sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Tudo sobre o HOMEM-ANIMAL

Por Oralndo - Fanboy
Homem-Animal Pré-Crise
Dave Wood e Carmine Infantino
Voltemos no tempo, precisamente para setembro de 1965, quando no número 180 da revista Strange Adventures o escritor Dave Wood e o desenhista Carmine Infantino trouxeram ao mundo dos quadrinhos o personagem Buddy Baker, um homem comum que ao ver uma espaçonave alienígena cair na Terra, resolveu investigar. Buddy recebeu uma grande carga de radiação, que alteraria seu corpo para sempre.
Quando animais de um zoológico escaparam, Buddy descobriu que quando se aproximava de algum animal, de alguma forma, absorvia suas habilidades. Dessa forma, pode voar como um pássaro, nadar como um tubarão e correr tão rápido quanto um jaguar.
Após pequenas aventuras incitadas pela nova realidade, Buddy decidiu confeccionar um uniforme e passou a usar o nome de Homem-Animal (Animal-Man ou A-Man, no original) quando usava seus poderes em público.
O tempo foi-se passando e as habilidades de Buddy foram lhe permitindo ajudar pessoas em um problema ou outro, mas nunca teve a intenção de tornar-se um super-herói e combater o crime.
Foi então que Buddy casou-se com Ellen Frazier e abandonou sua identidade de Homem-Animal por muitos anos, enquanto continuava com sua carreira de dublê no cinema. Buddy e Ellen tiveram dois filhos, Cliff e Maxine, que não monstraram qualquer disfunção relativa ao acidente sofrido pelo pai anos atrás.
O Homem-Animal teve cinco histórias publicadas na revista Strange Adventures. Além da estréia na edição 180, apareceu também nos números 184, 190 (quando usou uniforme pela primeira vez), 195 e 201.
A série Strange Adventures foi publicada pela DC Comics desde 1950, chegando ao seu fim no número 244, no ano de 1973. Ao longo dos 23 anos, a revista serviu como laboratório para personagens... estranhos, que não atendiam ao mesmo público de heróis clássicos como Superman, Flash e Batman. Além do Homem-Animal, saíram de suas páginas também o Capitão Cometa e Deadman, este último publicado em parte no Brasil pela editora Brainstore, na revista Dark Heroes.
Durante muito tempo Strange Adventures serviu de casa para o Cavaleiro Atômico, e terminou publicando contos de Adam Strange, além de apresentar a origem do Homem-Imortal, que mais tarde atuaria ao lado do Homem-Animal no grupo Heróis Esquecidos (Forgotten Heroes).
Buddy Baker teve duas aventuras publicadas em Wonder Woman #267 e #268, após mais de uma década no ostracismo, resgatado pela dupla Gerry Conway e Jose Delbo. Essas edições saíram aqui no Brasil em Heróis em Ação #4 e #5, pela Editora Abril, no ano de 1984. O Homem-Animal fez também algumas aparições em títulos como Action Comics, Red Tornado e DC Comics Presents, sozinho ou no grupo Heróis Esquecidos.
Heróis Esquecidos
Os Heróis Esquecidos reúnem alguns heróis relegados à terceira divisão da DC que encontraram antigas pirâmides douradas em diversos cantos do mundo, que logo são confiscadas pelo governo dos EUA. Reunidos pelo Homem-Imortal, ficam sabendo que as relíquias por eles encontradas fazem parte do plano do também imortal Vandal Savage para destruir o Superman.
Com a liderança do Homem-Imortal e a eventual ajuda do Superman, estes heróis esquecidos unem-se para destruir as pirâmides e salvar o mundo. Ao fim da aventura, decidem permanecerem unidos para resolverem juntos problemas que separados não dariam conta.
O nome do grupo, ?Heróis Esquecidos?, aparentemente pejorativo, tinha a intenção de passar a mensagem de que qualquer pessoa no mundo podia ser um herói, não importando quão famoso era.
A primeira aparição do grupo foi na revista Action Comics #552, com texto de Marv Wolfman e arte de Gil Kane.
Além do Homem-Animal, formavam os Heróis Esquecidos:
Cave Carson: Um arqueologista e explorador de cavernas (daí o apelido Cave) sem superpoderes. Apareceu pela primeira vez na revista Brave and The Bold #31. Suas aventuras mostravam grandes expedições em buscas de cidades perdidas, ao lado de seus companheiros Bulldizer Smith, Christie Madison, Johnny Blake e Lena, sua macaquinha. Usava em seu auxílio a Mighty Mole, arma que dispara poderosos raios que cortam rochas como manteiga. Criado por Ed Herron e Bruno Premiani.
