Não foi só no Brasil que famosos super-heróis dos quadrinhos Marvel e DC estrelaram produções locais nos gibis. Se, ao menos por aqui, no final da década de 1960, Gedeone Malagola e Walter Silva Gomes criaram HQs dos X-Men seguindo fielmente nomes, uniformes e conceitos dos personagens, em outros países alguns supertipos fantasiados viraram cópias piratas ou, na melhor das hipóteses, toscos licenciamentos.
Itália
A Itália nunca teve um Super Uomo, como seria mais certo se chamar o Superman por lá. Quando o personagem foi publicado pela primeira vez na Velha Bota, em 1939, foi batizado como… Ciclone.
E ele foi chamado assim até 1954, quando mudou de editora e passou a ser conhecido como… Nembo Kid. Já o Superboy era o Nembo Kid Lad.
Somente em 1971, o Homem de Aço foi “rebatizado” como no original: Superman. Mas, já em 1966, na capa da HQ do personagem, esse nome aparecia no título ao lado daquele outro medonho.
Outro detalhe é que, até finalmente ganhar o nome pelo qual é conhecido no mundo inteiro, o Superman italiano usava o emblema do uniforme alterado, sem o “S” e todo amarelo, talvez para que os leitores não se perguntassem por que razão não tinha ali um “C” (de Ciclone) ou um “N” (de Nembo).
Filipinas
Em 1976, na época do filme do King Kong produzido por Dino De Laurentiis, foi lançada uma coleção de cards recortáveis que vinham na embalagem de algum produto (cereais ou outro comestível qualquer) para crianças.
Colecionando tudo, dava para montar uma história em quadrinhos, na qual o Superman enfrentava o gorilão mais famoso da tela grande para salvar Lois Lane. A moçoila fora capturada pelo King Kong (é ela que está na jaula pendurada no pescoço do gigantesco símio, na imagem abaixo).
Em tempo: nem a DC Comics, a Paramount Pictures e muito menos De Laurentiis receberam um centavo sequer de royalties. Os filipinos fizeram tudo na base do “por baixo dos panos”.
Espanha
El Murciélago era o nome do Batman na década de 1950, quando o personagem estreou naquele país. Até aí, tudo bem. Mas – pasme! – o destaque dado àquelas HQs era para o Menino-Prodígio.
Assim, o leitor conferia regularmente as aventuras de “Robín & El Murciélago”.
Japão
A lista é imensa, mas vale destacar algumas: o Batman da década de 1960, escrito e desenhado por Jiro Kuwata; o Homem-Aranha de Ryoichi Ikegame, no início dos anos 1970 (algumas edições foram publicadas no Brasil, pela Mythos); e, há cerca de dez anos, o Spider-Man J, que sob a máscara era um jovem de 15 anos chamado Sho Amano. E que tal a série live-action, em que o Amigão da Vizinhança enfrentava monstros gigantes pilotando um robô-nave (ou nave-robô) colossal?
Argentina
Em meados dos anos 1960, a Editorial Gente Joven encontrou um jeito peculiar de burlar os direitos autorais das aventuras do Homem de Aço, que na década anterior já havia aportado no país pela Muchnik Editores, com La Revista del Superhombre.
Para isso, criou a revista Supervolador, em que o Superman, em histórias criadas pela própria editora, se transformou em nada menos que três heróis, mudando apenas o nome – Supervolador, Capitan Tornado e Titan – e o visual (que incluía até máscara ou um bigode à la Mandrake).
O curioso é que, além de tudo, o estilo das artes era idêntico ao de Curt Swan, que desenhou o Superman por mais de 30 anos.
E não mais que de repente, na mesma década, a revista passou a publicar histórias do Superman “de verdade”, com o visual e o nome que o definiam originalmente. Mas, ainda assim, com HQs criadas por argentinos e sem a autorização da DC Comics.
Brasil
Batman chegou ao País em novembro de 1940, em O Lobinho # 7, e recebeu por aqui o nome original. A revista trazia as aventuras do personagem publicadas originalmente em Detective Comics, nos Estados Unidos. Mas depois começou o “samba do morcego doido”.
Em 1944, simultaneamente, a revista O Guri Cômico também passou a publicar as HQs do herói – vindas do gibi Batman, dos Estados Unidos –, que foi rebatizado como Homem-Morcego. E, quatro anos depois, quando a revista Biriba Dominical, da Rio Gráfica e Editora, começou a publicar as tiras dominicais do personagem, ele virou o Morcego Negro, cujo alter ego Bruno Miller (Bruce Wayne) combatia o crime em Riacho Doce (Gotham City) – esses nomes foram usados em todas as publicações da editora em que Batman aparecia.
Tudo voltou ao normal em março de 1953, quando a Ebal adquiriu os direitos plenos do morcegão e lançou a revista Batman, acabando com a palhaçada (sem trocadilhos com o Coringa!).
