Uma nova editora independente tomou conta do Brasil  com uma série de publicações, a Universo Editora. Algumas de suas publicações chegaram até mim como Jou Ventania de Lincoln Nery (RJ) com 4 números; Os heróis de Dennis Oliveira (MG), Guardiões, ganharam edição comemorativa de 20 anos; Reginaldo Nakamura (SP) apresentou a revista de Maxine, uma heroína para lá de sexy; O surfista ecológico criado por Paulo Anjos (SP), Benjamin Peppe teve duas edições; de Francinildo Sena (RN) tivemos Crânio 1 e 2, com aventuras do herói alienígena.
A galera dos independentes, por não estar presa a editoras 
No humor, a revista Graphicômetro 02, de Iéio, traz mais de uma dezena de colaboradores de todo o Brasil e ainda faz uma homenagem ao Mestre Messias de Melo. Marcos Fabiano homenageou os super-heróis brasileiros com um minizine onde em cada página temos um herói retratado no traço particular de Fabiano.
Shun Izumi lançou em parceria com Benson Chin e Breno Ferreira um álbum muito bonito, O Colhedor de Raios. Com roteiro de Shun e arte dos três, a HQ conta uma história de pai e filho com desenhos que vão se modificando no traço conforme os autores vão se revezando em suas páginas. Outra obra do trio é Guga e Léo, pela editora Leya.
El Fanzine é uma publicação de uma galera bacana que conheci em Porto Alegre na Parada Gráfica. O coletivo formado por ABC, Pato Vargas, Rodrigo Nemo e Tito Carmelo, juntou suas HQs para editar uma revista bem na pegada dos fanzines, daí a ideia do nome da publicação. Travei contato com os 4 primeiros números. O super-herói mais boa praça do quadrinho nacional, Meteoro, criado por Roberto Guedes retorna com Almanaque Meteoro 05. O gibi traz duas aventuras do personagem, uma HQ curta com o clássico Chet e a tradicional seção de cartas. Em Crônica de Piápolis 02, Alexandre Garcia, mostra uma HQ da vida real, com discussões filosóficas e existenciais que podem ocorrer em qualquer cidade latino-americana. A publicação vem pelo selo Chroma.
Uma HQ que me chamou muito a atenção, sendo uma das melhores que li em 2015 foi Mitologias, de Luiz Augusto. Valeu apena esperar para ler mais edições, foram 9 até 2015. A HQ é uma fantasia muito maluca, mas com coerência mitológica. Além disso, o personagem retrata o próprio autor e a cidade onde mora, Paraty. Os desenhos de Luiz têm uma pegada underground, mas também lembram as clássicas HQs de terror nacional. Luiz, também editou a revista Van do Apocalipse, esta é uma publicação totalmente udigrudi.
“Maldito Seja” é uma série editada pela Ugra Press que chegou com a obra de Alberto Monteiro, em seu terceiro volume. Os dois primeiros, foram com Henry Jaepelt e Law Tissot. Alberto Monteiro consagrou-se nos anos 1980/90 ao editar o zine Anti Usual, onde experimentou de tudo em suas HQs, abusando de colagens e embalado pela trilha sonora do rock indie da época, em especial o Sonic Youth. Com uma temática bem existencial produziu HQs que ainda hoje, numa leitura contemporânea, nos desperta o mesmo fascínio que a leitura nas folhas de seu antigo zine ou nos zines de amigos com os quais colaborava. Parabéns a Ugra por fazer esta coletânea e resgatar mais um “maldito” fanzineiro para que as novas gerações possam inspirar-se nos velhos mestres do “faça você mesmo”.
O coletivo de Brasília, Aerolito, lançou uma trilogia muito boa, com HQs bem produzidas e um acabamento gráfico de primeira. Os responsáveis: Cauê Brandão, Bruno Prosaiko e Lucas Marques prometem, sem compromissos, novidades no futuro. Aguardemos. Éberton Ferreira tem batalhado muito com seus quadrinhos. Sua primeira HQ “Causos 01: O Demônio das Matas” mistura realidade histórica e ficção. Éberton buscou na mitologia do período colônia do Brasil a inspiração para sua HQ e fez uma trama muito criativa. Outro trabalho coletivo de respeito é Justiça Sideral. Publicação no formato comics, totalmente colorida em papel couchê com um grupo de investigadores bem na pegada dos comics norte-americanos com texto bacana e desenhos muito bons.
Para fechar, indico quatro trabalhos imperdíveis!
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