Delfim (Dolphin): Pouco se sabe dessa misteriosa garota que pode ficar submersa de cinco a seis horas. Especula-se que pode ser a última de uma antiga raça submarina, uma alienígena ou o resultado de alguma experiência esquecida. Teve sua primeira aparição em Showcase #79, em janeiro de 1969, criada por Jay Scott Pike.
Homem-Imortal (Immortal Man): Heróico desde que era um jovem guerreiro de uma tribo pré-histórica, teve como grande inimigo o ardiloso Vandar Adg, e foi em uma batalha contra Adg que uma grande bola de fogo caiu dos céus e, com sua radiação, conferiu a Adg o dom da imortalidade. O jovem guerreiro, sem saber que fora afetado, encontrou no local da queda da bola de fogo uma brilhante jóia, que usa até hoje como amuleto. Sua imortalidade, porém, é um pouco diferente. Ele pode morrer, mas renasce em seguida com outra pessoa, às vezes jovem, outras vezes velho. Foi em Strange Adventures #177 em junho de 1965 que este personagem veio ao mundo, criado por Jack Sparling.
Rick Flagg: L íder do primeiro Esquadrão Suicida que foi formado durante a 2ª Guerra Mundial para servir como um grupo ultra-secreto ao governo norte-americano. É um grande estrategista. Apareceu pela primeira vez em Brave and the Bold #25, em agosto de 1959, pelas mãos de Robert Kanigher e Ross Andru.
Dane Dorrance: Antigo líder do Sea Devils, grupo de exploradores submarinos que objetivavam a descoberta de antigas civilizações e tesouros perdidos. Lutavam contra inimigos como Octopus Man, Mr. Neptune, The Human Tidal Wave, Manosaur, Man-Fish, Captain X e monstros aquáticos. Dorrance não tinha superpoderes, e sua primeira aparição, juntamente com os Sea Devils, foi na Showcase #25.
Congo Bill: Um explorador e naturalista, possui um anel que possibilita ao dono trocar de mente com o gorila dourado chamado Congorilla. É um grande atleta e ótimo lutador. Sua estréia foi em More Fun Comics #56, uma das mais antigas revistas da DC que lançou personagens como o Espectro, Dr. Destino, Johnny Quick, Aquaman, Arqueiro Verde, Ricardito e Superboy. Substituiu a primeira revista da DC, New Fun Comics, que durou apenas 6 edições. Apareceu também como Congorilla em Action Comics #1, ao lado do Superman.
Rip Hunter (Time Master): Cientista e viajante do tempo que, com sua esfera por ele mesmo criada, pode ir para qualquer lugar do tempo-espaço. Debutou na Showcase #20, em 1959.
A Crise
Buddy (dir) ao lado de Rip Hunter na nave de Brainiac
O universo da DC Comics andava uma confusão danada. Com 50 anos de história nas costas, a tradicional editora se via enrolada ao ter que dar consistência para diversos universos, Terras e tempos paralelos.
Foi então que o lendário Marv Wolfman, então escritor dos Novos Titãs, resolveu criar uma história que arrumasse a casa. A premissa era a de um universo negativo que estava para tomar o lugar do nosso universo positivo, acabando com nossa realidade.
A participação de Buddy Baker na saga foi discretíssima. Apareceu apenas nas duas últimas edições americanas (#11 e #12), juntamente com outros heróis como Rip Hunter, Delfim. Capitão Cometa, Adam Strange e Cavaleiro Atômico. A missão designada a eles era a de investigar a nave de Brainiac e pedir sua ajuda. São levados então até Apokolips, onde são recebidos por Darkseid.
Darkseid ajuda a deter o Antimonitor usando o corpo de Alexander Luthor para canalizar e liberar imensa quantidade de energia, deixando o monstro proto para o abate nas mãos do Superman.
Esses fatos foram monstrados no Brasil na mini-série em 3 edições Crise nas Infinitas Terras, lançadas entre maio e julho de 1989, republicada recentemente na forma de dois encadernados de luxo da Panini Comics.
Ao final da série, o histórico dos personagens foi zerado. Nada do que aconteceu antes da Crise valia mais. Era como se tivéssemos voltado ao longínquo ano de 1935, o início da DC Comics.
Homem-Animal Pós-Crise

Ao fim da crise, a DC teve a oportunidade de recomeçar. Alguns dos maiores nomes das HQ's foram chamados para recontar a história dos maiores heróis do mundo. Mas... e o Homem-Animal?
Grant Morrison
Bem, como nunca foi um herói do primeiro escalão, a DC deixou Buddy Baker na geladeira durante um tempo. Afinal, ele nunca tivera um título próprio, por que resgatar um personagem sem apelo de mercado? Ninguém lembraria dele.
