Responsável pela programação cultural da Gibiteca de Fortaleza, o Fórum de Quadrinhos do Ceará realiza hoje o Invasão Mangá, dedicado aos fãs do gênero
Estimular o mercado, formar leitores e ampliar o conhecimento e o alcance da arte sequencial no Estado, por meio de debates, eventos e boas parcerias. Com esse objetivo, o Fórum de Quadrinhos do Ceará assumiu recentemente a agenda de eventos da Gibiteca de Fortaleza, equipamento cultural da Prefeitura Municipal, e realiza hoje o segundo evento da programação planejada para o espaço. Dessa vez, o tema será os mangás, tendo em vista o grande público amante das HQs japonesas.
O evento, batizado Invasão Mangá, promete ser uma oportunidade interessante para quem tem curiosidade de descobrir mais sobre o quadrinho nipônico e sua relação com a cultura pop. Participam do encontro a apresentadora Clarice Lin-Chan (TV Sana e da coluna Zona Otaku, do caderno Zoeira), a colunista Marcela Bezerra (site Alô Sana) e a professora de desenho e mangá, Blenda Furtado, que vão debater sobre os temas mangá, anime e cultura pop japonesa. O papo será mediado pelo cartunista JJ Marreiro, pioneiro no ensino das técnicas do gênero no Estado e um dos coordenadores do Fórum. A mesa-redonda começa às 15 horas, com encerramento previsto para as 17 horas, com o sorteio de mangás.
Retomado
A retomada dos eventos na Gibiteca por parte do Fórum teve início no dia 27 de maio, com a palestra do Klebs Junior, Diretor da Impacto Quadrinhos (SP) que agencia artistas para o mercado norte-americano. "O Fórum de Quadrinhos sempre teve um bom diálogo com a Direção da Biblioteca Pública Municipal Dolor Barreira (onde está sediada). No início de junho tivemos uma reunião com a Coordenação de Literatura do Município e com a direção da biblioteca, onde oficializamos a presença do Fórum na organização dos eventos da Gibiteca num regime de Gestão Compartilhada, que incluirá ações para melhoria deste equipamento", detalha.
Agora é a vez do Invasão Mangá, que, segundo J.J. Marreiro, surgiu como uma maneira de apresentar o ambiente da Gibiteca aos fãs do mangá que ainda não conhecem o espaço. "A ideia também é apresentar o mangá para quem tem curiosidade de conhecer um pouco mais sobre os quadrinhos japoneses e sua força no mundo pop, levando em conta o fato de que boa parte do acervo da Gibiteca é de mangás", explica o mediador.
Para a debatedora Clarice Lin-Chan, o encontro é uma oportunidade de desconstruir o estereótipo de que apenas homens gostam de HQs. "Foi uma coincidência todas as participantes da mesa serem mulheres, mas isso mostra o crescimento do mangá e do interesse do público feminino pelas HQs", ressalta a jovem.
Para Clarice, uma das características que torna o mangá tão influente entre adolescentes e jovens adultos, sejam homens ou mulheres, é a diversidade de temas abordados pelo gênero. "São assuntos bem atuais e diversificados, relacionados a vários universos. É fácil encontrar algo que lhe agrade. O público feminino, por exemplo, costuma curtir temáticas românticas. Mas há várias outras. As meninas também se familiarizam com os traços delicados do mangá. No fim, o gênero possibilitou o crescimento do interesse das mulheres pelos quadrinhos ocidentais, norte-americanos".
Para J.J. Marreiro, os mangás abriram novos horizontes editoriais no mundo todo. "É impossível pensar o mercado editorial hoje sem este segmento, não só no Brasil, mas também na Europa e nos EUA. Os quadrinhos japoneses, com seu arrojo visual e seu bem trabalhado marketing, invadiram o mundo do design, da moda, da animação, da TV e do cinema", esclarece.
O coordenador destaca ainda a influência do mangá na maneira de se fazer arte sequencial no ocidente. "Isso é patente nas Mega-Sagas criadas pelas editoras Marvel e DC Comics. Tanto roteiristas quanto desenhistas europeus, norte ou sul-americanos refletem em seu trabalho a presença do mangá. Os editores também já perceberam esse filão e um reflexo disso pode ser visto nos títulos Didi & Lili ou Luluzinha Teen que seguem o exemplo da Mônica Jovem, um dos maiores sucessos editoriais dos quadrinhos nacionais dos últimos tempos. Há de se pensar com respeito sobre qualquer tipo de quadrinho que influencie Maurício de Sousa, o Walt Disney do Brasil", reconhece.
