"Estes e mais textos no site do ilustrador Robert Rajabally - iDStudio de Arte (www.idstudio.art.br)
Comecemos  com um desenho então. Enquanto ele estiver sozinho, quer esteja como um  rabisco inicial, um estudo num bloco de esboços ou mesmo finalizado,  será sempre isso, um desenho ou estudo isolado. No momento em que esse  desenho for usado para acompanhar um texto, um conceito ou um produto  por exemplo, ele estará ilustrando algo. Ele agora é uma ilustração. O  mesmo acontece com uma pintura ou uma gravura isolada. Por essa  definição, uma fotografia também é uma ilustração, no sentido literal,  quando acompanhar um texto etc, pois também estará ilustrando algo.
Assim  sendo, uma ilustração sempre estará acompanhando algo, servindo para  transmitir visualmente o conceito do texto ou outra forma de comunicação  a que estiver associada. Sozinho, ela poderá ser um desenho ou uma  pintura, pois não estará ilustrando nada. Ilustrar é portanto: descrever  com imagens um conceito, texto ou produto, especialmente ampliando sua  visualização para além do que apenas palavras isoladas podem transmitir.
Uma  ilustração não precisa ser sempre uma arte à cores detalhada. Um traço  bem feito e expressivo, bem minimalista mesmo também será uma ilustração  se estiver, como dito acima: ilustrando algo. As ilustrações podem ser à  cores ou em preto e branco é claro, mas dentro disso há mais  subdivisões: artes à traço (só nanquim preto sobre fundo branco)  monocromáticas (em tons de uma mesma cor, também chamado de tom sobre  tom) e em tons de cinza (do branco ao preto mas com todas as nuances de  cinzas intermediários). Os próprios tons de cinza e as cores podem ser  quentes ou frias, ou uma mistura das duas. Modernamente, ainda temos, em  termos de recursos de gráfica, a aplicação de cores especiais,  retículas, degradées e cores metálicas para colorir e acrescentar  efeitos especiais à artes originalmente à traço, ou seja, uma arte  impressa à cores não foi necessariamente colorida pelo artista, mas pode  ter sido encomendada e supervisionada por ele ou ainda ser uma parceria  entre o desenhista e o colorista para sua ilustração à traço, como no  caso das revistas em quadrinhos.
A  história da ilustração é enorme e a variedade de materiais e técnicas  também é muito grande: do lápis ao computador, passando por todo tipo de  técnicas tradicionais, mistas, modernas e experimentais.  Tradicionalmente, as superfícies para se ilustrar são o papel e as  telas, mas naturalmente, qualquer superfície pode ser usada, pois  depende da visão que o artista deseja materializar. O importante aqui é  dominar a técnica de sua preferência e se esmerar para que seja  realmente bela e de bom gosto e não apenas um amontoado de garatujas  toscas ou manchas sem nexo.
Muitos  artistas confundem sua vontade de se expressar com arte. Ter vontade de  se expressar é uma coisa, o que se produz com isso é outra. Embora o  cenário atual seja de não discriminar o que é ou não arte, ainda temos o  bom senso e este deve prevalecer para que saibamos separar o "joio do  trigo". Naturalmente, quase todos gostam de poder ver de tudo, decidir  por si mesmos e não serem "privados" de nenhuma forma de arte,  assustados que ainda estão com a palavra "censura", como antítese da  liberdade de expressão, etc. Mas já estava na hora de se perceber quanto  tempo valioso é perdido em nossas curtas vidas por nossa falta de  discernimento coletivo do que vale a pena ser criado e exibido. Afinal,  de que vale a arte sem nosso discernimento do que nos convém  absorver, usar, admirar e se deixar influenciar? Um discernimento é  ainda mais valioso quando coletivo do que apenas individual, restrito à  esfera dos gostos pessoais apenas. É quando uma civilização amadurece  como um todo que se pode desfrutar do melhor das artes. Sem dúvida, esse  é um processo lento que não pode ser imposto, mas será ainda mais lento  e danoso se não exercitarmos o bom senso individual e apurarmos nossa  visão desde já, tanto como meros apreciadores como criadores de artes  visuais, textuais ou musicais, pois para tudo haverá responsabilidades,  consequências e méritos, sejam imediatos ou a longo prazo. Arte não é  criada somente por artistas experientes ou profissionais; um iniciante  também pode criar artes fascinantes se tiver sensibilidade e talento,  surpreendendo muitos veteranos pela qualidade. Um artista, portanto,  nunca deve perder essa questão de vista se quiser realmente progredir na  sua formação pessoal e contribuir para um mundo melhor, já que tem "a  faca e o queijo na mão", bem mais do que os que não tem a oportunidade ou o dom de criar  em qualquer uma das artes. Conquistar o sucesso no mundo, nem sempre é o  mesmo que conquistar o sucesso pessoal, a satisfação de ter feito algo  realmente bom para todos.
