Por Universidade de Quadrinhos
A Disney tem demonstrado uma capacidade inquebrantável de tranformar quase tudo o que toca em uma máquina de fazer dinheiro
Robert Iger, chefe-executivo da Disney, adora vangloriar-se do que chama de “o diferencial Disney”, uma certa “magia” que distingue sua empresa de outros grandes conglomerados de mídia e entretenimento. Não é à toa. A Disney goza de sucesso ímpar na venda de franquias mundialmente e tem demonstrado uma capacidade inquebrantável de tranformar quase tudo o que toca em uma máquina de fazer dinheiro. Lançado poucos meses atrás, ToyStory 3, o filme de animação que se tornou líder em bilheteria, é apenas o exemplo mais recente dessa tal “magia”.
O segredo do sucesso do império Disney, de valor estimado em US$ 68 bilhões, é a sua propriedade intelectual. Nenhuma outra empresa tem tamanho arsenal de personagens bem conhecidos, fofinhos, familiares e altamente comerciais. Mas, de acordo com analistas, é preciso mais do que isso para fazer o que a gigante faz. A Disney adquiriu décadas de experiência na logística de como vender um produto — seja ele uma série de TV ou um filme de animação –, como exportar mercadorias relacionadas a estes produtos, quanto cobrar pela mercadoria, e como inserir todos os itens acima em diversos mercados nos cantos mais remotos do planeta. O resultado é uma série de projetos bem-sucedidos e concebidos, construídos e vendidos através de diversas subsidiárias da Disney espalhadas pelo mundo.
O filme Toy Story 3 é um bom exemplo de como funciona a máquina Disney. Após o lançamento de uma campanha de marketing mundial, o filme estreou em 18 de junho, arrecadando US$ 1 bilhão nas bilheterias, mais do que qualquer outro filme este ano e do que qualquer outro filme de animação da história. Mas isso foi só o começo.
O departamento de produtos de consumo da Disney havia se preparado para vender bonecos, roupas, livros, revistas, figurinhas, objetos colecionáveis, e milhares de outros produtos, tudo com a temática dos personagens do filme. Além disso, em agosto, a filial da Disneylândia em Paris já estava pronta para inaugurar o Toy Story Playland, um novo brinquedo que vinha sendo construído há anos mas cujo lançamento, claro, coincidiu com o filme. A Walt Disney World já havia criado a atração Toy Story Mania!, mas renovou a experiência 3-D do passeio incluindo um novo personagem que estreou no filme. Enquanto isso,o departamento de conteúdo interativo da empresa lançou novos videogames para Nintendo, Xbox e PlayStation, e produziu aplicativos para telefones móveis e Ipad.
E quando a Disney quer gerar algum frisson adicional, pode fazê-lo através da sua emissora de TV, a ABC, ou de seus canais a cabo, como o Disney Channel, conhecida incubadora de artistas que depois se tornam estrelas da empresa. Some-se a isso o conhecimento que a Disney tem do seu público ao redor do mundo, e eis uma empresa que sabe que preço que os consumidores japonêses estão dispostos a pagar por chapéus do Mickey Mouse, e como distribuir na China milhões de kits temáticos do ursinho Puff que ensinam a falar inglês. “Essas informações são valiosas e as outras empresas não conseguem obtê-las com facilidade”, disse à Newsweek o analista de mídia Howard Vogel, professor adjunto da Universidade de Columbia.
Há também a Disneylândia, o parque temático que criou o conceito de parques temáticos quando foi inaugurado, em 1955. O parque não só deu nova vida a franquias existentes, proporcionando um espaço para brinquedos como Branca de Neve Scary Adventures, mas rentabilizou essa integração.Quando se trata de globalizar uma franquia, a Disney dispõe de operações e uma compreensão de mercado muito mais robustos, maduros, e bem constituídos do que o resto da indústria.
Para o desalento das rivais, a habilidade da Disney de lançar um produto com sucesso de diversas maneiras vem se expandindo. No ano passado, a empresa adquiriu a Marvel, gigante dos quadrinhos, dando-lhe os direitos sobre o Homem-Aranha, o Homem de Ferro, o Incrível Hulk, entre outros personagens. Embora os contratos anteriores da Marvel devam impedir a Disney de realizar lucros imediatos com esses personagens, a Marvel tem potencial para ser lucrativa por um bom e longo prazo.
Mas não é só. A Disney acaba de anunciar que o Fantasy, o quarto cruzeiro que a empresa promove no Caribe, fará sua viagem inaugural em 2012. Sim, pasmem, a Disney também tem uma empresa de cruzeiros.
Fonte:http://opiniaoenoticia.com.br/economia/disney-imperio-em-expansao/
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