Por Luiza Maia -                                 Diário de Pernambuco
A comemoração do Dia do Quadrinho Nacional (30), traz certo alívio  para os produtores e fãs das HQs. Depois de um susto em 2009, com  reformulação interna de algumas editoras e venda de outras, o mercado  voltou a se aquecer em 2010. Para 2011, estão previstos ainda mais  lançamentos que no ano passado. A Companhia das Letras está com quatro  projetos em andamento, inclusive de quadrinistas mais jovens. Cachalote  (2010), de Rafael Coutinho, filho de Laerte, e Daniel Galera, foi a  primeira aposta em novos nomes. Era para ter saído dois anos antes.  Eles nunca tinham feito quadrinhos de 200 páginas, mas o resultado foi  muito bom`, acredita André Conti, editor da Quadrinhos na Cia.
Principal dificuldade do mercado brasileiro é a circulação; Lourenço Mutarelli em oficina promovida pelo Quarto Mundo. Foto: Quarto Mundo/Divulgação
Se,  por um lado, as casas editoriais conseguiram se recuperar da recessão,  por outro, empresas menores e publicações independentes também ganham  destaque cada vez maior. O Prêmio Ângelo Agostini de melhor lançamento  do ano, por exemplo, será entregue no dia 5 de fevereiro a Bando de  dois, de Danilo Beyruth, publicado pela Zarabatana Books, criada no  final de 2006 e que somente há dois anos investe em publicações  nacionais. As revistas de antigamente eram bem fanzines mesmo. Hoje, o  pessoal consegue boa produção, e preço `, acredita Jorge Rodrigues, dono  da maior loja de HQs do Brasil, Comix Book Shop (SP). Para ele, os  quadrinistas voltaram a acreditar no mercado brasileiro. ´Na década de  1990, os principais nomes foram para o mercado norte-americano, como  Marcelo Campos e Mike Deodato Jr. (que até hoje desenha para a Marvel)`,  reflete. O retorno dos profissionais nesta primeira década do século 21  se justifica pelo investimento das editoras e a resposta do público  consumidor.
A maior dificuldade dos independentes é a circulação  das HQs. Em geral, as livrarias só têm no catálogo produtos dos  artistas locais. Aqui, somente em lojas especializadas (e, ainda assim,  com dificuldade), é possível encontrar títulos como Nanquim descartável,  vencedor da 21ª e 22ª edições do Prêmio HQMix na categoria Publicação  Independente de Autor. A revista é uma publicação do coletivo Quarto  Mundo, criado para minimizar problemas com edição e distribuição.
Atualmente,  cerca de 50 profissionais participam do grupo. Não se trata de uma  editora. Muitos já vinham se autopublicando. A ideia era se ajudar, pois  esse não era o principal trabalho de nenhum de nós`, explica Daniel  Esteves, um dos integrantes do Quarto Mundo. Independente mesmo é o  paulista Gustavo Duarte, de 33 anos, que publicou sem editora seus dois  primeiros livros, Có! e Táxi (ambos premiados). O terceiro, previsto  para o primeiro semestre de 2011, vai na mesma linha. ´Gostaria de estar  em todas as capitais, mas nem todas as livrarias têm os livros`,  confessa. Táxi ainda não é vendida no Recife.
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