Materiais e Técnicas - Você  já pensou quantos materiais e técnicas existem? Uma ilustração pode  empregar qualquer técnica e qualquer material. Primeiro temos os lápis  de grafite que vão da série H até B, conforme sua dureza, depois as  barras de grafite sólido, os fabulosos lápis de cor aquareláveis e  profissionais, ou mesmo os escolares, as barrinhas de pastel e giz de  cera oleosos ou secos e os lápis-carvão. Depois temos as ótimas tintas  permanentes à base de água, ou inks, como o nanquim preto ou em  cores, aplicados com pincel, bicos de pena ou canetas técnicas para  artes à traço. Em seguida temos as tintas transparentes e impermanentes  como as aquarelas e ecolines, muito sensíveis à luz e também à base de  água. Depois ainda, temos as tintas opacas como os gouaches, também  chamados de poster colors. Todos estes são para serem usados sobre  papel. Mais além temos os acrilicos para papel ou tela, também opacos e à  base de água mas que podem ser também transparentes. Os acrílicos,  diferentemente do gouache, por exemplo, se tornam mais permanentes  depois de secos pois não reagem mais à agua e a luz, formando uma  película plástica impermeabilizante parecida com o de uma cola branca  comum. Entre os materiais há também uma quantidade de réguas de formas  fixas (gabaritos) ou flexíveis para curvas perfeitas, muitos materiais  porém perderam seu uso hoje com a chegada do computador que pode  realizar quase tudo que um artista precisa de forma muito mais rápida e  precisa com os estupendos recursos dos vetores digitais. Tudo isso ainda  será usado sobre uma mesa de desenho e aí temos as mesas de luz para  transferência de desenhos de um papel para outro, projetores  profissionais de ampliação e na informática, os scanners para  digitalizar seu desenho para levá-lo para dentro do computador. No que  diz respeito às tintas, deve-se esquecer as tintas escolares de  papelarias comuns pois elas tem pouco uso na ilustração profissional  pela sua baixa qualidade, destinada mais a crianças e trabalhos  escolares. As tintas precisam ser de alta qualidade e o Brazil não  oferece muitas opções quanto a isso. As tintas profissionais são  portanto quase todas importadas e caras, assim como os pincéis e papéis  se o estudante quiser levar a coisa a sério. Da mesma forma, um  computador para ilustração séria precisa de uma configuração superior às  encontradas em lojas populares. Estudar e conhecer bem tudo isso é  parte da formação de um Ilustrador como veremos adiante.
