A Disney escolheu como 50º desenho animado de sua história "Enrolados", que é uma nova versão do clássico criado pelos irmãos Grimm, só que dessa vez com tecnologia 3D de última geração.
"Enrolados" estreia nesta quarta-feira nos Estados Unidos, aproveitando o fim de semana prolongado pelo Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. No Brasil a estreia está programada para janeiro.
O desenho é a mais recente obra cinematográfica protagonizada por uma princesa do estúdio de Mickey Mouse, que chega aos cinemas americanos um ano depois do primeiro longa-metragem de animação estrelado por uma princesa negra, "A Princesa e o Sapo".
Este ano, a Disney retoma o conto da jovem de longos cabelos louros e olhos claros, mas, dessa vez, entrando um pouco no terreno de irreverência da Dreamworks ("Shrek") e da excelência narrativa da Pixar ("Toy Story", "UP - Altas Aventuras").
"Adoramos nossas raízes e o legado dos clássicos da Disney", explicou à AFP Nathan Greno, co-diretor do filme com Byron Howard.
"Alguns de nossos filmes favoritos são os que a Disney fez no passado. Por isto queríamos tanto retomar o melhor destes filmes e incluí-lo em 'Enrolados', mas sem voltar ao passado", completou.
"Nós somos cínicos", disse. Queríamos um filme à altura de 'Cinderela', 'Dumbo' e 'Pinóquio', mas dando algo novo ao público".
O longa-metragem narra a emancipação de uma jovem princesa de cabelos mágicos, sequestrada quando bebê e mantida como refém durante 18 anos em uma torre por seu carrasco, que a cria como filha. Ela finalmente consegue escapar com a ajuda de um homem encantador para descobrir a vida real e o amor.
"O coração do roteiro é a busca inicial de uma jovem que tenta encontrar a si mesma", conta Greno.
A madrasta dos irmãos Grimm vira a vilã na versão da Disney: egoísta, possessiva, obcecada pela morte e mestre na chantagem emocional.
"Se você assiste aos melhores filmes do estúdio, todos têm um pano de fundo obscuro", destaca Howard.
"Cruella (de "101 dálmatas", 1961) esquartejava cachorros para fazer casacos, uma coisa bastante ruim".
Além das qualidades narrativas, "Enrolados" se beneficiou das técnicas mais recentes de animação.
"O cabelo, na animação digital, geralmente é cortado e sequer chega aos ombros. Portanto era um pesadelo fazer com que o cabelo estivesse em contato com outras coisas", explica Nathan Greno.
"O desafio era alcançar a semelhança perfeita com uma grande cabeleira", explica Carlos Cabral, um dos animadores do filme.
Ele também destaca a animação dos rostos, com uma nova técnica capaz de proporcionar "uma ampla gama de expressões, das mais simples até as mais sutis, mas conservando as características da face decidida pelo diretor artístico".
Uma técnica que também permitiu aos animadores dar aos personagens certas expressões dos atores que dublaram o filme: a cantora e atriz Mandy Moore (Rapunzel) e o ator Zachary Levi (Flynn Ryder).
"O que fazemos é sempre utilizar a imaginação", declarou à AFP Zachary Levi (dos seriado "Chuck"), a voz de Flint, que rouba o coração de Rapunzel.
"Pelo menos nos filmes de ficção existe muitas coisas reais que nos ajudam a construir um mundo. Mas em uma animação é preciso inventar. É um verdadeiro desafio", conclui.
PUBLICADO EM 23.11.10
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