ReferênciaEm relação ao evento de hoje, Marreiro cita as três convidadas como exemplo da influência do mangá sobre profissionais da área de desenho e cultura. "Clarice, Marcella e Blenda Furtado tem no mangá referenciais para suas profissões como colunistas, articulistas ou desenhistas. Reuni-las será uma maneira de imergir nesse fascinante tema", justifica. Tudo isso, porém, ainda não impede um certo preconceito sofrido pelos fãs do gênero no Brasil. "Quando falamos a palavra ´mangá´, muitas pessoas olham torto e perguntam se ´é aquele povo que se fantasia´", brinca Clarice.
Sobre os planos futuros do Fórum para a Gibiteca, Marreiro adianta algumas novidades. "Ainda este mês, no dia 25 de junho, teremos o Lançamento da revista Strano. No dia 2 de julho, teremos o Zinext Day, lançamento do grupo de pesquisa, discussão e produção de quadrinhos independentes. Também estamos ajustando o cronograma para os lançamentos da revista Rato do Prédio e do álbum ´Ariosto, a evolução natural do conquistador´, do João Belo", revela o coordenador do Fórum.
"Para setembro, teremos uma mega atração, o ´Ceará no MSP´, coincidindo com o lançamento do livro MSP Novos 50. Neste dia vamos reunir artistas que participaram do projeto MSP 50, série de álbuns de luxo em homenagem ao Maurício de Sousa", adianta Marreiro.
"A programação ainda está em aberto e novas atrações estão sendo planejadas. Os artistas que tiverem material terão espaço para levar a público sua produção no espaço nobre da Gibiteca, assim como o diálogo entre quadrinhos-animação-games-teatro-cinema está nos planos do Fórum", complementa o mediador.
ADRIANA MARTINSREPÓRTER
MAIS INFORMAÇÕESInvasão MangáHoje, às 15h, na Gibiteca de Fortaleza, (anexo da Biblioteca Dolor Barreira - Av. da Universidade, 2572, Benfica). Gratuito. Contato: (85) 3105.1299
Estimular o mercado, formar leitores e ampliar o conhecimento e o alcance da arte sequencial no Estado, por meio de debates, eventos e boas parcerias. Com esse objetivo, o Fórum de Quadrinhos do Ceará assumiu recentemente a agenda de eventos da Gibiteca de Fortaleza, equipamento cultural da Prefeitura Municipal, e realiza hoje o segundo evento da programação planejada para o espaço. Dessa vez, o tema será os mangás, tendo em vista o grande público amante das HQs japonesas.
O evento, batizado Invasão Mangá, promete ser uma oportunidade interessante para quem tem curiosidade de descobrir mais sobre o quadrinho nipônico e sua relação com a cultura pop. Participam do encontro a apresentadora Clarice Lin-Chan (TV Sana e da coluna Zona Otaku, do caderno Zoeira), a colunista Marcela Bezerra (site Alô Sana) e a professora de desenho e mangá, Blenda Furtado, que vão debater sobre os temas mangá, anime e cultura pop japonesa. O papo será mediado pelo cartunista JJ Marreiro, pioneiro no ensino das técnicas do gênero no Estado e um dos coordenadores do Fórum. A mesa-redonda começa às 15 horas, com encerramento previsto para as 17 horas, com o sorteio de mangás.
Retomado
A retomada dos eventos na Gibiteca por parte do Fórum teve início no dia 27 de maio, com a palestra do Klebs Junior, Diretor da Impacto Quadrinhos (SP) que agencia artistas para o mercado norte-americano. "O Fórum de Quadrinhos sempre teve um bom diálogo com a Direção da Biblioteca Pública Municipal Dolor Barreira (onde está sediada). No início de junho tivemos uma reunião com a Coordenação de Literatura do Município e com a direção da biblioteca, onde oficializamos a presença do Fórum na organização dos eventos da Gibiteca num regime de Gestão Compartilhada, que incluirá ações para melhoria deste equipamento", detalha.