   As cores das tintas acrílicas são também muito mais vibrantes, de alta  qualidade e permanentes, portanto perfeitas para ilustrações  sofisticadas, seja aplicada à mão com pincéis ou com o aerógrafo sobre  papel ou telas. Para o ilustrador, assim como para o pintor, essas  diferenças importam também porque dependendo da tinta usada, sua arte  poderá ou não ser retocada ou continuada noutro dia. No caso das tintas  que secam totalmente e são à prova d'água, somente pintando por cima  numa nova camada, enquanto que uma tinta à óleo, por exemplo, permite  intervenções por muito tempo, e as aquarelas e gouaches somente se  seladas com um verniz para se pintar mais por cima ou se entrar com  técnicas secas como um lápis de cor. Quando se fala em ilustração é  também fundamental pensar nos papéis, pois são o principal  suporte desse tipo de arte! Não podemos também nos esquecer dos  ilustradores que esculpem em papel suas criações tridimensionais e os  que usam técnicas de gravura antigas e colagens e recortes. Assim,  excetuando-se a arte digital num computador, um ilustrador de mídia  tradicional tem que conhecer os papéis muito bem pois eles naturalmente  afetam completamente a tinta e a técnica usada. Dessa forma há papéis de  todas as qualidades e gramaturas (que é o peso ou espessura do papel em  gramas), podem ser importadas  de grande qualidade  e bem caras para  nós aqui no Brasil ou as nacionais bem mais simples e baratas mas de uso  muito limitado, podem ser  super lisas, ou ásperas e texturadas com  relevos, coloridas ou brancas, porosas ou super resistentes. Todas elas  tem seu uso e servem com perfeição para uma técnica mas poderiam  estragar todo o trabalho noutra se o artista não souber escolher e usar o  papel certo.  Muitas vezes, além da escolha do papel, o artista precisa  conhecer técnicas de preparo de superfície! Sim porque conforme a  técnica e a tinta, a superfície do papel pode precisar ser preparada  antes de se passar a ilustrar nela como por exemplo, montar a folha  sobre outro papel mais rígido como o papel madeira, triplex ou cartão  com cola, para suportar tintas onde se usa mais água, como a aquarela,  para que o papel não enrugue, estragando toda a ilustração sem volta! Ou  ainda preparando a superfície com uma camada de gêsso para dar textura e  "pegada" ao papel e assim por diante.  Além desse conhecimento de  papéis para desenhar e ilustrar, é depois preciso conhecer os papéis que  existem para impressão, que é a finalidade última da ilustração e  portanto muito importante para não dar tudo errado! Tudo isso  diferencia o ilustrador profissional da pessoa que apenas desenha como  hobby ou passatempo. Como viu, o jovem, recém saído da infância e da  escola por exemplo precisaria mudar completamente sua noção do uso de  papéis, deixando coisas como cartolinas e o papel cartão comuns de  papelarias escolares para trás, pois não tem serventia no mundo  profissional, somente para certas tarefas rotineiras de recortes, para  máscaras e montagens simples.
Por  fim, temos as tintas à óleo que são mais usadas sobre tela ou madeira.  As tintas à óleo são as mais permanentes e podem levar muitos anos para  secar completamente, por isso e pela alta qualidade dessas tintas, foram  sempre as preferidas pelos grandes pintores do passado e por muitos  ilustradores modernos. A tinta à óleo é muito mais pesada, digamos  assim, e portanto o papéis normais de arte não servem de suporte mas  pode-se sempre preparar superfícies especiais para o óleo mesmo sobre  papel. Em todas as tintas, o que confere sua qualidade superior sobre as  marcas mais populares é o tipo de pigmento usado. Ilustrações em preto e  branco são um mundo a parte, diferente das artes em cores totais, assim  como ambas são diferentes das puramente à lápis, e todas ainda são  muito diferentes das geradas em computador que podem ser bitmapeadas,  vetorizadas ou tridimensionais! Saber apreciar cada tipo em si já é um  dos grandes prazeres de se curtir uma ilustração.
Depois dos tipos de tinta e dos lápis temos os meios de  como aplicá-los: à mão, com pincéis, espátulas, bicos de pena e  canetas, esponjas e rolos ou aerógrafos, sem contar o computador que tem  tudo isso de forma digital e muito mais, permitindo controle total  sobre o uso de letras (fontes), possibilitando pintura em mídias  naturais e permitindo montagens complexas impossíveis de serem  realizadas à mão com a mesma velocidade, qualidade e flexibilidade. Num  computador, seu "papel" estará sempre limpo e pronto de forma infinita e  você sempre pode desfazer qualquer parte de um trabalho ou repintar  partes de forma impecável, agora experimente fazer isso numa prancheta  convencional!  Hoje em dia, o artista precisa cada vez mais trabalhar  com o computador pela pressão dos prazos e pelos tipos de trabalhos que  só podem ser feitos nele, como os que mencionei acima. Assim, a máquina  já é parte de todo estúdio para finalizar as artes criadas à mão, criar   artes nela, combinar mil coisas para um resultado final impecável e  ainda para trabalhar com letras e textos inteiros para dar saída ao  produto final completo, pronto para imprimir. A enorme variedade de  software que existe, mais a alta qualidade do mundo digital de hoje,  tornam seu estudo e uso algo realmente obrigatório para artistas de  qualquer tipo. As incríveis técnicas que existem, mais as que cada  artista acaba combinando ou criando do zero para seu estilo pessoal de  trabalhar, tornam o mundo da ilustração 2D (plano) ou 3D (com  profundidade) algo de imensa variedade e beleza impressionantes. Em se  tratando de Ilustração, não há limites a não ser o talento, os  conhecimentos e a criatividade do artista.
