Por Isaias Malta -paedia
O herói foi uma figura mitológica criada pelos gregos que sintetiza o nosso desejo arquetípico de posse de poderes sobre-humanos. Antes de mais nada, o Herói deveria encarnar essencialmente a correção moral e o proceder estritamente ético, exceto em terras tupiniquins, que desde os tempos da coroa portuguesa, nos vemos em palpos de aranha para nos livrarmos do jugo dos poderosos. Desta forma, apelamos a quaisquer estratagemas que nos façam levar vantagem em tudo, no autêntico cumprimento da lei de Gérson, a única que nos empenhamos efetivamente em cumprir.
Assim, como não cultivamos a tradição dos justiceiros de capa e espada moralmente ilibados, nossos heróis são mais ou menos malandros que, antes de tudo, buscam ajudar a si, família, aparentados e amigos. Logo, diante da carência de heróis ao estilo estrito senso, me valho da mistura de personagens reais e inventados que povoam o nosso imaginário como figuras que fizeram a diferença... poucas vezes para melhor.
1- Macunaíma: o primeiro anti-Herói midiático.
O personagem inventado por Mário de Andrade e depois transformado em filme, estrelado pelo grande ator Grande Otello, sintetiza o herói brasileiro que nunca deixa de ter seu lado bandido.
2- Caçador de Marajás: Fernando Collor de Mello.
Em 1990 assumiu como herói aquele que se elegeu com a promessa de caçar marajás. Dois anos depois foi apeado do poder, acossado pelos caras pintadas e pelo “ruído intangível das ruas” – nascia mais um anti-herói. O nosso 30º presidente republicano sintetizou como um perfeito Macunaíma II a rápida transição entre herói e anti-herói. Pena que ele não tenha caçado pelo menos UM marajá...
Assim, como não cultivamos a tradição dos justiceiros de capa e espada moralmente ilibados, nossos heróis são mais ou menos malandros que, antes de tudo, buscam ajudar a si, família, aparentados e amigos. Logo, diante da carência de heróis ao estilo estrito senso, me valho da mistura de personagens reais e inventados que povoam o nosso imaginário como figuras que fizeram a diferença... poucas vezes para melhor.
1- Macunaíma: o primeiro anti-Herói midiático.
O personagem inventado por Mário de Andrade e depois transformado em filme, estrelado pelo grande ator Grande Otello, sintetiza o herói brasileiro que nunca deixa de ter seu lado bandido.
2- Caçador de Marajás: Fernando Collor de Mello.
Em 1990 assumiu como herói aquele que se elegeu com a promessa de caçar marajás. Dois anos depois foi apeado do poder, acossado pelos caras pintadas e pelo “ruído intangível das ruas” – nascia mais um anti-herói. O nosso 30º presidente republicano sintetizou como um perfeito Macunaíma II a rápida transição entre herói e anti-herói. Pena que ele não tenha caçado pelo menos UM marajá...
3- Zé Mayer: o macho dominador e procriador da república.
Zé Mayer já “traçou” praticamente todas as mulheres da TV brasileira, exceto Dercy Gonçalves e Hebe Camargo, por absoluta falta de tempo.
O primeiro e único brasileiro a ir sair para fora da Terra, foi herói no espaço e se transformou em anti-herói de volta ao planeta. Um dos seus primeiros atos depois, que recolocou os pés em solo pátrio, foi se aposentar da Aeronáutica. Quando todos pensavam que ele retribuiria parte dos 20 milhões de dólares que o país gastou pagando a sua passagem na astronave russa, através do compartilhamento da sua experiência, resolveu que era chegada a hora de faturar uns trocados cobrando pelas palestras. Mais um caso típico de herói macunainiano.
Ahhh, e a sua missão no espaço foi plantar 8 pés de feijões, rezemos para que os asiáticos não os tenham comido.
5- Malu Mulher: a guerrilheira feminista.
Nos anos 80 a atriz Regina Duarte encarnou na TV a mulher justiceira que encampou todas as causas feministas em voga então: uso de pílula anticoncepcional, aborto, emancipação da mulher, etc.
Ahhh, e a sua missão no espaço foi plantar 8 pés de feijões, rezemos para que os asiáticos não os tenham comido.
5- Malu Mulher: a guerrilheira feminista.
Nos anos 80 a atriz Regina Duarte encarnou na TV a mulher justiceira que encampou todas as causas feministas em voga então: uso de pílula anticoncepcional, aborto, emancipação da mulher, etc.
