 – e consegue o impensável. O “Quarteto Fantástico” que estreia nesta quinta-feira (5) não apenas é pior que aquele da década de 1990. É o pior filme de super-heróis dos últimos anos.
Dirigido pelo promissor Josh Trank, do surpreendente “Poder sem limites” (2012), e estrelado por um talentoso elenco composto por Miles Teller (“Whiplash”), Michael B. Jordan (“Fruitvale station”), Kate Mara (“House of cards”), Jamie Bell (“Ninfomaníaca: Volume 2”) e Toby Kebell (“Rock’n’rolla”), o longa não empolga e faz seus 100 minutos parecerem 300 – mesmo para os fãs mais ardorosos do time de heróis.
Por isso, o G1 pensou bastante e conseguiu separar as quatro principais características ruins do filme – e outras quatro ainda piores. Confira:
Enredo
Ruim: A produção gasta bastante tempo contando a origem da equipe, com atenção especial ao elo entre Reed Richards e Ben Grimm. O problema é que isso é feito de maneira rasa, sem grandes momentos de crise, tornando impossível a conexão do público com os personagens e relações sugeridas. Johnny e Sue Storm, por exemplo, são irmãos, mas mal conversam durante o filme. Isso até poderia significar que eles têm uma relação conturbada, mas a produção também não se dá ao trabalho de desenvolver esse aspecto da dupla. São personagens vazios, entrando e saindo de quadro, por 100 minutos.
Ruim: A produção gasta bastante tempo contando a origem da equipe, com atenção especial ao elo entre Reed Richards e Ben Grimm. O problema é que isso é feito de maneira rasa, sem grandes momentos de crise, tornando impossível a conexão do público com os personagens e relações sugeridas. Johnny e Sue Storm, por exemplo, são irmãos, mas mal conversam durante o filme. Isso até poderia significar que eles têm uma relação conturbada, mas a produção também não se dá ao trabalho de desenvolver esse aspecto da dupla. São personagens vazios, entrando e saindo de quadro, por 100 minutos.
Pior: Mas certamente um filme com quatro seres superpoderosos viajando para uma outra dimensão para lutar contra um vilão megalomaníaco terá uma ação insana e bem feita, certo? Não. Só vemos a equipe trabalhando junta no clímax – se bem que chamar aqueles 10 minutos desconjuntados de clímax talvez seja supervalorizar. A grande sequência do confronto entre o Quarteto Fantástico e Doom dura pouco, não faz muito sentido e, antes que você consiga parar de rir por causa das soluções ridículas encontradas pelo roteiro, acaba. Mas não o filme. Este ainda tem mais alguns bons minutos de enrolação, falta de carisma e preparação para uma sequência que, Deus!, ninguém em sã consciência vai querer assistir.
Vilão
Ruim: O maior inimigo do quarteto nas HQs – e um dos mais perigosos do universo Marvel – é mais uma vez o vilão do filme, o que é justo. Mas em nenhum momento ficam claras as motivações malignas de Victor Von Doom, o Doutor Destino. Apesar de protagonizar a cena mais interessante do filme, Doom sofre dos mesmos problemas de falta de profundidade que os heróis. Por isso, ele acaba sendo só um adolescente inteligentíssimo, revoltado com a vida, que, como quem troca de roupa, se transforma em algo elevado que busca a destruição do planeta.
Ruim: O maior inimigo do quarteto nas HQs – e um dos mais perigosos do universo Marvel – é mais uma vez o vilão do filme, o que é justo. Mas em nenhum momento ficam claras as motivações malignas de Victor Von Doom, o Doutor Destino. Apesar de protagonizar a cena mais interessante do filme, Doom sofre dos mesmos problemas de falta de profundidade que os heróis. Por isso, ele acaba sendo só um adolescente inteligentíssimo, revoltado com a vida, que, como quem troca de roupa, se transforma em algo elevado que busca a destruição do planeta.
Pior: O que vemos no filme não chega perto de ser aquele Doom ameaçador dos quadrinhos, que utiliza de seu intelecto e de seu conhecimento de magia para arquitetar planos perfeitos para derrotar seus inimigos. No lugar dele, o personagem interpretado por Kebell se transforma em um ser poderoso demais para os heróis e um vilão tão genérico que poderia existir em qualquer filme de ação – sem ao menos um doombot para chamar de seu.
Elenco
Ruim: O elenco do novo “Quarteto Fantástico” certamente é melhor do que o dos filmes anteriores, com destaque para Teller, que tem apresentado bons trabalhos em seus últimos projetos. Mas nem ele, nem seus colegas, conseguem salvar a produção de suas falas pouco inspiradas e situações abarrotadas de clichês.
Ruim: O elenco do novo “Quarteto Fantástico” certamente é melhor do que o dos filmes anteriores, com destaque para Teller, que tem apresentado bons trabalhos em seus últimos projetos. Mas nem ele, nem seus colegas, conseguem salvar a produção de suas falas pouco inspiradas e situações abarrotadas de clichês.
Pior: Os atores estão tão envergonhados de estar ali que fica visível para o público e os espectadores, que acabam sofrendo junto. Esse desconforto, pelo menos, deve garantir que a produção não acabe com nenhuma carreira, já que os próprios atores não parecem estar à vontade na produção.
Direção
Ruim: O novato Josh Trank era promessa de frescor em filmes de super-heróis. No entanto, seu envolvimento no projeto se resume a um filtro de câmera sombrio – mais “Homem de aço” (2013), menos “Vingadores” (2012) – com uma direção apática e pouco inspirada. “Quarteto Fantástico” não tem o vigor e a câmera nervosa que um bom filme de ação precisa ter para empolgar, muito menos a tensão e a trilha sonora afiada que uma produção de ficção científica (para quem estiver disposto a encarar assim) costuma usar para fisgar o público. É entediante, preguiçoso.
Ruim: O novato Josh Trank era promessa de frescor em filmes de super-heróis. No entanto, seu envolvimento no projeto se resume a um filtro de câmera sombrio – mais “Homem de aço” (2013), menos “Vingadores” (2012) – com uma direção apática e pouco inspirada. “Quarteto Fantástico” não tem o vigor e a câmera nervosa que um bom filme de ação precisa ter para empolgar, muito menos a tensão e a trilha sonora afiada que uma produção de ficção científica (para quem estiver disposto a encarar assim) costuma usar para fisgar o público. É entediante, preguiçoso.
Pior: Mas o pior, o pior mesmo, é que Trank acaba assinando o que é, de longe, um dos piores filmes de super-heróis lançados nos últimos tempos, conseguindo superar o inigualável “Lanterna Verde” (2011). Nos resta torcer pelo menos para que o fracasso seja tão grande para a que Fox desista da franquia e devolva a equipe para os estúdios da Marvel.
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