Foi então que o jogo começou a virar para os personagens considerados de terceira linha: o inglês Alan Moore foi contratado para trabalhar naquele que seria uma das maiores obras da nona arte: Monstro do Pântano, a série que foi o embrião da hoje consagrada linha Vertigo.
Com a explosão do Monsto do Pântano, a DC animou-se e saiu à procura de novos talentos europeus para revitalizar personagens esquecidos no fundo do baú da editora. Um dos que mais chamaram a atenção foi o jovem escocês Grant Morrison, que realizava um ótimo trabalho com a saga de Zenith, para a editora inglesa 2000 AD.
Com carta branca da DC para escolher um personagem, Morrison optou por trabalhar com o Homem-Animal. Nem mesmo Morrison sabe explicar o porquê dessa escolha e da sua fascinação pelo personagem, mas a DC topou a aventura. E que aventura. Em setembro de 1988 chegaram às comic shops americanas o primeiro número de Animal Man, com desenhos de Chas Troug e arte-final de Doug Hazlewood.
A intenção inicial de Morrison era escrever uma minissérie em quatro partes, radicalizar o personagem e então entregá-lo a outro escritor, mas a DC insistiu para que fosse feita uma série mensal. Tivemos sutis mudanças em relação ao original pré-Crise, como você poderá ver abaixo.
Morrison a tudo muda, mas não muda nada
Morrison começa a dar sua cara ao personagem. Em sua juventude, Buddy era um punk radical, a exemplo do integrante de banda punk nas horas vagas Grant Morrison. Vale lembrar que Zenith também era um herói de veia roqueira.
A origem dos poderes de Buddy é bem mais complexo que na era pré-Crise. Segundo Morrison, Buddy morrera na explosão da nave alienígena, e fora reconstruído pelos aliens, ganhando poderes ligados aos animais. Tais aliens também foram responsáveis pelos poderes de Fera Bwana, Vixen e Tabu.
Esses acontecimentos confusos ficaram escondidos no subconsciente de Buddy e, de repente, ele se viu capaz de usar poderes dos animais que estavam próximos a ele. Buddy estava agora conectado ao campo morfogenético da Terra, campo esse que liga todos os seres vivos.
Acatando uma sugestão de Roger, Buddy passa a usar um uniforme laranja e azul, dando início à carreira do super-herói Homem-Animal, tanto para se divertir como para promover sua banda de rock, lutando contra alienígenas e outras aberrações.
Após alguns anos de heroísmo, Buddy abandona a identidade de Homem-Animal, casa-se com sua namorada do colégio, Ellen Frazier, e muda-se para San Diego. Ambos passam a viver do trabalho de Ellen como ilustradora de contos infantis e da recém-iniciada carreira de Buddy como dublê de cinema para sustentar os dois filhos, Cliff e Maxine.
O interessante é perceber que Morrison não jogou no lixo a fase pré-Crise do Homem-Animal. Está tudo lá: Buddy encontrando a pirâmide dourada, entrando para os Heróis Esquecidos, lutando ao lado do Superman contra Vandal Savage e a morte do Homem-Imortal no evento Crise nas Infinitas Terras.
Após a Crise, Buddy voltou à vida simples de pai de família, embora o sonho de ser um super-herói reconhecido jamais saía de sua mente. Ele queria fazer diferente, mas tinha que sustentar sua família. Convencido que o Homem-Animal ainda tinha seu lugar no mundo, Buddy volta à ativa quando é contratado pelos Laboratórios S.T.A.R. para deter Fera Bwana.
Mas, quem é Fera Bwana?
Fera Bwana (B'Wana Beast) apareceu pela primeira vez na revista Showcase #66, em fevereiro de 1967. Criado por Bob Haney e Mike Sekowsky.
Conta a história que Mike Maxwell, acompanhado do gorila e companheiro inseparável Djuba, em uma passagem secreta no alto do monte Kilimanjaro, bebeu uma poção especial e encontrou um elmo peculiar que lhe conferiram poderes especiais. Usando a alcunha de Fera Bwana, Maxwell pode agora ser auxiliado por animais apenas gritando algo como "Ki-ki-kiuuueeeeee!", como se fosse um Aquaman das selvas.
A edição de estréia (capa ao lado) foi um verdadeiro fiasco, fazendo com que Fera Bwana tivesse apenas mais uma aventura publicada, antes de reaparecer na quinta e na última partes da saga Crise nas Infinitas Terras. Depois disso deu as caras em um anual do Monstro do Pântano em 1987, na história "Primos Distantes". Só voltou aos holofotes pelas mãos de Grant Morrison em Homem-Animal, onde teve sua origem ligada à origem do próprio Homem-Animal.
