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domingo, 7 de maio de 2017

COMO FOI: CARCARÁ nas ondas da rádio!

Na manhã do último dia 29 de abril, tivemos o grato privilégio de participar de um bate papo super divertido promovido pelo programa Raízes do Nordeste da rádio Sant'Ana FM.
O convite já havia sido feito desde novembro do ano passado, durante o nosso encontro com o locutor e um dos idealizadores do Raízes do Nordeste, o Fagner Almeida. Naquele momento ele me apresentou o projeto do programa na rádio e dos planos de ampliação para o You Tube num futuro não tão tão distante. 

sábado, 6 de maio de 2017

COMO FOI: JAGUAR em Natal!


Bate-papo com o chargista e cartunista Jaguar, na Capitania das Artes, em Natal, dia 03/05/2017, com mediação do jornalista Woden Madruga e do chargista Brum.
O registro audiovisual foi feito pela Milena Azevedo (BP).

terça-feira, 22 de novembro de 2016

COMO FOI: O 11º MUTAÇÃO (RS)


Por Denilson Reis - IHQ

Nos dias 29 e 30 de outubro de 2016 aconteceu o 11º Mutação – Quadrinhos, Fanzines e Cultura Pop. O evento foi coordenado pela Quadrante Sul Comics dentro da Feira do Livro de Porto Alegre/RS. A feira é considerada a maior feira a céu aberto de toda a América Latina e ocorre na Praça da Alfândega, Centro Histórico da cidade.
Ocupando a Tenda Pasárgada, nesta quinta edição coordenada pela Quadrante Sul, o Mutação manteve a proposta de dar maior ênfase a cultura pop e comemorar datas significativas do universo dos quadrinhos e do cinema. Este ano o destaque ficou para os 80 anos do personagem Fantasma, criado em 1936, pelo quadrinhista Lee Falk.
Para tanto foi montada uma exposição retrospectiva do personagem. Paulo Kobielski, que estava lançando um artzine do Fantasma, proferiu palestra sobre o personagem.

domingo, 10 de maio de 2015

COMO FOI: O CUSCUZ HQ!

Cartazes do evento de ontem e da próxima cuscuzada.
Parafraseando o nosso amigo Elinaldo, nos diríamos que o evento foi no mínimo, "Formidável!" - para não dizer fantástico!
Fazendo uma criança feliz!
Muito bem organizado, com palestras pertinentes e divertidas, sem academicismo, modismos,"invencionismo", moralismo e outros "ismos"!Com um planejamento sério, focado e objetivo - inclusive, já tendo em vista diversas ações futuras, além da continuidade do evento, é lógico.
GUERRA CIVIL foi a pauta da palestra de Adriano Soares.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

COMO FOI: O II FÓRUM NACIONAL DE PESQUISADORES EM ARTE SEQUENCIAL

Teve início, no dia 10 de setembro, o II Fórum de Pesquisadores em Arte Sequencial, na cidade de São Leopoldo (RS). O Fórum reúne pesquisadores na área de Arte Sequencial, vindos de diversas partes do Brasil e com as mais variadas formações (artes, história, sociologia, teologia, antropologia, pedagogia, etc). O encontro está ocorrendo nas Faculdades EST e está tendo um número bem significante de participantes. ao todo serão apresentadas em três dias, 44 pesquisas. 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Como foi: A 6ª Usina de Quadrinhos

  
Por Denilson Reis - IHQ
A Usina de Quadrinhos é um evento que ocorre anualmente na Feira do Livro da cidade de Canoas/RS e leva ao público atividades ligadas às histórias em quadrinhos, aos fanzines e, também, à cultura pop. Foram seis dias de evento, de 9 a 14 de junho de 2014.
6ª Usina HQ imagem 1 Manoel de Souza e Bira Dantas

sábado, 8 de março de 2014

EM TEMPO REAL: Sábado é dia de Feira... de Quadrinhos!

Hoje, no dia Internacional da Mulher (8/3), valorosos e nobres artistas e produtores da nona arte potiguar estiveram presentes na 2ª Edição da Feira de Quadrinhos do Mercado de Petrópolis no ano de 2014. 

A presença de público ainda continua tímida, mas é fato que o período de ressaca de carnaval também interferiu diretamente nesse quesito. 

Bem, ganhou quem foi prestigiar o evento, que mais uma vez teve acesso a uma diversidade de títulos de quadrinhos e todos com preços bem em conta, com destaque para o calouro "Willandi" que levou uma comissão de frente de primeira grandeza, vários títulos mensais e encadernados atuais com preços que não ultrapassavam os R$5,00. Isso mesmo, encadernados por 5 contos, santa! Veja só o que você perdeu!!!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

COMO FOI: A Feira de Quadrinhos do Mercado de Petropolis?

