Miracleman, o plágio que deu certo
Por Jotapê - Omelete
em 1954, pouco depois da publicação
de Capitão Marvel ter sido
cancelada nos Estados Unidos.
O fim do velho Capitão foi
conseqüência do acordo entre
a Fawcett e a National Periodicals,
o que encerrou um litígio de
vários anos. A segunda acusava a
primeira de ter plagiado seu
carro-chefe, o Super-Homem,
ao criar o Capitão Marvel.
Conversa pra boi dormir.
A verdade é que o Mortal
Mais Poderoso do Mundo
estava concorrendo pesado
com o Homem de Aço.
Isso foi na terra do Tio Sam. Aqui no Brasil, porém, o Capitão
Marvel continuou sendo republicado até o final da década de
60 na maior cara dura. Alguém na RGE deve ter decidido ignorar,
convenientemente, a celeuma americana. Melhor pros novos fãs do
Maioral Vermelho, entre os quais incluia-se o humilde escriba destas
mal traçadas.
Marvel continuou sendo republicado até o final da década de
60 na maior cara dura. Alguém na RGE deve ter decidido ignorar,
convenientemente, a celeuma americana. Melhor pros novos fãs do
Maioral Vermelho, entre os quais incluia-se o humilde escriba destas
mal traçadas.
Os ingleses, por sua vez, bolaram uma solução bem mais interessante.
No mês seguinte à publicação da última história do Capitão Marvel
proveniente dos Estados Unidos na revista britânica
Captain Marvel 24 da editora L. Miller & Sons,Ltd, foi lançada a
edição Marvelman 25. Grande sacada, não&qt& Foi a maneira
que o editor Leonard Miller e o quadrinhista Mick Anglo
bolaram pra não perder os leitores.
No mês seguinte à publicação da última história do Capitão Marvel
proveniente dos Estados Unidos na revista britânica
Captain Marvel 24 da editora L. Miller & Sons,Ltd, foi lançada a
edição Marvelman 25. Grande sacada, não&qt& Foi a maneira
que o editor Leonard Miller e o quadrinhista Mick Anglo
bolaram pra não perder os leitores.
Em português bem claro, mudou tudo, mas não mudou nada.
Na edição anterior, Captain Marvel 24, os ingleses haviam
incluído quadros que mostravam Billy Batson e Freddy Freeman,
respectivamente as identidades secretas de Capitão Marvel e
Capitão Marvel Jr., manifestando seu desejo de abandonar suas
carreiras de heróis pra levar vidas normais. No entanto, pra felicidade
geral do Reino Unido, sucessores dignos foram encontrados.
(E depois vocês reclamam do que a gente aprontou em Guerras Secretas).
incluído quadros que mostravam Billy Batson e Freddy Freeman,
respectivamente as identidades secretas de Capitão Marvel e
Capitão Marvel Jr., manifestando seu desejo de abandonar suas
carreiras de heróis pra levar vidas normais. No entanto, pra felicidade

(E depois vocês reclamam do que a gente aprontou em Guerras Secretas).
Na prática, Capitão Marvel virou Marvelman, Capitão Marvel Jr. virou Young Marvelman e a Mary Marvel foi trocada pelo Kid Marvelman. A palavra mágica Shazam foi substituída por Kimota. O vilão Dr. Silvana encontrou sua contraparte no malévolo Dr. Gargunza. As identidades secretas também mudaram, mas as aliterações foram mantidas: Micky Moran no lugar de Billy Batson e Dicky Dauntless no de Freddy Freeman.
As origens foram levemente alteradas,
mas o princípio básico das histórias se manteve.
Marvelman e sua turma não deixaram a peteca
da Família Marvel cair e foram enorme sucesso na Grã-Bretanha até 1963.
mas o princípio básico das histórias se manteve.
Marvelman e sua turma não deixaram a peteca
da Família Marvel cair e foram enorme sucesso na Grã-Bretanha até 1963.
No Brasil, o engraçado é que, nas revistas da RGE, que republicavam as
aventuras do Capitão Marvel, também entravam histórias do Marvelman,
que aqui recebeu o nome de Jack Marvel. Puro samba do crioulo doido.
aventuras do Capitão Marvel, também entravam histórias do Marvelman,
que aqui recebeu o nome de Jack Marvel. Puro samba do crioulo doido.
Se tudo tivesse acabado por aí, Marvelman seria apenas mais uma
curiosidade no mundo das HQs. Mas esses ingleses são geniais e a história
continuou. Em 1981, o herói voltou à cena, desta vez com roteiros
de Alan Moore, desenhos de Garry Leach e posteriormente de
Alan Davis. Depois de quase vinte anos, ele ressurgia em preto e
branco na revista Warrior Comics da editora britânica Quality
Comics. Nas suas páginas, o então futuro criador de Watchmen
realizou a proeza de redefinir a personagem ao mesmo tempo em
que mantinha sua origem tolinha da Era de Ouro.
curiosidade no mundo das HQs. Mas esses ingleses são geniais e a história
continuou. Em 1981, o herói voltou à cena, desta vez com roteiros
de Alan Moore, desenhos de Garry Leach e posteriormente de
Alan Davis. Depois de quase vinte anos, ele ressurgia em preto e
branco na revista Warrior Comics da editora britânica Quality
Comics. Nas suas páginas, o então futuro criador de Watchmen
realizou a proeza de redefinir a personagem ao mesmo tempo em
que mantinha sua origem tolinha da Era de Ouro.

