No último dia 20 de agosto aconteceu o lançamento do livro “Faces do Humor – Uma Aproximação entre Piadas e Tiras”, de Paulo Ramos, publicado pela editora Zarabatana, na loja Comix Book, em São Paulo.
Com forte chuva e manifestação na avenida Paulista, o lançamento conseguiu reunir um bom número de público que pode ficar seguro e enxuto embaixo da cobertura amarela providenciada pela loja.
O lançamento contou com a presença de grandes nomes do quadrinho nacional e amigos de Paulo Ramos como Franco de Rosa, Danilo Beiruth, André Diniz, Toninho Mendez, Marcatti, Gustavo Duarte, entre outros. Além é claro de fãs e admiradores da carreira do autor.
O Impulso HQ esteve lá para conferir mais esse lançamento teórico sobre as histórias em quadrinhos e aproveitou para fazer uma entrevista com o autor que você confere logo abaixo:
Impulso HQ: Mais um livro teórico, e dessa vez um sobre o humor. Ano passado Bienvenido sobre quadrinhos na Argentina e anteriormente o Leitura de Quadrinhos e Quadrinhos na Educação. Percebe-se a sua variedade de abordagem de assuntos relacionados sobre HQ. Qual é o motivo dessa diversidade?
Paulo Ramos: Na verdade para explicar isso tem que contextualizar a produção de quadrinhos. Esse especificamente que é o Faces do Humor: Uma Aproximação entre Piadas e Tiras, é resultado de um doutorado que fiz na Universidade de São Paulo na faculdade de letras iniciado em 2001 e concluído em 2007.
Paulo Ramos: Na verdade para explicar isso tem que contextualizar a produção de quadrinhos. Esse especificamente que é o Faces do Humor: Uma Aproximação entre Piadas e Tiras, é resultado de um doutorado que fiz na Universidade de São Paulo na faculdade de letras iniciado em 2001 e concluído em 2007.
Desde então eu tenho adiado a publicação desse doutorado, e adiado por tem surgido ideias de fazer de outros assuntos, outros livros de outros temas. Foram o A Leitura de Quadrinhos de 2009 e Bienvenido em 2010 e esses livros acabaram atropelando a proposta de fazer o Faces do Humor. Na verdade eu voltei a retomar um tema que era a pesquisa que deu origem a vários desses outros livros.
Agora quadrinho é quadrinho, então quanto mais a gente puder falar deles melhor, independentemente do tema.
IHQ.: A escrita de doutorado segue um padrão acadêmico que é mais formal. Dá para conciliar uma escrita séria com um livro de humor?
P.R.: Esse foi o desafio que me propus com A Leitura de Quadrinhos em 2009. Como tornar a escrita cientifica a escrita acadêmica de uma discussão teórica acessível não só para a pessoa da universidade, mas também para o leitor que gosta de quadrinhos. Com a Leitura de Quadrinhos eu acho que conseguimos bater essa meta, tanto que ganhamos o Troféu HQMIX de melhor livro teórico sobre quadrinhos que é um sinal que um público diversificado leu.
P.R.: Esse foi o desafio que me propus com A Leitura de Quadrinhos em 2009. Como tornar a escrita cientifica a escrita acadêmica de uma discussão teórica acessível não só para a pessoa da universidade, mas também para o leitor que gosta de quadrinhos. Com a Leitura de Quadrinhos eu acho que conseguimos bater essa meta, tanto que ganhamos o Troféu HQMIX de melhor livro teórico sobre quadrinhos que é um sinal que um público diversificado leu.
Com o Faces do Humor foi pensado também em tornar esse livro mais acessível não só para o acadêmico, mas também para quem se interessa por tiras e humor e todos esses processos. Então tentamos transformar a linguagem em menos densa, menos citações, mais exemplos com uma linguagem mais acessível, e espero que a gente consiga repetir essa meta que foi com o A Leitura de Quadrinhos bem sucedida na época e espero que bem sucedida com esse também.
IHQ: A gente imagina que um livro sobre piadas seja algo mais leve e mais engraçado. Teve algum momento que você encontrou algo sério que você não imaginava encontrar?
P.R.: Acho que o livro todo é sério. A primeira frase do livro é “Esse é um livro sobre piadas e tiras e não um livro de piadas e tiras”. Tanto que explicar o efeito de humor de uma piada ou de uma tira não tem graça nenhuma, é igual você explicar porque uma piada é engraçada a alguém.
P.R.: Acho que o livro todo é sério. A primeira frase do livro é “Esse é um livro sobre piadas e tiras e não um livro de piadas e tiras”. Tanto que explicar o efeito de humor de uma piada ou de uma tira não tem graça nenhuma, é igual você explicar porque uma piada é engraçada a alguém.