Tem HQ no Mercado

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Há seis anos a produção de histórias em quadrinhos no Rio Grande do Norte está em ebulição. E o melhor, unindo quantidade à qualidade.
O retorno da clássica revista Maturi, em 2008, e o projeto 1ª Edição, realizado entre 2010 e 2011 pela Fundação José Augusto, atuaram como vetores para muitos artistas voltarem a produzir, bem como despertou em alguns leitores a vontade de começar a criar suas próprias histórias em quadrinhos.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

COMO FOI: A festa do 30º Prêmio Ângelo Agostini

Foto: Thina Curtis
Aconteceu no último sábado (1) a Festa de entrega do 30º Troféu Ângelo Agostini no Memorial da América Latina (SP). Na ocasião além da entrega dos prêmios, aconteceram outros eventos como: Palestras, vendas de gibis e fanzines, bem como a exposição dos trabalhos dos “Mestres do Quadrinho Nacional”. Vários cartunistas e grande público compareceram para prestigiar o evento que foi comandado por Worney da AQC-SP. Outras informações: http://aqcsp.blogspot.com.br/.Via EMT

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

AXÉ, ACARAJÉ E "QUADRINHOS"!

No último dia 30 de janeiro estivemos a convite do Marko Ajdaric (Neorama dos Quadrinhos -ao lado) participando da comemoração do Dia do Quadrinho Nacional em Salvador (confira a programação) que rolou nas dependências da Biblioteca Central da UFBA (Ú-fiba)
Foi uma experiência bastante enriquecedora e ímpar, pois além da oporunidade de levarmos o nosso material para um novo público, ainda tivemos contato com a nata dos quadrinhos locais. Já conhecia dois talentos de Salvador, mas que já não residem por lá: o Flávio Luiz e o Gilmar. 
E logo de cara, além de realizar uma das minhas "100 metas em vida", conhecer a primeira capital do país, no plano artísitco, pude conhecer e conversar por um bom tempo com o Mestre Cedraz da Turma do Xaxado. Outro sonho realizado.
Na verdade, descobri que a arte sequencial bahiana é alicerçada por "Mestres". Alguns já passaram para o outro plano, mas o Valtério "o cartunista de barro" ainda estava lá pra contar histórias e pra fazê-las acontecer. 

COMO FOI: O Dia do Quadrinho Nacional em Terras Maranhenses

Por UFMA Online via NEORAMA

Na última quarta-feira, dia 30 de janeiro, comemorou-se o Dia do Quadrinho Nacional. A data foi instituída pela Associação dos Cartunistas de São Paulo em homenagem à data da primeira publicação de As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte em 1869.

A data foi instituída pela Associação dos Cartunistas de São Paulo em homenagem à data da primeira publicação de As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte em 1869.  Foi publicada na revista Vida Fluminense, de autoria de Angelo Agostini, um italiano radicado no Brasil.



Para celebrar a data e valorizar a produção local, foi organizado, na Galeria do Sesc Deodoro, o lançamento do novo álbum de Beto Nicácio, Proscritos, publicação da Guarnicê Produções e Dupla Criação, com patrocínio da Fundação Nagib Haickel. Segundo o autor, Proscritos fala de seres marginalizados que precisam lutar contra a rudeza da natureza e seus próprios pares e que, acima de tudo, teimam em permanecer humanos, com seus sentimentos, suas crenças, paixões e medos; o negativo de um retrato que o Brasil teima em esquecer, em relegar, mas que se perpetua no imaginário popular. O álbum traz um trabalho voltado para o público que gosta de "causos" e histórias de assombração.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

COMO FOI: O Dia do Quadrinho Nacional em Salvador

Por Pig Arts

Um evento realizado no dia 30 de janeiro de 2013, das 19 às 21h na Biblioteca Central da UFBA, em Ondina, no Dia 30 de janeiro, em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional, reuniu quadrinistas e aficcionados pelo gênero. O dia 30 de janeiro é o Dia do Quadrinho Nacional, pois foi o dia do início da publicação da primeira série em quadrinho brasileira “As Aventuras de Nhô Quim & Zé caipora ou Impressões de Uma Viagem à Corte” em 1869.  

Marcos Franco e Hélcio Rogério apresentando sua obra "Sant'anna da Feira, Terra de Lucas"


O mestre do quadrinho nacional, Antonio Cedraz, Beto Potyguara, de Natal/RN, Marcos Franco, V.B. Felipe e Hélcio Rogério.

Antonio Cedraz, Beto Potyguara, Marcos Franco, Hélcio Rogério, V.B. Felipe, Val Oliveira e Joe Santos.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

COMO FOI: O VII Mutação

Por Denilson Reis - IHQ
Oficina de fanzines com Daniel HDR
No dia 3 de novembro a Casa do Pensamento da área infanto-juvenil da Feira do Livro de Porto Alegre foi palco do “VII Mutação – Quadrinhos, Fanzines e Cultura Pop”. A data marcou o “Dia da HQ” na 58ª Feira do Livro e, este ano, a sétima edição do evento Mutação foi coordenado pelo Grupo Quadrante Sul, grupo de fanzineiros e quadrinhistas liderados por Alex Doeppre, Denílson Reis, Jerônimo Souza e Marcelo Tomazi.
O grupo procurou montar um cronograma de atividades que visava a abertura do espaço para os fãs, gerando um evento com um clima “fã para fã”. Eles estavam tanto na plateia como nas mesas de debate criando um ambiente de bate-papo bastante agradável entre plateia e convidados.
O Mutação estendeu-se das 9h às 20h e abriu com o evento temático TelaHQ, com a participação de dois fã-clubes: Supernatural Brasil e Wholockians RS, que apresentaram as séries de TV “Supernatural” e “Dr. Who” e sua transposição para as HQs.