Como  você pode ver, todos os materiais são especiais e mostram isso quando  usados por quem realmente tem talento e sensibilidade para usá-los: o  simples lápis, ou melhor o grafite, em tons de cinza, pode ser usado  para técnicas tão realistas que são difíceis de se perceber que não são  fotos. Um artista deve também sempre respeitar muito os papéis,  especiais ou não, pois todos têm seu lugar na criação. Assim caberá  sempre ao artista escolher o que combina com sua forma de se expressar,  pois cada material tem seus pontos fortes e pontos mais fracos conforme a  finalidade e a técnica desejada. No oriente antigo, papéis eram  materiais escassos pois haviam poucas árvores em certos lugares  montanhosos e por isso o papel era considerado precioso a ponto de nunca  desperdiçar qualquer folha mesmo que tenha sido parcialmente estragada  por um erro de grafia de um escriba-sacerdote, por exemplo. Folhas  defeituosas ou estragadas eram guardadas com respeito, para serem usadas  em outras finalidades como para o aprendizado de crianças nas escolas.  Aqui no ocidente, temos o vergonhoso e desrespeitoso hábito de jogar no  cesto folhas de papel novinhas, recém tiradas do pacote por qualquer  motivo sem sentido, seja por crianças nas escolas ou adultos em  escritórios, o que mostra nosso atraso em relação à questão do respeito  que se deve ter pelos materiais que custaram tantos processos para  chegar com qualidade em nossas mãos, sem contar a questão ecológica do  desperdício e derrubada desenfreada de árvores. Pense nisso, quando  tiver uma folha de papel em branco nas mãos e procure guardar os  retalhos que servirão ainda durante seu trabalho como ilustrador, para  testes e máscaras. Tudo isso também representa a verdadeira formação do  artista.
O  que diferencia a Ilustração do desenho não é somente por estar  ilustrando algo, mas porque ao fazer isso, frequentemente será uma arte  comercializada para esse fim, o que influencia muito na sua criação e na  escolha dos materiais. Arte comercial, portanto, é algo mais  profissional do que o simples desenho, pois precisa atender a finalidade  a que se destina, respeitar prazos e escolher técnicas adequadas ao uso  final porque uma ilustração sempre será impressa ou irá ao ar, por  exemplo num site. Isso quer dizer que a escolha do material não pode ser  mais somente conforme a preferência do artista, pois se seu trabalho  for baseado em tinta à óleo, será difícil atender a um prazo de poucos  dias. Antigamente, digamos há uns 70 anos atras, o ilustrador tinha  muito mais tempo para trabalhar sua arte final, inclusive contratando  modelos para posar quando envolvia figura humana, procurar objetos de  cena, estudar a composição e iluminação fazendo muitos esboços antes de  partir para a pintura final. Hoje com o imediatismo, principalmente na  Ilustração publicitária, a velocidade das mudanças, a obsessão pelo  novo, o caráter descartável de tantas artes comerciais e publicações  banais e a pressão comercial, tudo é para ontem! Cabe a cada ilustrador  decidir o quanto quer participar disso dessa forma, definindo  gradualmente seu nicho ou segmento de trabalho e sua forma de trabalhar,  aprendendo desde cedo a ser muito responsável na relação  artista-cliente, com métodos de trabalho claros, confiáveis e éticos,  inclusive sendo muito organizado e racional na hora de lidar com os  materiais, prazos e pedidos de cada cliente se quiser ser respeitado e  crescer na profissão, mesmo num mundo turbulento e imediatista como o de  hoje.