Moran lembra-se, de repente, de um passado
apagado da memória: suas aventuras, nos
anos 50, como Marvelman e principalmente
da palavra mágica, Kimota. Novamente transformado
no galante e herói, ele volta correndo pra casa.
Lá chegando, conta tudo à sua esposa que, após
ouvir estarrecida, cai na gargalhada. Afinal, eram
histórias sem pé nem cabeça como as escritas
nos gibis para entreter crianças.
Na verdade, as recordações de Mickey Moran
eram as histórias criadas por Mick Anglo e
seus colaboradores publicadas por L. Miller
& Sons. Com o desenrolar da trama de Moore, os leitores ficam sabendo
que as antigas aventuras haviam sido implantadas por cientistas
trabalhando pra um projeto governamental secreto (Viram só de
onde Larry Hama tirou suas inspirações pra empastelar a vida do
Wolverine&qt&).
eram as histórias criadas por Mick Anglo e
seus colaboradores publicadas por L. Miller
& Sons. Com o desenrolar da trama de Moore, os leitores ficam sabendo
que as antigas aventuras haviam sido implantadas por cientistas
trabalhando pra um projeto governamental secreto (Viram só de
onde Larry Hama tirou suas inspirações pra empastelar a vida do
Wolverine&qt&).
Era tudo falso. Nenhum detalhe beirava a realidade. No entanto,
uma coisa era certa: apesar das lembranças absurdas, Mick Moran
realmente ganhava superpoderes quando dizia a palavra Kimota.
Aí tem início, uma das mais geniais HQs de todos os tempos,
na qual o perplexo Marvelman vai descobrindo qual é a verdade
de seu passado. Mas, se vocês pensam que vou abrir o jogo, estão
muito enganados. A trama é elaboradíssima e não merece ser
conspurcada com um reles resuminho.
uma coisa era certa: apesar das lembranças absurdas, Mick Moran
realmente ganhava superpoderes quando dizia a palavra Kimota.
Aí tem início, uma das mais geniais HQs de todos os tempos,
na qual o perplexo Marvelman vai descobrindo qual é a verdade
de seu passado. Mas, se vocês pensam que vou abrir o jogo, estão
muito enganados. A trama é elaboradíssima e não merece ser
conspurcada com um reles resuminho.
Em 1985, a editora americana, Eclipse Comics, levou, para os
Estados Unidos, as histórias de Marvelman. Para evitar problemas
com a Marvel, rebatizaram a personagem de Miracleman. Alan Moore
pôde, então, completar o trabalho interrompido na Warrior Comics,
contando com o talento dos ilustradores Steve Bissete e John Totleben,
seus parceiros em Swamp Thing.
Estados Unidos, as histórias de Marvelman. Para evitar problemas
com a Marvel, rebatizaram a personagem de Miracleman. Alan Moore
pôde, então, completar o trabalho interrompido na Warrior Comics,
contando com o talento dos ilustradores Steve Bissete e John Totleben,
seus parceiros em Swamp Thing.

Quando Moore, terminou o que tinha a "revelar" sobre o
passado oculto de Miracleman, Neil Gaiman assumiu o título.
Infelizmente, a Eclipse faliu em 1994. Um pena. Na época, a arte de
uma nova seqüência de histórias de Miracleman havia sido encomendada
ao brasileiro Mike Deodato Jr.Há cerca de três anos, McFarlane adquiriu
os direitos de publicação de Miracleman, mas até agora não fez
absolutamente nada com eles. Na época, correu o boato de que fez isso
para oferecê-los a Neil Gaiman a fim de que este desistisse de
reclamar direitos autorais por Angela.
passado oculto de Miracleman, Neil Gaiman assumiu o título.
Infelizmente, a Eclipse faliu em 1994. Um pena. Na época, a arte de
uma nova seqüência de histórias de Miracleman havia sido encomendada
ao brasileiro Mike Deodato Jr.Há cerca de três anos, McFarlane adquiriu
os direitos de publicação de Miracleman, mas até agora não fez
absolutamente nada com eles. Na época, correu o boato de que fez isso
para oferecê-los a Neil Gaiman a fim de que este desistisse de
reclamar direitos autorais por Angela.
Embora longe de ser esquecido, Miracleman voltou ao
limbo das personagens engavetadas, à espera de mais um retorno.
limbo das personagens engavetadas, à espera de mais um retorno.
Obs: recentemente esse problema relatado pelo JP foi solucionado
com a compra dos direitos do personagem MARVELMAN pela
MARVEL/DISNEY. (BP)
com a compra dos direitos do personagem MARVELMAN pela
MARVEL/DISNEY. (BP)
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