Por: Pedro de Luna
Com uma formação que passa pelo mercado de animação e publicidade, o artista consegue imprimir um estilo próprio e uma ambientação noir, com bons enquadramentos e um jogo de sombras bem feito, aproveitando bem os recursos do preto e branco. No entanto, o álbum lançado pela editora Devir se perde com pequenas histórias que não necessariamente são intercaladas e finais felizes de certa forma previsíveis.
Ao escolher a cidade de São Paulo como cenário - logo na primeira história os dois protagonistas passam pelo Viaduto do Chá - e utilizando gírias paulistas, acaba cometendo equívocos como na história do conflito entre os traficantes Benê e Tonelada, onde "desceu todo mundo do morro" (que morro?). Sem falar que detetive no Brasil não é lá mito afeito a usar terno e gravata.
Provavelmente inspirado no Spirit e seu ajudante Ébano (que também é um menino negro), Danilo até busca dar um toque atual através de personagens coadjuvantes como JC, que administra uma ONG para crianças, e o mendigo Profeta, que cita passagens da Bíblia.
Creio que num segundo livro, Danilo possa "abrasileirar" ainda mais seus personagens e quem sabe promovê-los a policiais federais, rodando o Brasil afora e solucionando casos diferentes envolvendo políticos corruptos, líderes religiosos que se aproveitam dos fiéis e milícias? Aí sim é bem capaz do público se identificar mais e virar fã destes heróis de carne e osso.
PUBLICADO EM 02.02.11
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