Por Michelle Ramos - Zine Brasil
O “Curumim, o último herói da Amazônia”, que desde 1983 luta pela preservação da Floresta Amazônica e conscientização ambiental, foi homenageado, na ultima terça-feira (12), na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam).
O criador do personagem, Mario Adolfo (a direita), recebe o título.
A homenagem foi feita em uma sessão especial em comemoração à lei 302, de novembro de 2015, de autoria do deputado estadual Dermilson Chagas (PEN), que declara o personagem Curumim como patrimônio de natureza imaterial do Amazonas.
A solenidade foi um reconhecimento ao suplemento infantil que circula nos jornais de Manaus há 33 anos e que retrata a preocupação com a preservação da Floresta Amazônica.
“A mensagem que o Curumim promove às crianças é profunda e atual. É algo que deve ser levado para dentro das escolas. Essa linguagem tem de estar nas escolas para aproximar as crianças da regionalidade. A publicação demonstra que o jornal está incentivando a leitura infantil, principalmente atrelada à preservação do meio ambiente e isto deve ser reconhecido”, disse Dermilson Chagas.
Criador e criatura.
Para o criador do personagem, o diretor de redação do jornal Amazonas Em Tempo, jornalista Mário Adolfo, o sucesso do Curumim em diversas gerações pode ser explicado porque ele questiona problemáticas em uma linguagem infantil.
“Ele (Curumim) é um indiozinho que se preocupa com a preservação da floresta e interage com ela e com os animais, criado em 1983, em uma época em que a Amazônia estava ameaçada. Cada personagem do Curumim tem a ver com essa preocupação ecológica. A coisa mais bonita são os e-mails que chegam de pais que liam o Curumim e que passaram esse hábito aos filhos. Já encontrei pessoas dizendo ‘sou ecologista porque lia o Curumim’, então é algo que já faz parte da cultura do Estado”, disse o criador do “último protetor da Amazônia”.
O Curumim virou cartilha educativa sobre a história do Amazonas, lançada na Suécia, em 1988; teve quadrinhos publicados na coletânea “Curumim, o último Herói da Amazônia”, lançado na feira do Serviço Social do Comércio (Sesc), em 1993; contou a história em quadrinhos no livro “A.E.I. Ópera”, lançado pela Secretaria de Cultura (SEC), na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, em 2000; foi o mote da campanha de conscientização do Festival de Parintins “Curumim Contrário ao Lixo”, em 2013; através de quadrinhos, foi lançada a história do livro na 1ª Bienal do Livro do Amazonas, “Curumim conta História do Livro”, em 2012; E o indiozinho também foi tema da 30ª edição da Feira de Livro do Sesc, em 2015.
Personagens
A história do Curumim conta com a tartaruga – que estava em extinção à época e, que ganhou o nome de Sarah Pateu; o jacaré que tem medo de virar cinto e carteira, intitulado de Jacaretinga; além do peixe jaraqui, intitulado de Jara; do papagaio que traz as notícias da cidade para a floresta e que se chama Lourival; a árvore que se comunica com o personagem, chamada de Geny Papo; o Mister Okay, biopirata que tenta roubar as riquezas naturais da floresta amazônica; e a namorada do Curumim, a índia Murupi.
“O Curumim foi inspirado no meu filho,Mário Adolfo Filho, que na época tinha 1 ano de idade. Atualmente, meu outro filho, Marcus Vinícius, que é publicitário, me ajuda a tocar o Curumim. Os desenhos ainda sou eu quem faço, no papel com lápis, borracha e nanquim, com traços finais e cores feitos por uma arte finalista”, disse Mário Adolfo.
Segundo ele, a ideia é transformar o Curumim em um gibi para ser comercializado em bancas em todo o país. Atualmente, o indiozinho saiu das páginas dos jornais e se transformou em produtos comercializados. “Fizemos a camiseta, que já virou sucesso, e a ideia é transformar o Curumim em uma grande marca”, disse o criador do personagem amazonense.
Editado sobre as informações vistas no Em Tempo.
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