Festival Internacional de Quadrinhos, que começa dia 9 de novembro, traz a BH destaques do setor
Artistas mineiros se preparam para mostrar trabalhos e brigar por novos mercados
Ricardo Tokumoto, Daniel Pinheiro Lima, Luciana Cafaggi, Eduardo Damasceno, Luis Felipe Garrocho, Daniel Werneck e Vitor Cafaggi: quadrinistas se unem para comandar o estande da Pandemômio no FIQ |
“O importante é colocar a mão na massa, não ficar cheio de medinho e achar que não tem espaço no mercado, porque tem sim”, recomendaram os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá na última passagem pelo Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, o FIQ. Era 2009 e naquela época a aspirante a desenhista Luciana Cafaggi ziguezagueava pelos corredores do evento à procura de um norte na vida. Passados dois anos, ela voltará a caminhar entre exposições, debates e lançamentos, mas a postura será outra.
A próxima edição do FIQ, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da Fundação Municipal de Cultura, começa dia 9 de novembro. Em vez de caça de autógrafos, é bem provável que Luciana dê autógrafos, quem sabe até para os badalados gêmeos. É que enquanto eles lançam o premiado livro Daytripper no festival mineiro, ela estreia no mercado independente com Mixtape, uma pequenina e charmosa revista em formato de fita cassete com quatro histórias. “Lembro-me de eles falarem: ‘Você só vai alcançar seu sonho se começar a fazer de verdade’. Foi o que fiz”, conta.
Do próprio bolso, Luciana Cafaggi pagou R$ 2,5 mil para a publicação de mil exemplares da revista. E ela não está sozinha nessa onda independente dos quadrinhos em Belo Horizonte. Seu irmão, Vitor Cafaggi, gastou R$ 5 mil para a publicação de Duotoni. Ricardo Tokumoto investiu R$ 5 mil para o lançamento de Ryotiras e Ovelha negra. Além deles tem também o trio formado por Eduardo Damasceno, Bruno Ito e Luís Felipe Garrocho, que desde abril se agitam para o lançamento de Achados e perdidos. O livro, que vem acompanhado de um CD, se materializou por meio do crowd founding, ou seja, o financiamento coletivo, a popular “vaquinha”.
“Depois que decidimos publicar e lançar no FIQ pensamos: com que dinheiro? Fizemos os orçamentos e nos cadastramos no site Catarse. Oferecemos o livro em pré-venda e conseguimos R$ 30 mil”, conta Damasceno. Dos mil exemplares produzidos para o FIQ, mais da metade já tem dono, feito que deixa Daniel animado com o mercado mineiro. “Desde abril organizamos encontros para os quadrinistas de BH se conhecerem. Em um desses encontros decidimos montar um estande juntos”, diz.
Assim nasceu o Pandemônio, o espaço do FIQ onde serão lançados pelo menos 10 trabalhos de jovens profissionais do estado, que, curiosamente, passam de meros frequentadores a profissionais em atividade no festival. “Foi no penúltimo FIQ que decidi seguir essa carreira. É estamos caminhando junto com o festival”, concorda Vitor Cafaggi.
Diferença
São iniciativas como esta que levam o “veterano” Fábio Moon a apostar que os artistas brasileiros é que fazem a diferença no cenário contemporâneo. Ao descobrir que estavam com a faca e o queijo na mão, seguiram em frente. “Eles perceberam que às vezes é melhor começar por conta própria, porque isso chama a atenção. É o trabalho que repercute. Os autores estão fazendo a diferença, mostrando a cara dos quadrinhos e a variedade possível. É isso que está criando essa sensação boa”, afirma Fábio.
Ilustrações de Luciana Cafaggi da revista Mixtape |
Serraria Souza Pinto, Avenida Assis Chateubriand, 809, Centro. De 9 a 13 de novembro, 10h. Entrada franca. Informações: fiqbh.com.br.
No cardápio
A sétima edição do FIQ terá como homenageado o brasileiro Maurício de Sousa e a Coreia do Sul é o país tema. Por isso, durante o período do festival, os restaurantes populares da cidade servirão comida coreana entre as opções do menu. O criador da Turma da Mônica, que confirmou presença no FIQ, ganha exposição de sua trajetória. Toda a programação será desenvolvida na Serraria Souza Pinto, que contará com estandes e espaços para painéis, entrevistas com autores e lançamentos.
FIQ em números
3 eventos de avaliação de portfólios
5 dias
44 oficinas
69 convidados
10 exposições60 lançamentos (dos quais 8 SERÃO NO STAND 4 e lembrando que ainda teremos: OCRE e CAROÇO NO ANGÚ do Gilmar que não entraram na programação oficial do evento - BP)
Outro detalhe ímpar e que pesara na balança:
BOTAMEM SOARES ou Felipe Assumpção nas horas vagas, estará entre nós!
E ter um super-heroi da casa em nossas fileiras, contará muito no resultado final.
Pandemônio, TREMEI!
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