Estilos e áreas da Ilustração -  O ilustrador pode ter uma técnica hiper-realista para retratar o mundo,  para retratos, com grande conhecimento de anatomia humana e animal,  arquitetura urbana e paisagismo, ou pode ter grande desenvolvimento de  arte de precisão técnica para trabalhos de alta complexidade técnica  para ilustrar veículos, máquinas e aparelhos de todo tipo, veículos,  mobiliário e vistas explodidas de peças atuais ou concepções artísticas  de todo tipo para empresas de tecnologia e indústria mecânica de como  alguma nova idéia poderia ser, num exercício de futurismo, e só disso já  se pode ver a bagagem que um artista assim precisa ter e que outras  áreas artísticas nunca tem que se preocupar ou às vezes sequer sonham  que a ilustração pode realizar tanto. Com isso vemos também que esta  forma de arte não é só abstrata ou de fantasia, ela é também de alta  complexidade e precisão técnica, seja usando métodos manuais, um  aerógrafo para realismo completo como no chamado Retoque Americano de  antigamente, ou mesmo em técnicas igualmente incríveis no computador.  Depois temos ainda o Ilustrador de personagens e o do mundo das  Histórias em Quadrinhos (HQs) ou os modernos Graphic Novels, mas aqui  trata-se de mais do que ilustração estática pois é agora  Arte Sequencial,   que pode ou não ter texto, sendo uma linguagem em si, já que não está  ilustrando algo com uma imagem parada e sim comunicando com imagens  sequenciais no papel como num filme com as mesmas regras de  enquadramento e narrativa, semelhante ao Desenho Animado em filme ou vídeo. Temos também a Ilustração Científica  que retrata a natureza, plantas e animais para livros de botânica e  meio ambiente para livros com trabalhos de grande beleza que precisam  ter total rigor na exatidão além da beleza e apuro na técnica usada. Uma  variação dessa forma de Ilustração é a Ilustração Naturalista  que eu mesmo desenvolvo e sobre a qual escrevi em máteria publicada na  revista Com Ciência Ambiental (se você quiser ler essa matéria e ver as  artes, cliqueaqui  e você irá para o site do iD Studio). Completando, temos as Vinhetas  decorativas e finalmente a Arte Abstrata, estilizada, feita de manchas e  formas que não precisam mais retratar a realidade concreta, mas sim a  pura poesia visual, indo onde a fotografia não pode ir. Hoje, com o  computador, a arte Vetorizada ganhou enorme impulso e significado  abrangendo uma gama de formas e cores belíssimas que podem ser realistas  ou estilizadas, com cores chapadas e vivas ou em delicados meios-tons e  transparências. O universo das Artes Gráficas é realmente muito vasto  para se conhecer e explorar.