Essa questão da seriedade, o livro é sério em todas as páginas. Com o diferencial que a leitura fique mais prazerosa e mais agradável por conta das piadas e das tiras. Elas acabam dando um respiro e uma suavidade na leitura que podem tornam o acompanhamento e a interpretação mais acessível.
IHQ: Teve alguma pesquisa histórica sobre tiras e piada? Qual foi o seu método de pesquisa para classificar tiras e piadas?
P.R.: Especificamente a parte histórica eu não abordei nesse livro, temos até a ideia fazer isso futuramente. O projeto surgiu de tanto autores como leitores e editores falavam que toda tira cômica era uma piada ou continha uma piada. Eu tentei questionar essa frase dada como uma premissa do gênero para ver se realmente ela fazia sentido.
P.R.: Especificamente a parte histórica eu não abordei nesse livro, temos até a ideia fazer isso futuramente. O projeto surgiu de tanto autores como leitores e editores falavam que toda tira cômica era uma piada ou continha uma piada. Eu tentei questionar essa frase dada como uma premissa do gênero para ver se realmente ela fazia sentido.
Seria mais ou menos assim: “Se a tira cômica é uma piada então o que seria uma piada? E se a tira cômica é uma piada ela seria uma piada ou uma tira?”.
Essa é a questão que a gente tenta fazer um pouco no livro, tentando comparar os dois gêneros para ver as semelhanças e diferenças, e o que me surpreendi é que inicialmente eu imaginava que existia uma semelhança, mas há muito mais semelhança do que diferenças entre os dois gêneros. Essa seja a maior conclusão que temos.
IHQ: Depois de tantas tiras e piadas, deu vontade de produzir alguma? Você criou algo?
P.R.: Não. Toda vez que me perguntam isso eu me coloco no meu lugar, que é de ler quadrinhos, criticar quadrinhos e estudar quadrinhos. Produzir quadrinhos eu deixo para as pessoas que conseguem fazer de maneira bem mais seriamente.
IHQ: Antes do lançamento do livro a divulgação apenas dizia que a arte da capa seria de um grande quadrinhista brasileiro. Qual foi a surpresa de ter Gustavo Duarte como autor da capa de Faces do Humor?
P.R.: Gosto muito do trabalho do Gustavo Duarte e acredito que não sou só eu. Foi uma grande surpresa ele aceitar em fazer a capa porque imaginamos que iria enriquecer muito a obra, e definitivamente aconteceu. Ele conseguiu fazer com que a capa do livro tivesse uma marca, uma identidade, o que para uma obra é importantíssimo, então eu só tenho que agradecer o Gustavo por ter aceito o convite. Isso muito me honra.
P.R.: Não. Toda vez que me perguntam isso eu me coloco no meu lugar, que é de ler quadrinhos, criticar quadrinhos e estudar quadrinhos. Produzir quadrinhos eu deixo para as pessoas que conseguem fazer de maneira bem mais seriamente.
IHQ: Antes do lançamento do livro a divulgação apenas dizia que a arte da capa seria de um grande quadrinhista brasileiro. Qual foi a surpresa de ter Gustavo Duarte como autor da capa de Faces do Humor?
P.R.: Gosto muito do trabalho do Gustavo Duarte e acredito que não sou só eu. Foi uma grande surpresa ele aceitar em fazer a capa porque imaginamos que iria enriquecer muito a obra, e definitivamente aconteceu. Ele conseguiu fazer com que a capa do livro tivesse uma marca, uma identidade, o que para uma obra é importantíssimo, então eu só tenho que agradecer o Gustavo por ter aceito o convite. Isso muito me honra.
IHQ: Qual é o próximo livro que podemos esperar de Paulo Ramos?
P.R.: Não é uma novidade, tem um livro que e uma coletânea do Blog do Quadrinhos, que vai ser publicado pela Devir e já deve estar estourando, ele já devia ter saído antes desse. Então eu imagino que os próximos meses ou semanas talvez já tenhamos esse livro que é o “Revolução do Gibi: a nova cara dos quadrinhos no Brasil”.
P.R.: Não é uma novidade, tem um livro que e uma coletânea do Blog do Quadrinhos, que vai ser publicado pela Devir e já deve estar estourando, ele já devia ter saído antes desse. Então eu imagino que os próximos meses ou semanas talvez já tenhamos esse livro que é o “Revolução do Gibi: a nova cara dos quadrinhos no Brasil”.
Fora esse tem um projeto que estamos adiando, que ainda não tem editora definida, e não tem nada definido, que é um livro que estamos organizando com mais duas pessoas que é uma comparação entre quadrinhos e literatura. Por enquanto é só essa informação mesmo porque não temos mais nada de concreto.
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