 
Mostra de HQs
Logo em seguida, foi a vez do professor Gelson Weschenfelder que abriu a palestra “Filosofando com os Super-heróis” a partir de seu livro editado pela Editora Mediação.
No horário da tarde, quem primeiro subiu ao palco foi a Liga Comics, grupo de fãs de heróis Marvel/DC Comics, representados por Zé Roberto, Vagner e Gelson. Eles conversaram com o público sobre as novidades do mercado de heróis, as transposições para o cinema e, tiraram dúvidas sobre o Universo Marvel/DC Comics.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

COMO FOI: O FIQ 2011

Por Impulso HQ

Realizado em Belo Horizonte (MG) entre os dias 9 e 13 de novembro, o 7º Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) mais uma vez transformou a capital mineira no palco do maior evento do gênero na América Latina.
Sediado novamente na Serraria Sousa Pinto, o evento foi movimentado e literalmente caloroso, repleto de atividades, lançamentos e oportunidades para o contato entre fãs e artistas dos quadrinhos. A prefeitura de BH garantiu a presença dos alunos da rede municipal de ensino durante os dias letivos (de quarta a sexta-feira), privilegiando o encontro de uma garotada verdadeiramente em polvorosa com as diversas manifestações da nona arte presentes ali.
Muito do enorme movimento e frisson gerados se devem ao homenageado da edição: Maurício de Sousa – empresário e artista cujo nome descarta apresentações. Não obstante, a Arena Carlos Trillo ficou repleta de pessoas para a primeira “conversa em quadrinhos” do evento, conduzida por Afonso Andrade, coordenador do evento.
Pouco depois o jornalista Sidney Gusman (editor-chefe douniversohq.com e colaborador da Maurício de Sousa Produções) animou ainda mais as expectativas dos fãs com a revelação dos autores que farão as primeiras graphic novels com a Turma da Mônica. São eles: Vitor “Punny Parker” Cafaggi (à frente Turma da Mônica), Danilo “Necronauta” Beyruth (com o Astronauta), Shiko (Piteco) e Gustavo “Birds” Duarte (Chico Bento). A iniciativa dissidente da bem sucedida proposta dos livros MSP50 e desde já aguardada com ansiedade e otimismo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