Há ainda mais um fator fundamental que diferencia o Ilustrador do Pintor ou do Artista Plástico. Vimos que a Ilustração é Arte Comercial e  que este tipo de arte é caracterizada por ter sido concebida para  acompanhar um texto ou um produto, ilustrando-o portanto. A terceira  diferença é justamente porque o Ilustrador cria para para uma mídia  impressa (revistas, jornais, livros, embalagens, folhetos etc.), ele  precisa ter o conhecimento necessário de Artes Gráficas para que  sua criação seja adequada à finalidade. Veja um exemplo: de nada adianta  criar uma arte belíssima, se ela estiver numa técnica imprópria, fora  das medidas necessárias ou conter cores de repodução difícil ou não  previstas. Como se vê, a formação do ilustrador precisa ser ampla,  abrangendo tudo que puder sobre tipos de letra (para poder orientar seu  uso adequado pois não saber combinar letras com a arte é um erro básico e  fatal que estragará o produto final e certamente o situará na vala  comum dos trabalhos amadoristicos), além de técnicas de gráfica, filmes,  fotografia (esta é outra área de grande importância para o ilustrador  saber bem!), sistemas de cores analógicas e digitais, e tudo enfim para  garantir o sucesso do produto final. Assim, ser ilustrador vai além da  sua habilidade de desenhar e pintar, pois você estará sempre criando  para uma finalidade e deverá saber acompanhar e controlar o resultado  final. Geralmente os Pintores e Artistas plásticos não precisam se  preocupar com estas coisas pois suas criações serão destinadas a  galerias, exposições e residências onde a pintura original será  mantida. Na Ilustração, seu original pode ficar com você ou com seu  cliente conforme o que foi acertado, mas será sempre uma reprodução  dele que será impresso e aí a fidelidade das cores e da reprodução em  si são coisa séria. Por exemplo, o sistema de reprodução gráfica usa   cores em CMYK (que é um "espaço de cor" que utiliza o Cyan (azul),  Magenta, Amarelo e o Preto (K) para reproduzir com fidelidade sua arte)  enquanto que um monitor de computador é como uma tv e usa o modelo RGB  (Red,Green & Blue que serve perfeitamente para mostrar na tela ou  numa impressão caseira mas não serve para avaliar como ficará a  impressão e nem será usada pela gráfica) ou ainda em cores indexadas  (limitado a 256 cores ao invés dos 16.7 milhões de cores que podem ser  mostrados comumente no computador) e sem essa noção sua arte pode ficar  completamente estragada! Se for trabalhar tradicionalmente (tela ou  papel), seu cliente ou gráfica cuidarão disso, mas se estiver fazendo  algo no computador precisa saber preparar a arte para saída, como se  diz, às vezes fazer você mesmo a conversão de RGB para CMYK no  computador e inclusive saber o básico sobre resolução (dpi -  densidade de pontos por polegada para impressão) sem o que o trabalho  não será aceito ou será impresso estragado. É preciso então saber  conceber a arte para a finalidade, combinar isso com o cliente de  antemão como querem a arte, preparando-a e acompanhando o resultado até o  fim, se possível! Aquela coisa de só ficar desenhando de forma  "sonhadora" e depois entregar para a pessoa que pediu para que ela se  vire para imprimir, não é a forma de trabalhar do Ilustrador  profissional. Se depois disso tudo você ainda quiser ser Ilustrador (tem  gosto pra tudo!) Veja os requisitos principais:
Ser um Profissional  de uma área assim significa então uma soma de fatores: saber desenhar à  mão livre, ter um bom domínio sobre equilíbrio, distribuição,  perspectivas e proporções (um problema para quem vem de pinturas em tela  e está mais acostumado a 'riscar' ao invés de aprender a desenhar), luz  e sombra e um senso de estética e acabamento apurados, conhecer muitas  técnicas, compreender bem os sistemas de impressão que existem, saber  trabalhar igualmente bem com cores e em preto e branco, conhecer muito  bem o computador e o mundo digital para ilustração, saber trabalhar com  textos e conhecer muito bem alfabetos de fontes e as regras do seu uso  estético, ter e manter um Portfólio bem montado com seus trabalhos como amostra, complementado por um site bem feito e por fim saber administrar seus contatos com seus clientes de forma ética e competente (é preciso ter um método claro de trabalho  que vá desde o recebimento das instruções e compreensão do que o  cliente quer ou precisa, passando pela elaboração de um lay-out onde sua  idéia é demonstrada, definição de prazos e valores e só depois da  aprovação destes é que se parte para a tão esperada Arte Final -  qualquer  confusão nestas etapas é sinônimo de muita dor de cabeça e  possíveis prejuizos para ambos os lados...), e com seriedade, além da  parte administrativa do seu estúdio e os cuidados normais com direitos  autorais! Ufa! Ah sim, e depois achar um tempinho para estudar, formar  sua cultura de Ilustrador, cercado das referências que lhe são  mais importantes e finalmente exercitar sua criatividade, acompanhando  até certo ponto o que acontece nesse mundo das artes gráficas e  desenvolver um trabalho pessoal marcante! Só isso... por causa dessa  sobrecarga de talentos que a área exige, muitos artistas restringem seu  trabalho a certos nichos, mas nem todos temos essa chance e temos de  estar preparados, o melhor possível dentro das limitações de cada um, a  atender quase tudo para sobrevivermos da nossa arte, medindo mais pela  régua da ética do que devemos ou não aceitar fazer e menos pela  limitação técnica de seus conhecimentos e habilidades.
