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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Adolescente potiguar vira personagem de revista em quadrinho

 
Por ClicRN
Adolescente potiguar vira personagem de revista em quadrinho
Larissa Costa é portadora de amiotrofia espinhal tipo  3
Ela gosta de shopping, cinema, praia, assim como todo adolescente. Este ano, ela conclui o Ensino Médio e alimenta o sonho de entrar na faculdade de arquitetura, apesar de não ser muito afeita a cálculos. A fixação por desenho é o que lhe aproxima do curso, mas essa é uma paixão que transcende a vida real. Larissa Costa Rocha, 17 anos, é uma adolescente que saiu do mundo real para a ficção dos quadrinhos para dizer à sociedade que o normal é ser diferente porque ninguém é igual. Larissa é portadora de amiotrofia espinhal tipo 3, uma deficiência que limita sua capacidade de andar. Ela é um dos personagens do cartunista Victor Klier, criador da "Turma da Febeca" e pioneiro em desenhar histórias verídicas, colocando personagens deficientes.

O trabalho foi transformado em cartilha que foi publicada pela Prefeitura de Porto Alegre ano passado, onde foi distribuída na rede municipal de ensino, contribuindo para a educação paradidática de crianças e adolescentes sobre questões sociais como acessibilidade e, ao mesmo tempo, fomentando a política de inclusão em sala de sala de aula. Segundo o Victor Klier, o trabalho começou em 2006, no estúdio da equipe de Ziraldo, a partir da ideia de fazer quadrinhos fora do habitual, criando um personagem protagonista que usasse cadeira de rodas. Para pesquisar, o normal seria falar com pessoas da área de saúde, mas Klier fez diferente: resolveu pesquisar nos sites de relacionamentos adolescentes que fossem portadores de deficiências e que estivessem em idade escolar.


"Através do Orkut, encontrei duas cadeirantes que me informaram sobre outras meninas. As primeiras amigas foram Fernanda Willeman e Rebeca Sehnem, que deram origem ao título "Turma da Febeca" que é a junção do primeiro nome delas. Elas concordaram em ser personagens da história em quadrinhos e indicaram outros amigos que hoje somam 15, cada um com diferente tipo de deficiência, dos diversos estados do país, incluindo tetraplégicos, paraplégicos, portadores de nanismo, paralisiacerebral, cegos, surdos e mudos, e amiotrofia.

Continuidade
O estilo de vida, as diversões e relações de amizade no colégio alimentam o roteiro da história. Nos quadrinhos, o autor reproduz a realidade que eles vivem, não apenas pelos problemas enfrentados pela falta de acessibilidade, mas também pelas diversões e aventuras, próprias da idade. "A intenção é mostrar que são jovens iguais a quaisquer outros. Se eles têm alguma diferença, os demais jovens também têm".

Com uma experiência de 15 anos em roteiro e cartum ao lado de Ziraldo, o cartunista já pensa na continuação da Turma da Febeca. O sucesso da publicação fez a Prefeitura de Porto Alegre se interessar em publicar novas edições com episódios diferentes. Mas além disso, o autor pretende fazer uma coleção de cartilhas sobre os vários tipos de deficiências e depois publicar um livro de aventuras da Turma da Febeca. "Mas há dificuldades que precisamos transpor porque as pessoas ainda têm medo de investir na temática, não querendo ligar a marca do produto à pessoa deficiente", disse ele.
DN Online
Publicado em 08.06.11

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