COMO FOI: Milo Manara em São Paulo


Mestre italiano dos quadrinhos, Milo Manara, esteve em São Paulo para a abertura da exposição com suas obras. Apesar de não ter realizado a sessão de autógrafos, alegando motivos de saúde, o evento foi uma oportunidade única para os fãs
No dia 18 de novembro, a cidade de São Paulo recebeu o cultuado e um dos maiores mestres de arte erótica em quadrinhos, o italiano Milo Manara, na Oficina Cultural Oswald de Andrade.
Manara veio para a abertura da exposição Uma Via Chamada Desejo, que traz para o público 100 obras do mestre italiano, com obras originais, ilustrações e pinturas a óleo que poucas vezes foram expostas com as belíssimas pinups que só Manara sabe fazer. A exposição permanece em cartaz até 11 de dezembro.
Mas para os fãs de Manara a grande atração não foi ver apenas a exposição e sim ter a oportunidade de participar do bate-papo com o quadrinhista que estava marcado para as 19h. Uma hora Manara conversou exclusivamente com jornalistas de diversos veículos, e o Impulso HQ esteve lá para conferir a coletiva.
Para a imprensa Manara começou falando da trajetória de sua carreira, e das pessoas que encontrou ao longo dela e que marcaram a sua vida como Hugo Pratt e Federico Fellini, e que tudo que ele construiu e resultado de uma série de eventos. Basicamente ele pontua o início de sua carreira no ano de 1968, quando ele fazia parte de um grupo de estudantes que faziam protestos contra o modo que a arte chegava ao público.
Manara deixou claro que como qualquer jovem da época ela acredita que tudo era política e que poderia ser resolvido com manifestações e empurra-empurra, ainda mais sendo de esquerda como ele mesmo declarou. E foi por isso que ele escolheu os quadrinhos como forma de expressão.
O mestre italiano que explicou que na sua visão os quadrinhos estão bem mais próximos do cinema do que fotografia e pintura, e que as HQs são parentes das artes e o que difere é o seu modo de narrar. “Diferente de um quadro de Leonardo (da Vinci), cada quadrinho é importante e a relação ao que antecede e o que precede é que faz o trabalho da narrativa. Esse é o elo de conjunção entre o cinema e os quadrinhos”, disse Manara.
Questionado qual a relação da cultura italiana com os quadrinhos eróticos, Manara brincou: “pode ser alguma coisa na água!”, e depois disse que a arte italiana é tem muita influencia da arte grega, que é mais sensual, e até pelos afrescos que são mais eróticos. Manara completou dizendo que artistas como Botticelli, também contribuiu, e muito nesse aspecto, já que grandes artistas italianos que trabalham o nu, surgiram por influência desse artista. E Manara finaliza essa questão dizendo: “em relação ao nosso quadrinho nacional não tivemos grandes quadrinhistas. Temos a tradição da pintura e não de desenhadores”.
Perguntado se já foi marginalizado pela sua escolha de trabalhar com o sensual, Milo Mara revelou: “Ao longo da minha carreira aconteceram alguns episódios desagradáveis, mas não a ponto de eu pensar em mudar minhas escolhas”, disse Manara, que completou “…já passei por episódios de censura. Uma vez recebi da África do Sul, antes de Mandela, um jornal com uma lista de livros proibidos, e eu estava nessa lista.”, Manara ainda completou dizendo que enquadrou o jornal e o tem em seu estúdio.
E o quadrinhista italiano também falou sobre o caso de um jornal socialista italiano chamado Avante, que o atacou dizendo que ele usava o erotismo para ficar rico. Manara aproveitou para fazer algumas críticas ao partido socialista, e finalizou o assunto: “Sou conhecido por ser de esquerda, apesar de que sempre preferi trabalhar com editores para evitar problemas desnecessários”.
Inclusive esse seu lado de esquerda foi o que fez Manara entrar nas manifestações na sua juventude. “Era uma revolta a arte, ou o elitismo no museu. Havia uma divisão entre a sociedade e arte, havia uma burocracia, que fazia o papel social da arte ser perdido. Toda a contestação era fundamentada na perda desse papel social da arte”, afirmou Milo Manara que completou “Os quadrinhos são um produto em série, mas não como os de Andy Warhol. Eles são uma forma narrativa em série, têm o seu direito na sociedade. Esse foi o motivo de eu escolher HQs”.
Fora do auditório o público podia comprar obras de Milo Manara com desconto
E a sutileza de desenhar quadrinhos eróticos também foi um tema abordado. “Desenhar erotismo não é fácil, ao contrário, para o erotismo é preciso de equilíbrio”, disse Manara que começou a trabalhar o tema quando tinha 20 anos, e revelou que o erotismo fazia parte da vida dele, então foi natural colocar o tema em suas criações.
Sendo um quadrinhista que adquiriu fama internacional trabalhando com erotismo, perguntas sobre o que é erótico e pornô, também não deixaram de estar em pauta: “Não sei se existe uma linha clara entre pornô e erótico, se existe ela é nebulosa e está se deslocando sempre ao longo do tempo. Acredito que o desejo e a necessidade de representar o erotismo é tão forte que a maioria das invenções tem uma primeira aplicação erótica. O ser humano tem o impulso erótico”, disse Manara.
O mestre italiano colocou a sua interpretação sobre o assunto: “Se for excitante é erótico, se for entediante é pornô”. E completou com outra frase de Woody Allen: “A pornografia é o erotismo dos outros”. O que Manara quis mostrar com essas duas frases é que esse assunto é uma questão de ponto de vista e finaliza: “Não há uma verdadeira resposta possível nesse campo”.
Jal, da comissão do Troféu HQMix, o jornalista Sidney Gusman e Maurício de Sousa entregam o Astronauta para Milo Manara
E encerrando as perguntas da imprensa, foi questionado da onde vem a figura feminina de Milo Manara, se ela seria a sua mulher ideal e qual a sua inspiração para as suas criações. O mestre italiano respondeu: “Certamente ela provém da realidade. Eu diria que algo a ser considerado é fazer um pequeno mapeamento mental da personagem. Deve-se considerar todas as características que são necessárias para essa personagem, afinal as moças se tornam a representação da realidade. Se a personagem representar algum adjetivo bem específico, posso usar uma atriz que já fez essa personagem, como é o caso que usei as características da Nicole Kidman para a uma personagem”.
E quando se esperava uma finalização normal sem nenhuma surpresa, Maurício de Sousa que estava entre os convidados, levantou e junto com Sidney Gusman e Jal, entregaram em mãos o troféu HQMix desse ano para Manara que ganhou com a publicação Verão Índio.
Manara se emocionou e comentou que viveu uma surpresa após a outra aqui no Brasil.
Maurício de Sousa aproveitou para presentear Manara com as publicações MSP 50 e MSP +50 e mostrou um álbum em comemoração do aniversário da personagem Mônica, em que Milo Manara deu a sua versão para a personagem no Rio de Janeiro. “É uma das mais belas representações da Mônica já feita”, disse Maurício.
Maurício de Sousa mostra a personagem Mônica no traço de Milo Manara: “É uma das mais belas representações da Mônica já feita”, disse Maurício
Encerrada a parte da imprensa o auditório foi aberto para o público que chegou com uma hora de antecedência para garantir a sua senha de entrada. Com o espaço lotado e com um publico ansioso para ver Manara, o representante da Conrad deu dois recados. Primeiro agradeceu a presença de todos e apresentou quem estaria na mesa junto de Milo Manara, o jornalista Gonçalo Junior e o curador da exposição Uma Vida Chamada Desejo.
