segunda-feira, 26 de março de 2012

Anime e Mangá: Coisa de Criança?



É engraçada a forma que as pessoas se utilizam dessas palavras para recriminar aqueles que gostam de ler/ver mangás/animes. A cultura das pessoas as conduz a um julgamento prematuro do que realmente é o mangá/anime, sem ao menos se importar em ter o conhecimento para falar do assunto, simplesmente por ignorância ou até mesmo estupidez, decidem por não vislumbrar e se escondem sob a alcunha de que “Isso é coisa de Criança”.

O que realmente seria coisa de criança? Em sua maioria os mangás/anime que eu leio/vejo não têm o enredo voltado para crianças, vão muito além do que elas seriam capazes de compreender, e tão pouco tem o desenho que agrade a seus olhos infantis. Por que razão tal assunto deveria ser considerado para criança? O uso reiterado da generalização é uma forma de banalizar, ou seria talvez “diminuir”, nosso gosto por algo que não é de concordância da maioria. O que na verdade ocorre é que em nossa sociedade a cultura de adultos lerem/verem quadrinhos/desenhos não é muito introduzida e acreditamos, lê-se a maioria, que desenhos só podem ser vistos por crianças e usamos os exemplos clássicos dos desenhos da Disney. Porém, se o desenho que conhecemos não é necessariamente voltado para adulto não quer dizer que não possa ser visto por tal.

Um bom manga/anime voltado pro público adulto tem em suma uma boa história, o enredo é envolvente e muitas vezes instigante. É como, por exemplo, um bom seriado. Só que ao invés de usarem pessoas se utilizam de desenhos. Mas no Brasil os animes/mangás tiveram como seu público alvo as crianças. Fazendo assim, uma certa exclusão das outras pessoas. Essa “pré-seleção” de público gerou um certo preconceito e assim tornando um estigma para os mangás/animes a ligação com crianças.
A influência americana também ajudou a enraizar o bordão de que é coisa de criança, além claro, da influência interna que temos com a Turma da Mônica. Os quadrinhos japoneses, que em seu país natal tem separação por idades por terem temas pesados como drogas, vícios, entre outros, acabam sendo mantidos apenas na sessão onde as crianças os compram nas livrarias e/ou bancas de jornais. Um grande exemplo brasileiro de que quadrinho para o público adulto pode, se bem trabalhado, dar certo é o consagrado titulo de Holly Avenger. A história teve boas vendas e uma excelente repercussão no meio.
Por fim devemos dizer que as pessoas começam a compreender melhor nosso gosto por animes/mangás vendo a presença das pessoas mais velhas em eventos especializados e no aumento de opções no mercado, e ainda que seja em pequena escala, uma mudança já foi iniciada. Mas até que possamos mudar a cabeça dessas pessoas que tem um pré-conceito tão forte que turva a sua mente teremos ainda que ouvir muito que é coisa de criança. E pelo bom senso será melhor que tenhamos um sorriso no rosto. E é bem melhor ser criança do que velho não é?

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