Falamos  em referências, então aqui vale explicar um pouco: quer esteja  ilustrando o mundo real e concreto ou o abstrato e visionário, o  ilustrador sempre busca consciente ou inconscientemente todas as coisas  que já viu na vida mas mesmo com muita vivência precisará contar com seu  acervo de referências no seu estúdio ou em pesquisas na hora de começar  a criar. As referências de um artista podem ser vastas e nem sempre são  apenas do que gosta e combina consigo mas de coisas que precisa para um  determinado cliente. Por exemplo, você pode não gostar muito de certos  períodos da História, como a Idade Média por exemplo, mas diversos  projetos de ilustração podem exigir que você conheça bem o vestuário ou  determinados objetos dessa época. Assim, as referências de um artista  podem ser divididas em várias categorias: tudo o que achou de valor e  fascinante em revistas e publicações e que recortou para guardar ao  longo dos anos, livros e obras de outros artistas que admira,  referências específicas de seus clientes, bancos de imagens genéricas,  objetos reais de todos os tipos e, finalmente, seu próprio banco defotografias e seu póprio Livro de Recortes com  seus desenhos, seus esboços e rabiscos que foi fazendo ao longo da  vida, em diferentes lugares onde viveu e que guardou. Aliás, ter esse  livro, pasta ou caderno de recortes  com seus próprios desenhos é da  maior importância e algo muito prazeroso de se fazer, pois irá criando  um acervo de esboços, experimentos visuais e  embriões de idéias que  você poderá desenvolver um dia além de ser um testemunho visual da sua  vida como artista. Isso tem um nome mundial e se chama:Sketchbook.  Vai de cada um colecionar o que lhe agrada mas sempre é preciso ter as  melhores referências possíveis em àreas-chave do seu tipo de trabalho,  porque não se sabe quando serão úteis, por exemplo para conseguir  desenhar aquela peça esquisita às 2 da manhã sem nehuma ajuda!  É claro  que hoje em dia com o computador e a Internet, todo o modo de vida do  ilustrador mudou, mas para uma formação mais refinada e completa, nunca  dependa somente do que encontrar online! Por fim, vale lembrar que ter  uma referência não significa copiá-la! Imagens sempre tem donos e não se  pode copiar ou usar as coisas dos outros, sem permissão ou  sem citar a  fonte, a não ser que sejam coisas bem simples para um uso limitado ou  sem fins lucrativos ou de domínio público, o que além de ser uma forma  grosseira de trabalhar, é antiético e uma infração de direitos autorais  com direito a processo. Portanto uma referência é só isso, algo para se  basear, se inspirar, conhecer, estudar ou aprender, mas sempre recriado  do seu modo sem se aproveitar das coisas dos outros intencionalmente. Na  esteira do que mencionei acima sobre se ter um portfolio e um site bem  feitos e completos, está a divulgação do trabalho como um todo  que hoje em dia se estende para o uso ou não de blogs pessoais,  participação em sites de artes (como o nosso História & Arte / Natureza  e o Deviantart no exterior), comunidades afins, clubes e associações,  além da visibilidade no mercado através dos próprios trabalhos que faz  que podem ser reconhecidos pelo grande público ou ser de conhecimento  somente de quem é do meio.
O Ilustrador -  Da ilustração passamos ao Ilustrador. O Ilustrador é essencialmente um  profissional, ou então será apenas um desenhista, sem compromisso com  sua criação artística que será para ele só um passatempo ou uma  distração temporária que não se desenvolverá muito além da infância do  desenho. O fato da ilustração ser, em tese, arte comercial, não  significa que o artista seja necessariamente um mercenário, vendendo  suas criações para quem pagar mais e só. Como em toda profissão, há o  elemento humano, e o tipo de ser humano definirá o tipo de profissional.  Profissional também não significa que é sempre melhor do que o artista  amador. Significa apenas que a arte é seu sustento e é levada à sério.  Pode-se ter um artista profissional com um trabalho sério mas limitado a  um nicho artístico, por exemplo: só desenhar personagens, e outro que é  amador, pois não vive disso e não possui compromissos para atender, mas  possui uma técnica sofisticada para vários tipos de arte. Mas este  último não será um Ilustrador pois não está ilustrando nada que será  publicado ou veiculado de outro modo, mas será sempre um artista de  grande talento.
