A semântica poética do hipocampo
Matheus Moura
Série Quadrinhos poético-filosóficos, 4.
Paraíba: Marca de Fantasia, 2014. 80p. 13x19cm. R$20,00.
ISBN 978-85-67732-19-0
Matheus Moura
Série Quadrinhos poético-filosóficos, 4.
Paraíba: Marca de Fantasia, 2014. 80p. 13x19cm. R$20,00.
ISBN 978-85-67732-19-0
Por Henrique Magalhães - Marca de Fantasia 
A partir da obra do quadrinista piauiense Antonio 
Amaral, Matheus moura propõe a discussão sobre o ato criativo baseado na
 singularidade desse autor. Para Matheus, “como criador de quadrinhos, 
Amaral é um vanguardista. Suas histórias destoam em muito do que 
originalmente se espera de uma HQ. Não só de maneira gráfica, mas 
textual também. As imagens produzidas pelo autor são extremamente 
complexas e de difícil conceitualização. Seus textos seguem linhas 
gerais similares ao desenho e rompem com as expectativas dos leitores de
 quadrinhos tradicionais. Algo latente no trabalho é a força poética e 
hermética de expressão do artista, com influência do expressionismo e do
 abstracionismo aliado a textos um tanto quanto dadaístas.” 
A pesquisa de Matheus, 
desenvolvida para o Mestrado em Arte e Cultura Visual da Universidade 
Federal de Goiás (FAV-UFG), sob orientação do prof. Dr. Edgar Franco, 
levou-o a participar como co-autor de um dos trabalhos de Amaral, ao 
criar Muricituba viu o ><"º> olhando pra nós, história em 
quadrinhos de seis páginas publicada na revista independente Camiño di 
Rato n.6, editada por Matheus em 2013. 
                    
Como indicado no livro, “apesar 
desta história ser construída por Amaral, foi influenciada (ou 
instigada) por este pesquisador a participar como coautor – influência 
na temática, no insight e interação no texto. De maneira direta e 
indiretamente a construção dessa história, em especial, é inédita e 
inusitada para ambos os envolvidos.” 
                    
O instigante trabalho de Amaral 
foge aos padrões das HQ comerciais e mesmo da própria linguagem dos 
quadrinhos ao abrir mão da narrativa. Matheus reforça que “a essência 
proposta por Amaral à trama é obscura, a se realizar individualmente a 
partir das interpretações do leitor. O sentido, portanto, é intrínseco a
 cada um, sendo aberto, dinâmico e não linear.” Ou seja, cabe ao leitor 
complementar a mensagem com seu repertório particular e daí dar sentido à
 narrativa, ou a sua ausência. 
                    
Esse processo criativo e 
fragmentário da obra de Amaral é o objeto central do livro, que amplia a
 discussão a respeito dos quadrinhos poético-filosóficos. Num sentido 
mais amplo, os quadrinhos de Amaral dialogam com as chamadas tiras 
livres, que rompem com o discurso linear do gênero. 
                    
H. Magalhães, a partir da apresentação da obra 
Nenhum comentário:
Postar um comentário