Não foi só no Brasil que famosos super-heróis dos quadrinhos Marvel e DC estrelaram produções locais nos gibis. Se, ao menos por aqui, no final da década de 1960, Gedeone Malagola e Walter Silva Gomes criaram HQs dos X-Men seguindo fielmente nomes, uniformes e conceitos dos personagens, em outros países alguns supertipos fantasiados viraram cópias piratas ou, na melhor das hipóteses, toscos licenciamentos.
Itália
A Itália nunca teve um Super Uomo, como seria mais certo se chamar o Superman por lá. Quando o personagem foi publicado pela primeira vez na Velha Bota, em 1939, foi batizado como… Ciclone.
E ele foi chamado assim até 1954, quando mudou de editora e passou a ser conhecido como… Nembo Kid. Já o Superboy era o Nembo Kid Lad.
Somente em 1971, o Homem de Aço foi “rebatizado” como no original: Superman. Mas, já em 1966, na capa da HQ do personagem, esse nome aparecia no título ao lado daquele outro medonho.
Outro detalhe é que, até finalmente ganhar o nome pelo qual é conhecido no mundo inteiro, o Superman italiano usava o emblema do uniforme alterado, sem o “S” e todo amarelo, talvez para que os leitores não se perguntassem por que razão não tinha ali um “C” (de Ciclone) ou um “N” (de Nembo).
Filipinas
Em 1976, na época do filme do King Kong produzido por Dino De Laurentiis, foi lançada uma coleção de cards recortáveis que vinham na embalagem de algum produto (cereais ou outro comestível qualquer) para crianças.
Colecionando tudo, dava para montar uma história em quadrinhos, na qual o Superman enfrentava o gorilão mais famoso da tela grande para salvar Lois Lane. A moçoila fora capturada pelo King Kong (é ela que está na jaula pendurada no pescoço do gigantesco símio, na imagem abaixo).
Em tempo: nem a DC Comics, a Paramount Pictures e muito menos De Laurentiis receberam um centavo sequer de royalties. Os filipinos fizeram tudo na base do “por baixo dos panos”.
Espanha
El Murciélago era o nome do Batman na década de 1950, quando o personagem estreou naquele país. Até aí, tudo bem. Mas – pasme! – o destaque dado àquelas HQs era para o Menino-Prodígio.
Assim, o leitor conferia regularmente as aventuras de “Robín & El Murciélago”.
Japão
A lista é imensa, mas vale destacar algumas: o Batman da década de 1960, escrito e desenhado por Jiro Kuwata; o Homem-Aranha de Ryoichi Ikegame, no início dos anos 1970 (algumas edições foram publicadas no Brasil, pela Mythos); e, há cerca de dez anos, o Spider-Man J, que sob a máscara era um jovem de 15 anos chamado Sho Amano. E que tal a série live-action, em que o Amigão da Vizinhança enfrentava monstros gigantes pilotando um robô-nave (ou nave-robô) colossal?
Argentina
Em meados dos anos 1960, a Editorial Gente Joven encontrou um jeito peculiar de burlar os direitos autorais das aventuras do Homem de Aço, que na década anterior já havia aportado no país pela Muchnik Editores, com La Revista del Superhombre.
Para isso, criou a revista Supervolador, em que o Superman, em histórias criadas pela própria editora, se transformou em nada menos que três heróis, mudando apenas o nome – Supervolador, Capitan Tornado e Titan – e o visual (que incluía até máscara ou um bigode à la Mandrake).
O curioso é que, além de tudo, o estilo das artes era idêntico ao de Curt Swan, que desenhou o Superman por mais de 30 anos.
E não mais que de repente, na mesma década, a revista passou a publicar histórias do Superman “de verdade”, com o visual e o nome que o definiam originalmente. Mas, ainda assim, com HQs criadas por argentinos e sem a autorização da DC Comics.
Brasil
Batman chegou ao País em novembro de 1940, em O Lobinho # 7, e recebeu por aqui o nome original. A revista trazia as aventuras do personagem publicadas originalmente em Detective Comics, nos Estados Unidos. Mas depois começou o “samba do morcego doido”.
Em 1944, simultaneamente, a revista O Guri Cômico também passou a publicar as HQs do herói – vindas do gibi Batman, dos Estados Unidos –, que foi rebatizado como Homem-Morcego. E, quatro anos depois, quando a revista Biriba Dominical, da Rio Gráfica e Editora, começou a publicar as tiras dominicais do personagem, ele virou o Morcego Negro, cujo alter ego Bruno Miller (Bruce Wayne) combatia o crime em Riacho Doce (Gotham City) – esses nomes foram usados em todas as publicações da editora em que Batman aparecia.
Tudo voltou ao normal em março de 1953, quando a Ebal adquiriu os direitos plenos do morcegão e lançou a revista Batman, acabando com a palhaçada (sem trocadilhos com o Coringa!).
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