Os brasileiros reclamam que não são reconhecidos na indústria de Hollywood. A última diva que mandamos para lá, Sônia Braga, terminou ao longo dos anos se apequenando em papéis medíocres em produções mais medíocres ainda. Agora mandamos mais um Macunaíma para vingar a nossa espécie é emplacamos algumas cenas gays no filme “Os 300 de Esparta”. O nosso herói Santoro encarnou vilão bichesco Xerxes, o Imperador da Pérsia. Por enquanto, isto é o mais longe que chegamos na indústria da fantasia.
7- Capitão Nascimento: o justiceiro.
7- Capitão Nascimento: o justiceiro.
Enquanto o governo dorme em berço esplêndido na ilha da fantasia flutuante de Brasília, a guerra civil espouca nas grandes capitais em lances espetaculares dignos de cinema. Cinema? Foi no que se transformou a barbárie do tráfego de drogas nas favelas das grandes metrópoles e o nosso grande herói que arrebenta e esmaga a bandidagem é o Capitão Nascimento da Tropa de Elite. Entre tiroteios e palavrões, o Macunaíma dos morros cariocas se constitui na figura mais próxima do herói americano que já tivemos, pena que seja um herói-bandido...
8- Self-Made Man: Lula da Silva.
O “Lulinha paz e amor” é a segunda experiência mundial de se botar um sindicalista no poder. A primeira, levada cabo com Lech Walesa na Polônia, foi um rotundo fracasso. No que nos concerne, o Macunaíma III que volta a envergar a faixa presidencial é rodeado de ambiguidade: amado pelos beneficiários do Bolsa Família e detestado pela minoria mais culta da população, que quer mais serviços públicos de qualidade e menos assistencialismo. No entanto, o Super Herói Lula continua firme no poder depois que encontrou o filão da real força eleitoral dos descamisados. Doravante, depois de Lula nenhum candidato à presidência da República vai desdenhar a parcela do eleitorado constituída pela maioria silenciosa.
9- Barbarella brasileira: Bruna Surfistinha.
8- Self-Made Man: Lula da Silva.
O “Lulinha paz e amor” é a segunda experiência mundial de se botar um sindicalista no poder. A primeira, levada cabo com Lech Walesa na Polônia, foi um rotundo fracasso. No que nos concerne, o Macunaíma III que volta a envergar a faixa presidencial é rodeado de ambiguidade: amado pelos beneficiários do Bolsa Família e detestado pela minoria mais culta da população, que quer mais serviços públicos de qualidade e menos assistencialismo. No entanto, o Super Herói Lula continua firme no poder depois que encontrou o filão da real força eleitoral dos descamisados. Doravante, depois de Lula nenhum candidato à presidência da República vai desdenhar a parcela do eleitorado constituída pela maioria silenciosa.
9- Barbarella brasileira: Bruna Surfistinha.
Barbarella é uma referência à personagem de uma ninfomaníaca espacial que barbarizou os anos 60/70 e foi encarnada pela grande Jane Fonda em 1698.
A nossa Barbarella Tupiniquim começou puta e terminou escritora, num resumo à altura da trajetória de Bruna Surfistinha, vulgo Raquel Pacheco. Ela foi mais uma heroína brasileira a materializar a fórmula Self-Made Woman do lixo para o luxo. Com o lançamento do filme “O Doce Veneno do Escorpião”, Bruna coroou de uma vez por todas uma carreira midiática meteórica, que culminou no filme sobre a sua personagem.
10 – Ayrton Senna: o herói verdadeiro.
O nosso maior Super Herói de todos os tempos, sem sombra de dúvida, é e continuará sendo o grande Ayrton Senna que semana sim, semana não, fazia os gringos comerem poeira voando baixo nas pistas da F1.
Ayrton Senna nos céus do Brasil.A nossa Barbarella Tupiniquim começou puta e terminou escritora, num resumo à altura da trajetória de Bruna Surfistinha, vulgo Raquel Pacheco. Ela foi mais uma heroína brasileira a materializar a fórmula Self-Made Woman do lixo para o luxo. Com o lançamento do filme “O Doce Veneno do Escorpião”, Bruna coroou de uma vez por todas uma carreira midiática meteórica, que culminou no filme sobre a sua personagem.
10 – Ayrton Senna: o herói verdadeiro.
O nosso maior Super Herói de todos os tempos, sem sombra de dúvida, é e continuará sendo o grande Ayrton Senna que semana sim, semana não, fazia os gringos comerem poeira voando baixo nas pistas da F1.
UPDATE: O leitor William sanou neste post uma lacuna imperdoável: o herói comum das ruas que sobrevive do nada e faz das tripas coração:
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