Por Milena Azevedo - GHQ
Desde que vi a arte feita por Alex Ross para o então senador e candidato à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, no clássico gesto de Clark Kent abrindo a camisa para se transformar no Superman, pensei comigo mesma: Obama já está eleito.
No dia 04 de novembro de 2008, tive o meu prognóstico confirmado, quando o mundo viu o “Super Obama” ganhar as eleições com 52% dos votos a seu favor.
Barack, embora ostentando dois sobrenomes não muito simpáticos aos norte-americanos, Hussein e Obama, superou todos os óbices que poderiam ter causado o efeito da kryptonita verde em sua campanha, justamente por nos lembrar a história de Kal-el.
Assim como o Superman, Barack não nasceu em solo americano propriamente dito, é um havaiano com descendência africana por parte de pai. Com a separação dos pais e o novo casamento de sua mãe, foi criado pelos avós maternos, em Honolulu, lá permanecendo até os 18 anos de idade, quando partiu para os Estados Unidos.
Barack Obama foi sempre o “escoteiro”, chegando a ser um agente comunitário exemplar, nos anos de 1980, e um advogado e professor de direito comprometido com a filantropia.
A vida de Barack Obama é o retrato de uma história de super-herói. Por isso, nada mais acertado do que a arte realista de Alex Ross, bem como as recentes revistas em quadrinhos nas quais Obama aparece como ele mesmo, vide o número 137 de Savage Dragon, criação de Erick Larsen, que precisou ser reimpressa para atender não apenas aos fãs do heroi, mas também aos simpatizantes do “Super Obama” – que já virou um item de colecionador, aparecendo à venda no e-Bay pela bagatela de U$ 49,00 (detalhe: o preço de capa é U$ 2,99).
Ninguém sabe se os quadrinhos imitam a vida ou vice-versa. Será coincidência o fato do “Super Obama” ter surgido nos céus quando só aumenta a popularidade de Mitchell Hundred? Para quem não é tão chegado assim ao mundo dos quadrinhos, ExMachina foi uma série criada por Brian K. Vaughan, em 2004, sobre um super-herói, o Mitchell Hundred, que se candidata e vence as eleições para prefeito de Nova York (vale lembrar que foi em 2004 que Obama ganhou as eleições para o senado norte-americano, pelo Estado de Illinois). A New Line já havia comprado os direitos para uma possível adaptação cinematográfica desde a premiação da série com o Eisner, em 2005, e em julho de 2008, a DC Comics lançou uma bela edição encadernada, com capa dura, das primeiras aventuras do herói.
Após os mandatos desastrosos de George W. Bush, os norte-americanos estavam precisando de um salvador; um homem que pudesse ser tido como exemplo de vida e que tivesse o poder de resgatar a dignidade perdida de uma América desequilibrada.
Então, não se espante se alguém olhar para o alto e gritar: “É um pássaro?, é um avião?”, e uma multidão bradar: “Não, é o Super Obama!”
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