Agora é a vez do Invasão Mangá, que, segundo J.J. Marreiro, surgiu como uma maneira de apresentar o ambiente da Gibiteca aos fãs do mangá que ainda não conhecem o espaço. "A ideia também é apresentar o mangá para quem tem curiosidade de conhecer um pouco mais sobre os quadrinhos japoneses e sua força no mundo pop, levando em conta o fato de que boa parte do acervo da Gibiteca é de mangás", explica o mediador.
Para a debatedora Clarice Lin-Chan, o encontro é uma oportunidade de desconstruir o estereótipo de que apenas homens gostam de HQs. "Foi uma coincidência todas as participantes da mesa serem mulheres, mas isso mostra o crescimento do mangá e do interesse do público feminino pelas HQs", ressalta a jovem.
Para Clarice, uma das características que torna o mangá tão influente entre adolescentes e jovens adultos, sejam homens ou mulheres, é a diversidade de temas abordados pelo gênero. "São assuntos bem atuais e diversificados, relacionados a vários universos. É fácil encontrar algo que lhe agrade. O público feminino, por exemplo, costuma curtir temáticas românticas. Mas há várias outras. As meninas também se familiarizam com os traços delicados do mangá. No fim, o gênero possibilitou o crescimento do interesse das mulheres pelos quadrinhos ocidentais, norte-americanos".
Para J.J. Marreiro, os mangás abriram novos horizontes editoriais no mundo todo. "É impossível pensar o mercado editorial hoje sem este segmento, não só no Brasil, mas também na Europa e nos EUA. Os quadrinhos japoneses, com seu arrojo visual e seu bem trabalhado marketing, invadiram o mundo do design, da moda, da animação, da TV e do cinema", esclarece.
O coordenador destaca ainda a influência do mangá na maneira de se fazer arte sequencial no ocidente. "Isso é patente nas Mega-Sagas criadas pelas editoras Marvel e DC Comics. Tanto roteiristas quanto desenhistas europeus, norte ou sul-americanos refletem em seu trabalho a presença do mangá. Os editores também já perceberam esse filão e um reflexo disso pode ser visto nos títulos Didi & Lili ou Luluzinha Teen que seguem o exemplo da Mônica Jovem, um dos maiores sucessos editoriais dos quadrinhos nacionais dos últimos tempos. Há de se pensar com respeito sobre qualquer tipo de quadrinho que influencie Maurício de Sousa, o Walt Disney do Brasil", reconhece.
ReferênciaEm relação ao evento de hoje, Marreiro cita as três convidadas como exemplo da influência do mangá sobre profissionais da área de desenho e cultura. "Clarice, Marcella e Blenda Furtado tem no mangá referenciais para suas profissões como colunistas, articulistas ou desenhistas. Reuni-las será uma maneira de imergir nesse fascinante tema", justifica. Tudo isso, porém, ainda não impede um certo preconceito sofrido pelos fãs do gênero no Brasil. "Quando falamos a palavra ´mangá´, muitas pessoas olham torto e perguntam se ´é aquele povo que se fantasia´", brinca Clarice.
Sobre os planos futuros do Fórum para a Gibiteca, Marreiro adianta algumas novidades. "Ainda este mês, no dia 25 de junho, teremos o Lançamento da revista Strano. No dia 2 de julho, teremos o Zinext Day, lançamento do grupo de pesquisa, discussão e produção de quadrinhos independentes. Também estamos ajustando o cronograma para os lançamentos da revista Rato do Prédio e do álbum ´Ariosto, a evolução natural do conquistador´, do João Belo", revela o coordenador do Fórum.
"Para setembro, teremos uma mega atração, o ´Ceará no MSP´, coincidindo com o lançamento do livro MSP Novos 50. Neste dia vamos reunir artistas que participaram do projeto MSP 50, série de álbuns de luxo em homenagem ao Maurício de Sousa", adianta Marreiro.
"A programação ainda está em aberto e novas atrações estão sendo planejadas. Os artistas que tiverem material terão espaço para levar a público sua produção no espaço nobre da Gibiteca, assim como o diálogo entre quadrinhos-animação-games-teatro-cinema está nos planos do Fórum", complementa o mediador.
ADRIANA MARTINSREPÓRTER
MAIS INFORMAÇÕESInvasão MangáHoje, às 15h, na Gibiteca de Fortaleza, (anexo da Biblioteca Dolor Barreira - Av. da Universidade, 2572, Benfica). Gratuito. Contato: (85) 3105.1299
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