Infelizmente o outro recado que ele deu foi que Milo Manara pediu dispensa da sessão de autógrafos que iria realizar a partir das 21h. O motivo seria a sua saúde que nos dois dias anteriores havia piorado e que ele não queria estragar quarenta anos de carreira em cinco segundos com um autógrafo horrível. Claro que o público não ficou feliz com a notícia, mas não havia muito a se fazer e todos aguardaram as palavras do mestre italiano.
O jornalista Gonçalo Junior
Mas quem falou primeiro foi Gonçalo Junior, que deu uma breve introdução sobre quadrinhos eróticos italianos e explicou a sua presença na mesa. Gonçalo é autor do livro “Tentação à italiana”, onde ele traça um perfil do trabalho de grandes mestres italianos que trabalharam com quadrinhos eróticos como Guido Crepax, Paolo Serpieri, e aponta Milo Manara como um autor libertino, mas no sentido de dar liberdade as suas mulheres, o que não deixa de ser uma atitude política em determinado contexto.
Gonçalo também comentou como Manara consegue fundir os conceitos de erótico e pornográfico, e que o quadrinhista italiano não masculiniza o olhar em relação a mulher e que o mais importante, Manara sabe explorar as sutilezas.
Milo Manara agradeceu as palavras de Gonçalo e citou que entre as referências citadas só faltou Jean-Claude Forest, criador de Barbarella, para Manara, foi Forest quem começou com esse espírito leve. “Me sinto mais próximo desse personagem. Sou menos sério que Crepax e menos dramático que Serpieri”, afirma Manara.
Sobre a sutileza do seu trabalha Milo Manara afirmou que a vida é feita de momentos, e que ele procura trabalhar esses aspectos da leveza e sensibilidade, e reconhece que evoluiu em seus desenhos e apontou outra característica marcante em seu trabalho: o cômico.
“Sempre tento fazer uma história séria, mas no final eu vejo que coloquei um pouco de humor”, disse Manara que concluiu citando o diretor de cinema Federico Fellini: “Os cômicos são os benfeitores da humanidade”. “Sabemos que a risada é inimiga do Eros. É preciso ser dosado, se for excessivo apaga o aspecto erótico”, finalizou.
Manara também falou bastante sobre o tema aventura, e afirmou que para ele não há nada mais extraordinário que a aventura como tema. Citou grandes histórias como O Inferno de Dante, Odisséia e 2001: uma odisséia no espaço e completou: “A aventura é a libertação do homem. No fim se aplicássemos as descobertas da aventura não levantaríamos mais de manha para trabalhar. Mas infelizmente a sociedade é contra a aventura. A sociedade considera a aventura como aversão. Um livro policial começa com um morto e acaba na prisão. É notório que a tradição da aventura acabou quando começou a linha de montagem”.
Na opinião de Milo Manara devemos frequentar a aventura nos quadrinhos, e deu como um bom exemplo de autor brasileiro, o baiano Jorge Amado, que segundo Manara foi um cavaleiro da aventura.
Uma das mais fascinantes obras que Milo Manara desenhou é a série Os Bórgias, e é claro que o público não deixou de fazer perguntas sobre essa produção. “A série se passa em um período fascinante, em pleno renascimento italiano. Rodrigo Bórgia se tornou Papa no mesmo ano que começa a era moderna (1492)”, disse Manara, que também falou sobre Maquiavél, autor de o Príncipe: “Os Bórgias tinham um conselheiro chamado Maquiavél que agia de acordo com a política de os fins justificam os meios, e isso foi teorizado e praticado pela família Bórgia. O Alejandro Jodorowsky, deu a sua interpretação dos fatos e eu a minha visão gráfica desse período fascinante de referências iconográficas. Minha pesquisa também foi de olhar com atenção as obras de arte daquele período. Fiquei tão fascinado que resolvi colocar as cores na arte também. Foi uma festa para mim, que durou demais, cerca de 6 anos”.
Manara também revelou que no começo do projeto ele teve alguns receios em relação a trabalhar com Alejandro Jodorowsky, roteirista de Os Bórgias: “Ele tinha a reputação de não escrever, mas sim de falar o que ele queria. Depois percebi que ele escreve muito bem detalhado o que quer em cada cena. E no final ele acabava brincando comigo que eu não telefonava pra ele e eu dizia que não era preciso, pois não havia nenhuma dúvida”.
Como todo grande mestre dos quadrinhos eróticos, Milo Manara falou da sua satisfação em desenhar, mas como o cenário é importante para atingir o objetivo: “Tenho fascínio nas mulheres e nos homens também, mas o contexto tem que estar de acordo. Tudo que está em torno é tão importante como a figura. Onde falta a inteligência, falta o erotismo também. A arquitetura é importante para preparar a caixa que envolve e mostra o personagem”.
O mestre italiano também falou sobre o seu ponto de vista em relação às mulheres sempre serem personagens centrais em suas histórias: “Para mim é natural e não poderia ser de outra forma. Minha abordagem é natural, minha mãe era professora de escola primária, onde as mulheres mandavam. Hoje em dia com a idade a minha adoração pelas mulheres é contemplativa, quase eclesiástica”.
Um dos presentes na platéia perguntou para Manara se ele conhecia o trabalho de Giovanna Casotto: “Conheço Giovanna Casotto, mas nunca trabalhei com ela. Giovanna tem uma grande vantagem que é tirar as fotos dela mesmo e usar ela própria como modelo. Ela retoma uma tradição antiga que é retratar a si mesmo. Ao mesmo tempo no meu caso ser obrigado a imaginar e inventar pode ser uma vantagem”.
No final do bate-papo, Milo Manara já demonstrava alguns sinais de cansaço e para finalizar relembrou mais uma vez o seu começo de carreira: “Em 1968 a influência da política foi significativa em minha vida. Eu ia para a praça pública brigar e empurrar, e é claro que as minhas convicções estavam presentes no meu trabalho. Depois Hugo Pratt me convenceu que há algo mais fundamental que a política, é a nossa postura em relação à cultura. É fundamental agir de acordo com a sua cultura”.
Antes de encerrar o bate-papo e fazer a abertura da exposição Uma Vida Chamada Desejo, Milo Mara, com os sintomas de sua bronquite já mais em evidencia deixou o seu recado: “Meu recado a nação é que abaixem o ar-condicionado. Desejo boa saúde a todos”.
É claro que o público não deixou Manara sair assim calmamente, e um segundo após encerrarem o bate-papo os presentes ficaram em volta do quadrinhista para conseguir fotos, dar lembranças e os mais teimosos ou se preferirem insistentes, conseguiram um autógrafo do italiano que teve que cumprir os compromissos de abrir a exposição e gravar algumas entrevistas.
Milo Manara foi embora sem fazer anúncios e deixou que o público apreciasse a exposição, que, aliás, está belíssima. A noite foi marcada também pela presença do grande público fã do mestre italiano, de quadrinhistas de várias gerações, e também de vários veículos da imprensa que não perderam a oportunidade de registrar esse momento histórico que foi a visita de Milo Manara ao Brasil. Agora é torcer que ele venha mais uma vez ao nosso país para quem não conseguiu pegar o autógrafo dele tenha uma segunda oportunidade. Mas mesmo assim a noite foi excelente e não há como dizer que não foi única.
PUBLICADO EM  01-12-10