Os poderes do Homem-Animal
Buddy têm contato direto com o campo morfogenético da Terra, portanto, pode utilizar qualquer habilidade de qualquer animal, apenas concentrando-se em algum animal que esteja perto dele.
Absorvendo determinada habilidade, Buddy aprende a usá-la. Ele não precisa de asas para voar como um pássaro, por exemplo, e ao adquirir a força de um elefante, não tem seus músculos alterados. Ele pode, porém, usar a habilidade das minhocas para recompor partes perdidas de seu corpo. Com o tempo, porém, aprende a mimetizar a aparência dos animais, como adaptar as garras de um wolverine temporariamente.
Com suas capacidade de contactar animais, o Homem-Animal pode falar e até mesmo controlá-los. Pode também transferir sua mente para qualquer ser vivo e usar o corpo do mesmo da forma e por quanto tempo quiser. Isso o permite sobreviver mesmo quando seu corpo for morto.
E já que os seres humanos são também animais, podem ser também usados por Buddy como bem quiser, coisa que ele evita.
Potencialmente, o Homem-Animal dispõe de poder suficiente até mesmo para criar um universo completo, mas o homem dentro dele limita essa capacidade.
O Evangelho do coiote
DC2000 #3
Na quinta edição de Homem-Animal, intitulada O Evangelho do Coiote, Morrison dá início a uma longa saga que duraria até o número 26, último escrito por ele. É uma história totalmente non-sense, em que Buddy Baker recebe uma espécie de papiro com hieróglifos incompreensivos, que contém a chave para a paz entre os animais da Terra.
Homem-Animal Vol 1
A editora Brainstore chegou a lançar parte desta fase na forma de encadernados, visando compilar todo o material escrito pelo Grant Morrison em quatro volumes. Infelizmente, a editora encerrou suas atividades antes de publicar todos os volumes, sendo que apenas os dois primeiros foram lançados. Essas edições já haviam sido publicadas aqui na revista DC2000, da Editora Abril, entre março de 1990 e dezembro de 1992. A estréia do Homem-Animal no Brasil foi na terceira edição da DC2000.
Justamente na última edição escrita por Morrison, publicada por aqui na DC2000 #36 e originalmentem em Animal Man #26, o criador encara a criatura. Isso mesmo, Morrison "entra" na história Deus Ex Machina, que inaugura uma nova forma de escrever histórias, levando a metalinguagem às últimas conseqüências.
Durante o tempo que escreveu Homem-Animal, Morrison fez diversas críticas, como experimentos genéticos, homens caçando "por esporte", poluição, desmatamento e fez até mesmo propaganda a favor do vegetarianismo. É Morrison sempre colocando suas conviccções em suas obras.
Nascido para ser selvagem
Animal Man #27: estréia de Milligan
A saída de Morrison do título obrigou a DC a agir rápido e tentar substituí-lo por um artista do mesmo nível. Dessa forma, o inglês Peter Milligan, que havia conseguido grande respeito no meio artístico com o lançamento de Shade, o Homem-Mutável, clássico personagem do mestre Steve Ditko. Shade teve seu primeiro arco de histórias, Todos os Assassinos do Presidente, lançadas aqui no Brasil pela Metal Pesado em agosto de 1997.
Milligan trabalhou durante 6 edições, da 27 à 32, ao lado de Chas Truog e Steve Dillon. Essa saga, chamada no Brasil de Nascido para ser selvagem, foi publicada pela editora Metal Pesado em 1997.
Depois disso, passaram pela revista artistas como Rick Veitch, Jamie Delano, Steve Pugh, Russel Brown, além do inigualável Brian Bolland, que fez todas as capas até a edição #63.
Animal Man durou até o número #63, no ano de 1995, quando foi finalizado. Estava então nas mãos de Jerry Prosser, mas nem de longe lembrava aquele Homem-Animal de quando era escrito por Grant Morrison. A saga de Buddy Baker, porém, continua viva na memória de todos aqueles apaixonados por uma boa história em quadrinhos.
Obs: como todos os demais personagens do UDC, Animalman também foi reformulado. Veja um preview do que foi anunciado até aqui sobre o seu novo título (BP):

Veja um preview do novo Homem-Animal!

Por limaamil - Kingdom Comics
Um dos novos títulos mais esperados do novo universo DC é o do Homem-Animal. A sinópse da nova série, escrita por Jeff Lemire e com arte de Travis Foreman e do veterano Dan Gree, coloca o herói Buddy Baker em parceria com sua filha que começa a desenvolver bizarros poderes, ao mesmo tempo em que os poderes de Buddy também começam a se modificar… seria Buddy Baker um Lanterna Vermelho??
Confira o belo preview abaixo com um novo uniforme bem legal do Homem Animal!



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