sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Receita para se fazer um herói

Por Milena Azevedo - GHQ
O Capitão América é um dos super-heróis mais sem sal da Marvel.
Criado durante a 2ª Guerra Mundial como símbolo nacionalista, infundia orgulho patriótico no coração e nas mentes de crianças e adolescentes norte-americanos, que não se cansavam de vê-lo socar Hitler e derrotar os soldados alemães e japoneses, ajudando a ganhar a Guerra para os Aliados.
Na década de 1960, com a reformulação do personagem feita por Stan Lee e Jack Kirby, o Capitão América ficou introspectivo, passando a refletir sobre suas ações, mas nunca deixando de atender ao chamado de seu país, agora como líder dos Vingadores.
Ele só se tornou um personagem mais crível e interessante com a série Os Supremos, uma repaginação dos Vingadores, proposta por Mark Millar e Bryan Hitch, no início dos anos 2000.
Então, como apostar num herói sem carisma para o resto do mundo, como carro-chefe do filme que precederia Os Vingadores, menina dos olhos do Marvel Studios? Responder a essa pergunta não foi fácil, tanto que o projeto para o filme do Capitão América foi adiado diversas vezes, com troca de diretores e roteiristas; ninguém queria repetir o fracasso do filme produzido em 1990, estrelado por Matt Salinger.
O primeiro passo para a realização de um filme bacana do “Sentinela da Liberdade” foi a contratação do diretor Joe Johnston (Rocketeer, O céu de outubro), que já havia sido diretor de arte de O Império Contra-ataca e Os Caçadores da arca perdida, um expert em compor espaços futuristas e retrôs na mesma medida.
Centrar a trama durante a 2ª Guerra Mundial também foi outro acerto, bem como mostrar Howard Stark e a tecnologia de Asgard, linkando o filme aos anteriores, fechando assim o prequel para Os Vingadores.
Capitão América: o Primeiro Vingador (2011) acompanha o franzino Steve Rogers (Chris Evans, o Tocha Humana dos dois filmes do Quarteto Fantástico), um jovem de boa índole e louco para se alistar no exército e lutar pelos Estados Unidos. Não se conformando em ser rejeitado, forja identidades diferentes até ser escolhido pelo Dr. Abraham Erskine (Stanley Tucci) como o modelo ideal para o Projeto Renascimento, recebendo na veia a fórmula do Super Soldado e se tornando o Capitão América.
O Capitão América é ridicularizado pelo exército porque vira garoto-propaganda do Governo, em apresentações-espetáculos ao longo do país. O primeiro obstáculo a ser enfrentado pelo herói é justamente o Coronel Chester Phillips (Tommy Lee Jones), que não se convenceu de que Rogers é o homem certo para o projeto, embora ele conte com a ajuda da oficial Peggy Carter (Hayley Atwell).
Para mostrar que é um soldado pronto para a batalha, o Capitão parte numa missão secreta e resgata 400 soldados norte-americanos, dentre eles seu amigo James Barnes, o Bucky (Sebastian Stan). E ao saber que o oficial alemão Johann Schmidt (Hugo Weaving) também fora injetado com a fórmula do Super Soldado, transformando-se no Caveira Vermelha e liderando o grupo conhecido como Hidra, ele forma uma equipe (que nos quadrinhos se chamou The Howling Commandos) para combater seus ideais maléficos. E o epílogo do filme é o prólogo para Os Vingadores, que tudo indica será O blockbuster de 2012, como se pode ver nas cenas bônus pós-créditos.
Com muito efeito especial, renderização em 3D, direção de arte caprichada, boas cenas de ação, humor e uma leve pitada de romance, Capitão América: o Primeiro Vingador está convertendo o herói meia-boca em novo ídolo da geração pós-11 de setembro. Isso porque, espertamente, Johnston optou por focar a Hidra e o Caveira Vermelha como os inimigos, não os nazistas propriamente ditos, além de colocar o Capitão América como um ingênuo emissário da liberdade e da paz frente à megalomania de um homem obcecado pelo poder de deuses ancestrais (qualquer semelhança com a Al-Qaeda e Osama bin Laden não é mera coincidência).
OBS: esse post me alertou para algo que eu ainda não tinha me tocado até o presente momento sobre o velho Steve Rogers: ele é um dos herois "mais sem sal" da Marvel! Aproveitando a deixa da Milena, eu recomendaria a galera que sofre de pressão alta o consumo indiscriminado e sem contra-indicações dos Captain Americans, principalmente da versão suculenta produzida pelo Rob Liefeld. Mas fica o alerta: fiquem longe do NAMOR!(BP)

Um comentário:

Rodrigo disse...

Capitão de merda!

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