COMO FOI: A RIO COMICON

A Rio Comicon recolocou a capital fluminense no mapa mundial das convenções de HQs e mostrou que a cidade precisa - e merece - continuar nele

Por Sidney Gusman e Delfin - UHQ

De 9 a 14 de novembro, aconteceu no Rio de Janeiro, na antiga Estação de Ferro Leopoldina, a primeira edição da Rio Comicon. O evento marcou a volta da capital fluminense ao circuito internacional das HQs, após quase vinte anos de ausência - a última vez foi em 1993, quando a cidade sediou a segunda Bienal de Quadrinhos.
E o retorno foi em grande estilo.
Nomes de reconhecimento mundial, como os ingleses Kevin O'Neill (A Liga Extraordinária, A era metalzóica) e Melinda Gebbie (Lost Girls, Cobweb) e o mestre italiano Milo Manara (O Clic, Bórgia), dividiram espaço com seus pares brasileiros, como Ziraldo, Mauricio de Sousa, Laerte, Angeli e Lourenço Mutarelli.
Além deles, também integraram a lista de convidados internacionais: o editor italiano Claudio Curcio (responsável pela Napoli Comicon), o jornalista inglês Paul Gravett (autor do livro Mangá - Como o Japão Reinventou os Quadrinhos, os franceses Etienne Davodeau e Patrice Killoffer, o norte-americano dos quadrinhos alternativos Jeff Newelt, além dos argentinos Lucas Nine e Patricia Breccia.
Do lado nacional, os outros convidados foram Eloar Guazzelli, Fábio Moon, Gabriel Bá, Fido Nesti, Kako, Marcelo Lélis, Orlando Pedroso, Rafael Coutinho e Rafael Grampá.


