Pense numa propaganda enganosa! Pensou? Multiplique por 3 e você terá idéia do tamanho da minha decepção no tocante a este filme. No trailer do cinema nós temos uma edição de imagens altamente tendenciosa e mentirosa. O narrador usa termos como “Dos mesmos produtores de Nárnia!” ou “Se você procura por aventura...” (nesse último caso a resposta seria:“não encontrará aqui!”), o que nos leva a imaginar (e olha que é só isso que tem nesse filme: imaginação) que se trata de uma superprodução. Ledo engano. A história é mais batida do que os sparrings de Mike Tyson ou do que Silvester Stallone encarnando o eterno pugilista-azarão Rocky Balboa (e em todas as suas encarnações). Duvida? Pois bem, o enredo, mas parece uma releitura do clássico MEU PRIMEIRO AMOR com Macaulay Culkin, sem o carisma e o talento daquele elenco. Senão vejamos, naquele filme temos uma garotinha que tem problemas de relacionamento com os colegas de sua escola e com as crianças de sua faixa etária, salvo o amigo azarado que acaba morrendo e proporcionando o momento penoso e melancólico do filme. Ela é apaixonada por seu professor de poesia e como forma de fuga da realidade e/ou mecanismo de chamar a atenção do seu pai desatencioso cria várias doenças fictícias. NA PONTE PARA TERABÍTIA, temos o jovem JESS, deslocado da mesma maneira, com um pai austero e frio, apaixonado pela professora de música e que encontra como válvula de escape a criação de um mundo mágico e irreal que lhe é apresentado por sua mais nova amiga-vizinha-confidente-mentora-e-futura-cádaver. O menino é um péssimo ator, até mesmo o ASTRO BOY ou o ROBOCOP JR, transmitiriam mais emoção e humanidade do que ele. O filme se arrasta por incontáveis e tortuosos minutos descrevendo o entediante cotidiano do protagonista, que de vez em quando faz viagens furtivas ao imaginário mundo de TERABÍTIA, que se encontra nos confins do fundo do seu quintal e que durante toda a extensão do filme só nos são apresentados uma ínfima parcela de seus “habitantes”. Somente no último e derradeiro minuto final do filme (mais redundante impossível), depois da construção da famosa ponte que empresta o nome ao filme é que as fantásticas criaturas saem da toca (estranhamente são essas as cenas que predominam no trailer de divulgação). Tirando o momento de “dó” da morte da garotinha (gratuita, diga-se de passagem), esse filme não encanta, não decola, nem convence. Esta é uma pífia produção da IMAGEM FILMES. Guarde bem essa marca, pois ela pode muito bem ser confundida com alguma das subempresas das Organizações Tabajaras, mas, no entanto, não possui o mesmo charme, tão pouco a credibilidade desta última. Que essa ponte seja explodida o mais rápido possível e que deixem o chato do robô-mirim do JESS preso em TERABÍTIA para sempre. Assegurando assim, a paz de espírito e as economias das gerações futuras que podem vir a ser ameaçadas por uma ingrata e mal fadada continuação. Que Hollywood nos proteja de uma PONTE PARA TERABÍTIA II.
Publicado originalmente no Críticas, críticas críticas em 18.10.07 (CB)
Publicado originalmente no Críticas, críticas críticas em 18.10.07 (CB)
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