Já que estou escrevendo sobre estereótipos e clichês, gostaria de  discorrer um pouco sobre o que me parece ser uma onda de personagens  femininas lésbicas ou bissexuais na DC comics e no que isso vem me  incomodando.
Antes de começar, duas coisas tem de ser esclarecidas:
Primeiro, não tenho nada contra homossexuais masculinos ou femininas.  Tenho amigos gays, incluindo o padrinho de minha filha, e amigas  lésbicas e bissexuais.
Segundo, leio pouco histórias em quadrinhos atualmente, questões de grana e tempo. Posso estar desatualizado ou avaliando dentro de um universo muito restrito.
Dito isso, vamos lá.
Segundo, leio pouco histórias em quadrinhos atualmente, questões de grana e tempo. Posso estar desatualizado ou avaliando dentro de um universo muito restrito.
Dito isso, vamos lá.
A primeira personagem lésbica que saiu do armário em tempos recentes  foi a policial de Gotham City Renée Montoya. Me pegou de surpresa, mas  não me incomodou. Já gostava da personagem e continuei gostando. Ela  nunca tinha tido namorados masculinos, logo a questão estava aberta. O  drama da família que não aceitava a opção sexual dela foi bem conduzido  numa história bem legal.
Daí chegamos as novas Mulher-gato e Batmulher que são lésbicas. A nova Batmulher é personagem nova, sem passado. A nova Mulher-gato era amiga da antiga, mas, como Montoya, sua vida sexual não fôra abordada anteriormente, logo tudo bem. Até aí, tudo legal.
Daí chegamos as novas Mulher-gato e Batmulher que são lésbicas. A nova Batmulher é personagem nova, sem passado. A nova Mulher-gato era amiga da antiga, mas, como Montoya, sua vida sexual não fôra abordada anteriormente, logo tudo bem. Até aí, tudo legal.
Na nova série do “Sexteto Secreto”, as personagens Escândalo e  Nocaute tem um namoro. Escândalo foi apresentada na série, mas Nocaute  tinha um histórico de vilã e havia tido um caso com Superboy (Conner  Kent), logo se revelou bissexual na série.
Na série “Renegados”, as personagens Grace e Tormenta (filha do Raio Negro) começaram a namorar. A sexualidade de Tormenta não tinha sido abordada antes, mas Grace tinha tido um caso com Roy Harper (Arsenal) e era promíscua.
Na série “Renegados”, as personagens Grace e Tormenta (filha do Raio Negro) começaram a namorar. A sexualidade de Tormenta não tinha sido abordada antes, mas Grace tinha tido um caso com Roy Harper (Arsenal) e era promíscua.
Agora chegamos ao que me incomodou. Até então estava aplaudindo a DC  comics por mostrar personagens interessantes com diferentes opções  sexuais. Vamos lá:
Quanto às personagens: Nocaute é uma vilã e Grace era promíscua, o  que numa visão conservadora é uma perversão ou falha de caráter. O fato  de ambas se revelarem bissexuais não poderia trazer implicitamente um  discurso de que a homossexualidade ou a bissexualidade são “coisas de  quem tem um desvio de caráter” (vilania e promiscuidade) ?
Além disso, Montoya, Batmulher, Mulher-gato, Grace, Nocaute, Escândalo e Tormenta são mulheres fortes, decididas, guerreiras. A bissexualidade aí não traria implícito que tais traços são “masculinos” logo levam a uma “sexualidade masculina”? Ambos os discurso são reacionários.
Além disso, Montoya, Batmulher, Mulher-gato, Grace, Nocaute, Escândalo e Tormenta são mulheres fortes, decididas, guerreiras. A bissexualidade aí não traria implícito que tais traços são “masculinos” logo levam a uma “sexualidade masculina”? Ambos os discurso são reacionários.
Quanto ao universo DC: não tenho visto personagens masculinas se  revelarem homossexuais ou bissexuais. Os homens pelo visto continuam no  armário, se é que lá estão. Será que isso não quer dizer que as  personagens lésbicas na verdade não estão lá em prol da diversidade e  sim para agradarem aos leitores homens heterossexuais que ficam  excitados com cenas de lesbianismo? As personagens ficam então reduzidas  à condição de objetos sexuais. Reacionarismo novamente.
Vejam bem, não há nada de errado em ser objeto de desejo, gosto quando mulheres olham para mim com libido, ser reduzido a isso é que é o problema.
Vejam bem, não há nada de errado em ser objeto de desejo, gosto quando mulheres olham para mim com libido, ser reduzido a isso é que é o problema.
Com exceção da Batmulher e da nova Mulher-gato que conheço pouco,  gosto de todas as personagens acima e não gostaria de vê-las reduzidas a  objeto sexual ou portadoras de um discurso reacionário que elas não  merecem.
Fonte: Krônicas
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