Era nítido que o povo do Rio de Janeiro estava carente de um evento de quadrinhos de grande porte.
Pena que, de cara, a exemplo do que aconteceu nos últimos Festivais Internacionais de Quadrinhos de Belo Horizonte, era nítido para os presentes que o evento foi praticamente ignorado pelas editoras.
E aí as informações ficam desencontradas. A organização do evento diz que as editoras não se interessam pelo evento; e alguns representantes das casas publicadoras do Brasil dizem que nem resposta obtiveram para os e-mails que enviaram tentando participar da Rio Comicon.
Certo, mesmo, é que, enquanto isso não se resolve, todo mundo sai perdendo: organização, editoras, autores e, especialmente, os leitores.
A ausência de Companhia das Letras, Devir e Conrad, bem como de editoras com um grande trabalho junto a públicos específicos, como Zarabatana e JBC, talvez tenha se devido à exclusividade (alguns diriam monopólio) de exposição e venda de títulos negociada com a Livraria da Travessa, que não promoveu nenhum desconto especial, nem mesmo em relação às editoras que fizeram parceria comercial com ela para a Comicon.
A Panini até estava presente, mas com um reles estande de vendas assinaturas apenas, que não tinha pessoal especializado em quadrinhos no atendimento ao público.
Somente uma editora esteve verdadeiramente representada: a parceria Leya e Barba Negra, que aproveitou o evento para divulgar previews de futuros lançamentos e também a notícia de um grande concurso de quadrinhos, com regulamento que será divulgado em breve no site da editora.
No espaço, a Barba Negra mostrou também duas novas parcerias, como o lançamento de Candyland, de Olavo Rocha e Guilherme Caldas, juntamente com a Caderno Listrado; e Drink, com Rafa Coutinho.
esse cenário de ausência das grandes, de novo, quem se deu bem e mostrou força foram os autores independentes. O estande de Fábio Moon e Gabriel Bá (que estavam lançando Atelier), Rafael Grampá (vendendo pôsteres de desenhos recentes), Danilo Beyruth e Gustavo Duarte estava invariavelmente lotado de fãs. E os das revistas Samba e Beleléu e do coletivo Quarto Mundo também fizeram bonito, vendendo muito.
Dessa forma, esses (e outros) nomes vão se consolidando como referência nos grandes eventos nacionais de quadrinhos. O que mostra que, ao menos em relação à visibilidade com o público direto de quadrinhos, ainda há chances de equilíbrio e concorrência, bem como há ambiente para que surjam novos talentos. E eles estão pintando - havia dezenas de autores iniciantes percorrendo o evento para divulgar seus trabalhos.
Nos últimos dias do evento, os expositores pouco tiveram do que se queixar. Muitos autores venderam todos os exemplares disponíveis de seus títulos na Comicon, tanto entre os independentes como aqueles que eram comercializados na livraria oficial do evento.
Aliás, a Travessa direcionou o acervo de quadrinhos de sua ampla rede de lojas no Rio de Janeiro para a Comicon, sem apostar na ampliação do estoque dos autores participantes. Isso provocou certa frustração de clientes que não encontravam algumas obras dos quadrinhistas presentes na Estação Leopoldina.

Mas vale ressaltar que, no estande, os livreiros (inclusive a gerente) conheciam quadrinhos e, por isso mesmo, havia um atendimento diferenciado.
Programação acertada
Um dos pontos altos da Rio Comicon foi a programação, que apresentou muita coisa interessante. É verdade que a série de vídeos e documentários, que incluiu o imperdível The Mindscape of Alan Moore, foi pouco assistida. Mas o público vibrou mesmo com a chance de ter um contato direto com os autores, por meio de mesas e palestras bastante concorridas e, claro, as sessões de autógrafos.
As mesas nacionais foram movimentadas e com boa interação dos presentes, no geral. Mas, nas palestras internacionais, muitas vezes a comunicação entre o autor estrangeiro, o tradutor e o público ficou truncada demais, prejudicando - isso ficou claro principalmente na participação dos quadrinhistas argentinos e com Milo Manara. Nas apresentações dos franceses, a coisa fluiu melhor.


Como no auditório cabiam pouco mais de 200 pessoas, foi interessante a organização colocar, numa sala perto das exposições, uma televisão transmitindo as conferências em tempo real.
Nas sessões de autógrafos, certamente, esteve o maior acerto da organização. Com uma escalação de autores definida diariamente, em uma das plataformas da estação, os fãs tiveram a chance de ter livros e cadernos "imortalizados" tanto por seus ídolos como por novos nomes do quadrinho nacional.
Alguns nem mesmo faziam parte da programação oficial, mas se aproveitaram do momento e da informalidade do espaço para também divulgar seus trabalhos, caso de Chiquinha! e Estevão Ribeiro, entre outros.
Poucos foram os autores "seletivos", caso do francês Killoffer, que assinou e desenhou apenas no seu álbum 676 aparições de Killoffer (lançado no sábado, pela Barba Negra), deixando alguns fãs com cadernos e álbuns de autógrafos frustrados.
Killoffer, no entanto, foi uma das gratas surpresas da Comicon. Simpático, participando de diversos eventos e festas paralelas à programação, deixou uma ótima impressão.
Já seu compatriota, François Boucq, nem sequer deu as caras no evento: ele cancelou sua vinda sem justificativas e em cima da hora.


