segunda-feira, 18 de julho de 2011

Capitão 7

Por Alexandre Callari
Um dos personagens nacionais frequentemente lembrado pelos fãs mais antigos de HQs é o Capitão 7 que, sem dúvida, marcou uma época na TV brasileira e na publicação de quadrinhos no Brasil. E é sobre ele que falaremos neste Arquivo de Curiosidades.
Na verdade, o herói não surgiu como um herói de quadrinhos, mas sim em um programa televisivo da rede Record, no distante ano de 1954. Ele era interpretado por Ayres Campos e sua série permaneceu no ar até 1966, tendo totalizado o respeitável número de 503 shows gravados. No começo, o programa chegou a ser transmitido ao vivo, mas posteriormente a emissora optou por fazer gravações.
O personagem, claramente inspirado nos heróis estadunidenses, contava com uma assistente chamada Silvana, que tornou-se sua namorada e por fim esposa, interpretada pela atriz Idalina de Oliveira. O número 7 que ostentava no peito, era evidentemente uma alusão ao número do canal que a Rede Record utilizava no televisor. Isso fez com que o personagem ficasse conhecido como o “herói da Record”.
O Capitão 7 ganhou uma revista própria em outubro de 1959 publicada pela editora Continental. A adaptação ficou por conta de Jayme Cortez, um dos mestres do quadrinho nacional e durou 54 edições. A exemplo de sua irmã mais velha em live-action, a revista Capitão 7 também foi muito bem recebida pelo público e teve um número rotativo de criadores, sendo que dentre eles, chegou a contar com a arte de outra lenda dos quadrinhos nacionais, Gedeone Malagola.
A identidade secreta do Capitão 7 era Carlos (sem sobrenome) e seu arqui-inimigo era o Caveira, um vilão que curiosamente surgiu primeiro nos quadrinhos, em Capitão 7 nº 19, criado por Juarez Odilon, e depois foi levado para a TV.
Os quadrinhos foram uma oportunidade para expandir a mitologia do personagem que era limitada na televisão, tanto pelo espaço, quanto pelo formato. A origem de Capitão 7 era típica dos heróis da Era de Prata: os pais de Carlos ajudaram um alienígena em necessidade que, em retribuição, levou o filho deles ao seu planeta para ser educado por sua raça. O local, que era bem mais evoluído que a Terra, permitiu que Carlos desenvolvesse superpoderes, incluindo superforça, capacidade de voo e um raciocínio além do normal. Ao atingir a maioridade, Carlos retorna a Terra e passa a ser seu protetor. Do espaço, ele fica em sua nave observando o comportamento das pessoas e sempre que é necessário, entra em ação para protegê-las.
O herói fez tanto sucesso que foi criado um “clube” para o programa televisivo dele, nos moldes do famosos Clube do Mickey, patrocinado pela Vigor e que incentivava as crianças a terem um corpo e uma vida saudáveis.
PUBLICADO EM 30-03-11

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