O “Diário de Anne Frank”, uma das obras mais vendidas no mundo, será publicado pela primeira vez no formato graphic novel em quase 50 países, informou a editora francesa Calmann-Levy nesta segunda-feira (18). Após um acordo com o Fundo Anne Frank, na Suíça, o diário da jovem judia de origem alemã que faleceu de tifo em fevereiro de 1945, no campo nazista de Bergen-Belsen, foi adaptado pelo autor israelense Ari Folman e seu compatriota e ilustrador David Polonsky.
— Quando o Fundo Anne Frank nos propôs adaptar o diário para os quadrinhos, nossa resposta foi: De jeito nenhum! — afirmaram os autores em Paris. — Mas temo que chegaremos ao dia em que já não restem sobreviventes do Holocausto no planeta, nem nenhuma testemunha viva para explicar esta história — completou Folman, diretor do filme de animação “Valsa com Bashir”, vencedor do Globo de Ouro e indicado ao Oscar. — É necessário chegar a uma nova geração leitores — justificou.
A graphic novel não tem a totalidade do diário. “Isto nos obrigaria a conceber mais de 3.500 páginas”, disse Folman. Mas inclui várias cartas dirigidas por Anne Frank a sua amiga imaginária Kitty. Outros trechos de poucas linhas na obra original publicada em 1947 foram ampliados. — Tentamos preservar o senso de humor mordaz de Anne, seu sarcasmo e sua obsessão com a comida — declarou Folman. Os períodos de depressão e desespero da jovem são tratados, sobretudo, com cenas de fantasia ou oníricas na publicação, que tem classificação indicativa para a partir de 12 anos. No conjunto, a publicação de 160 páginas é extremamente fiel ao texto original.
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