A publicação de tiras nos periódicos locais e nacionais, tem diminuído substancialmente a cada ano (seja de títulos de peso internacional ou de artistas expressivos no âmbito nacional). O que não deixa de ser uma grande pena, pois impede que novas gerações tenham conhecimento de magníficos materiais, temáticas e artistas, muitos dos quais não estão mais entre nós. Da mesma maneira, impossibilita que se divulgue os novos talentos ascendentes do cartunismo e da nona arte de nosso país. Pensando nisso, lanço mão de uma lista daquelas que considero as tiras que mais me fascinaram, seja pela arte ou pelo seu conteúdo crítico, ou em alguns casos por ambos. Excluo aqui, logicamente alguns títulos que considero como our concour (inclusive alguns por não ter chegado a acompanhá-los de fato ou por apenas ter ouvido falar ou lido algo ou muito pouco a respeito): FLASH GORDON, TARZAN, JIM DAS SELVAS, PRÍNCIPE VALENTE, entre outros... Isto dito, aí vai a minha seleção com as 10 MAIS, confira e depois dê o seu singelo pitaco (a ordem a seguir foi aleatória).
CALVIN & HOBBES (Haroldo)
O nome de Calvin foi inspirado no reformador religioso do século XVI, João Calvino e Hobbes recebeu o nome de Thomas Hobbes, o filósofo inglês do século XVII. No Brasil, Hobbes foi traduzido como "Haroldo" o que não agradou a parte dos fãs, pois tratavasse de uma homenagem, como mencionado. A tira teve uma duraçao de dez anos, quando o seu criador Bill Waterson resolveu aposentar precocemente as peripécias do levado Calvin e de seu amigo semi-imaginário o tigre de pelúcia Haroldo. Para alguns, o pai de Calvin era o auto retrato do próprio criador da série.
GARFIELD
Criado por Jim Davis, Garfield é uma das tiras mais engraçadas e descompromissadas (e duradouras) que ainda temos por aí. Com um humor ferino que lhe é peculiar, ora ingênuo, ora crítico ou simplemente pastelão ou declaradamente besteirol, Garfield e seus coadjuvantes(Oddie,John e Cia), fazem o que sabem fazer com muita propriedade e talento: divertir, divertir e é lógico divertir.
MAFALDA
A criação do argentino QUINO, também teve uma existência relativamente curta: dez anos, como Calvin. Contudo, a menininha portenha falou como gente grande nos "áureos" anos de chumbo da ditadura militar argentina, nos anos 70. Criticou o governo, questionou o mundo em que vivia e não se sujeitou em momento algum a aderir ao humor infantil ou descompromissado de outros títulos similares da época (como a nossa Mônica, por exemplo). Deixou saudades!
Publicado originalmente no Críticas, críticas críticas em 16.09.07.
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