A base para o Universo Marvel dos cinemas foram Os Vingadores. Sejam os personagens atuando sozinhos ou em equipe, eles foram a espinha dorsal e o corpo do que o estúdio fez na tela grande. Até agora. Com as complicadas negociações para a renovação dos contratos dos principais atores, a Casa das Ideias pode estar começando a dar atenção para novas franquias.
Um dos grandes "problemas" dos filmes da Marvel é que eles acabaram ancorados na figura dos atores que interpretam os personagens, e não o contrário. O caso mais importante é, claro, o do Robert Downey Jr. A presença dele não só está inflacionando salários e egos, como também é impossível contar com o ator para sempre. Uma hora ele não estará mais lá e isso terá um impacto, por mais que o Kevin Feige, manda-chuva da Marvel Studios, diga que a ideia é ter com o Tony Stark algo próximo que existe com James Bond.
Por isso, não espanta a informação do Hollywood Reporter de que a Marvel estaria analisando projetos envolvendo personagens como Blade, Ms. Marvel, Punho de Ferro, Doutor Estranho, Pantera Negra, Fugitivos e até Máquina de Combate e Falcão (que estará no próximo filme do Capitão América). Informações que o próprio Feige tem negado — principalmente as relacionadas aos dois últimos personagens.
O fato é que, neste momento, estão rolando inúmeras especulações sobre o futuro da Marvel justamente pela rodada de renovações que estão acontecendo. Quem acompanha o noticiário esportivo conhece esse período como “silly season”. É quando informações que não deveriam ser vazadas vazam, ou ainda são plantadas para que um dos lados lucre com as negociações. É normal e faz parte da vida — e sim, deve ser noticiado, mas sempre com uma “interrogação”.
Porém, diria que a estratégia de ampliar o número de franquias da Marvel Studios faz muito sentido. Primeiro porque a Disney já deixou bem claro que quer qualidade E quantidade — vide Star Wars, que passará a ter um filme por ano. E tudo isso cria um paralelo interessante com o mundo dos quadrinhos.
Antigamente, quando se vendiam gibis em banca nos EUA, cada editora tinha menos revistas e mais personagens amplamente conhecidos. Por isso, as tiragens eram muito grandes. Com a ampliação do mercado direto e das comic shops, as editoras passaram a pulverizar as publicações. Mais revistas, mais personagens menos conhecidos, mais HQs de nicho para certos públicos e risco diluído. Tudo em uma loja específica para a mídia.
Só pra ficar em um exemplo recente: abril não foi um mês de blockbusters nos quadrinhos, mas as vendas foram boas.
Agora, transporte isso pros filmes: a Marvel já mostrou que sabe fazer grandes longas-metragens. Por que não lançar vários, sendo alguns blockbusters, outros com menos salas; uns mais adultos, outros direto para o mercado de home video… Os orçamentos são menores, há a chance de sair algumas merdas, mas você dilui o risco.
Dessa forma, uma eventual saída do Robert Downey Jr (só pra ficar no mesmo exemplo) poderia fragilizar a franquia do Homem de Ferro, mas a Marvel teria mais dez ou 15 franquias na TV e no cinema que compensariam as perdas — e essas franquias não seriam, necessariamente, apoiadas em um ator, mas sim em um contexto. E assim segue a vida.
Por tudo isso, nesse futuro da Marvel Studios, diria que cabe não só Ms. Marvel, Blade e Máquina de Combate, mas muitos, MUITOS outros personagens.
Via Judão
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