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Em 1963, em Campina Grande, o  pioneirismo de Deodato Borges fez surgir O Flama, primeiro personagem e  revista em quadrinhos da Paraíba. No início da década de 1970, em João  Pessoa, aconteceu o que podemos chamar de “primeira onda”, com a  passagem de nossos jornais da impressão “a quente”, para a offset. Uma  série de personagens surge, então, da pena do próprio Deodato Borges (Planeta Maluco), Richard Muniz (Shangai), Luzardo Alves (Bat-Madame), Marcos Tavares e Juca (Adub, o camelo) invadindo nossa imprensa diária e a imprensa alternativa. 
O lançamento dos suplementos dominicais O Norte em Quadrinhos, do jornal O Norte, a partir de 1975, e O Pirralho, de A União,  a partir de 1976, detonou a “segunda onda”, com inúmeros quadrinistas  despontando com seus heróis e heroínas em tiras e HQ de aventura e  humor. Esta fase durou até o final da década de 1970, com alguns autores  persistindo, em seguida, na publicação de tiras diárias. 
Também nesse período viu-se florescer um sem número de revistas alternativas: Emir ribeiro lançou uma série com a personagem Velta; Henrique Magalhães produziu uma dezena de revistas Maria; Deodato Borges e Filho fizeram circulara a HQ.  Essas revistas continuaram saindo até o início dos anos 80, com algumas  experiências de publicações coletivas, como as revistas Gran Circus e Leve Metal.  Os fanzines vieram, então, substituir as revistas, abrindo um espaço  reflexivo fundamental para o amadurecimento dos quadrinhos paraibanos. 
A “terceira onda” começou  ainda na década de 1980, mas tem se consolidado nos anos 90, com os  quadrinistas atingindo a profissionalização. Cristovam Tadeu e Henrique  Magalhães ampliam a criação de personagens e ocupam espaço em revistas e  jornais diários da Paraíba. Deodato Filho e Emir Ribeiro invadem os  Estados Unidos, produzindo um trabalho de reconhecida qualidade dentro  do universo dos super-heróis e conquistam o público estadunidense. 
Esta brochura é uma pequena  amostra da produção dos autores dessa “terceira onda”, o registro de um  momento de transição que poderá abrir perspectivas ilimitadas para os  quadrinhos paraibanos. 
Nota à 3a edição: Esta edição  procura ser o mais que possível fiel à original, reproduzindo os textos  com breve revisão gramatical, mantendo o contexto em que foi publicada,  no que tange ao seu recorte temporal. 
Fonte: Marca de Fantasia 

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