Outras boas surpresas foram Danilo Beyruth, o campeão de vendas no estande da Travessa (seus títulos esgotaram, notadamente Bando de Dois ainda no sábado), e Gustavo Duarte, que terá que reimprimir a recém-lançada Taxi.
Problemas de infraestrutura
Apesar de ter muito mais méritos do que desacertos, alguns problemas saltaram aos olhos. A maioria deles oriunda da boa e velha falta de dinheiro. A organização, comandada por Roberto Ribeiro (da editora Casa 21, que também organiza o FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos, em Belo Horizonte), fechou somente uma das três cotas de patrocínio originalmente previstas.


Havia, a rigor, apenas uma exposição de nível internacional: a de Milo Manara, com originais, envoltas em molduras etc. As demais apresentavam algumas artes dos convidados impressas sobre painéis bem mais simples, que podiam, inclusive, ser tocados pelo público.
E para o evento se tornar mais "pop", faltaram mostras de gêneros como super-heróis, mangá e infantil (mesmo com Mauricio de Sousa e Ziraldo participando, havia poucos atrativos para crianças).
A Estação Leopoldina, apesar de ter uma arquitetura bonita, está muito mal cuidada. A fachada está toda pichada e as plataformas mereciam ter tido um cuidado especial. Ao menos para que não tivesse a aparência de abandono (ali rolaram os autógrafos), acentuada pelo mato alto e pelos trens históricos enferrujados - um problema, diga-se, que não é da Comicon, mas sim do poder público do Rio de Janeiro.
(Um aparte para quem não conhece a geografia da região: a Estação Leopoldina, desativada há algumas décadas, fica ao lado da movimentada Avenida Brasil e é cercada por viadutos e elevados. Fica próxima à rodoviária da cidade e à Central do Brasil, numa região que a prefeitura promete revitalizar para a Copa do Mundo de 2014. Atualmente, a localidade é pouco receptiva e, apesar dos eventos culturais que ocorrem por ali, é erma para quem circula à noite - período em que os eventos principais terminavam.)
Também havia dificuldades para se alimentar. Os fãs só tinham praticamente duas opções: pizza e cachorro-quente; e nenhuma delas era exatamente "saborosa". Pra piorar, o entorno do evento não oferece alternativas.


Mas o "calcanhar de Aquiles" mesmo foi a pouca quantidade de banheiros nas áreas de maior circulação. No setor onde aconteciam os autógrafos, havia alguns sanitários químicos, bem perto de onde ficavam as filas de leitores, que só evidenciavam essa carência. Como é fácil presumir, o odor não era dos mais agradáveis.
Se os primeiros dias da Rio Comicon foram marcados pela tranquilidade, com um público pequeno, porém fiel e circulante, nos últimos, ficou claro que o evento precisaria de um espaço maior.
No sábado e no domingo, a lotação superou as expectativas. No período da tarde, a estação ficou pequena para abrigar tantos curiosos, atraídos pela boa divulgação do evento, feita em jornais, revistas e televisões e focando acertadamente o público em geral (e não apenas o fã de quadrinhos).
Houve um momento, por exemplo, era difícil ver as exposições (que estavam no centro do espaço), pois havia filas dos dois lados.
Aliás, a organização teve sorte porque o clima no Rio de Janeiro esteve sempre encoberto. Caso contrário, o divertido desfile de zumbis, com certeza, sofreria com maquiagens derretendo. Afinal, nos primeiros dois dias, o calor na parte interna era enorme, tornando o ambiente abafado e fazendo os presentes saírem, literalmente, pingando de suor. O único local climatizado era a ótima exposição de originais de Milo Manara.
Mas há também elogios para alguns aspectos de infraestrutura. A equipe que cuidou da logística das participações dos convidados (toda ela formada por mulheres) fez um belo trabalho.
O evento fora do evento
Apesar dessas dificuldades, os convidados, principalmente os estrangeiros, adoraram a Rio Comicon. Por duas razões: o carinho dos fãs brasileiros e o convívio com outros autores, que, em nosso País, é muito mais intenso e divertido. É o evento dentro do evento.


Além disso, a Comicon foi um marco de diversos encontros: de artistas com seu público, de grandes nomes com velhos e novos fãs, de pessoas do mercado que só se conheciam pela internet. Nada substitui o contato ao vivo, como bem lembrou Fábio Moon, em sua apresentação, no sábado.
E Moon tem toda a razão: voltada mais para as pessoas do que para o mercado em sua primeira edição, a Rio Comicon mostra capacidade para voltar ainda mais forte em 2011 e se firmar como um dos eventos referenciais dos quadrinhos sul-americanos.
Fechando a Comicon, uma sacada que entrou em cima da hora na programação e teve ótima receptividade: cada autor convidado falou para o público sobre três autores que o influenciaram. Foi um barato! Com os devidos ajustes (especialmente no tempo das apresentações), é uma ideia que deve se repetir nos próximos eventos do gênero, um encerramento com "chave de ouro".
Depois de seis dias de evento, o Rio Comicon teve um saldo positivo. A organização sabe disso. E sabe também que há muito a corrigir e a melhorar para as edições futuras. Afinal, o que todos querem é que o evento tenha terminado não com um "fim", mas sim com um "continua...".
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