E aqui temos mais algumas diferenças para se apreciar: um Ilustrador, diferentemente do Artista PlásticoPintor,  não precisa sempre expor seus trabalhos participando de exposições ou  em galerias de arte como uma obrigação na sua carreira, pois sua arte é  eminentemente para ser impressa, seja em revistas, livros e jornais, ou  mesmo veiculada online enquanto os outros artistas comercializam suas  pinturas originais, os quadros em si. Suas exposições portanto, quando  acontecem, podem parecer uma exposição de pinturas, mas frequentemente  terão outro cunho, conforme seu trabalho. O ilustrador também não vive o  mesmo ambiente do pintor, do artista plástico - o Ilustrador trabalha  em seu estúdio, enquanto o Artista Plástico desenvolve seu trabalho num  atelier - embora diversos aspectos possam ser parecidos conforme o tipo  de Ilustrador - o Ilustrador geralmente vai trabalhar em seu próprio  estúdio e será independente, pois no Brasil, não é comum existirem  estúdios ou empresas que contratem artistas só para ocupar essa função -  sendo a mais próxima, mas também raramente a mesma - a função de  Diretor de Arte.  ou 
O lado legal  da coisa também precisa de muita atenção (se o artista não leva jeito  pra isso precisa ter alguem  competente que cuide dessa parte) desde  como sua empresa ou trabalho autônomo são constituidos (faixa de  impostos, custos, registros, etc) até a negociação do trabalho em si. Seja sempre claro, ético e objetivo,  informação nunca é demais: verifique se entendeu exatamente o que o  cliente deseja e se eles te entenderam também! Não se espante em ter que  "educar" seu cliente, pois como disse no inicio desse artigo, poucos  entendem o que é ilustração e como conduzir o trabalho, quais são as  etapas do processo etc. e nós artistas temos a obrigação de ensinar  que HÁ regras se queremos que nossos clientes sigam tais regras! Ao  saber que você conhece as regras e as exige em contraparte já nascerá um  novo respeito por você e você poderá avaliar as intenções do cliente e  se ele sequer vale a pena ser atendido, independentemente de suas  necessidades de sobrevivência, pois muitas dores de cabeça podem ser  evitadas assim: sendo profisssional na fase de atendimento  também! Estipule o número de alterações -se houver-  incluidas no preço e  o que acontece se o trabalho for cancelado quando já estiver na reta  final da entrega da arte-final! Hoje em dia tudo isso pode ser feito por  e-mail (complementando o contato pessoal ou por telefone) que possui  valor legal e PRECISA ser feito com diligência profissional antes de começar a fase da criação! Quanto à forma de trabalhar, o ilustrador poderá começar como free-lancer  (pegando trabalhos avulsos sem vínculo empregatício com clientes que  permitem isso) em casa e depois ir montando sua própria estrutura de  empresa prestadora de serviços de arte na direção que escolheu (que pode  ser também à partir de sua residência se quiser) pois outros clientes  maiores exigirão CNPJ, um endereço comercial, nota fiscal e assinatura  de contratos para sequer considerarem você como opção. Assim, os  trabalhos podem ser encomendados de forma avulsa ou firmados em contrato  onde se deve prestar atenção à questão dos Direitos Autorais se não  quiser ser lesado. Editoras e empresas costumam usar o fato de serem o  lado presumivelmente "mais forte" da negociação para impor a cessão  completa de direitos autorais sobre a obra para qualquer fim com  direitos mínimos ao artista. O justo é ceder a obra para um uso  específico (para o qual se destina originalmente) e por um tempo  determinado e estipular valores ou porcentagens caso a obra seja  reproduzida em outro lugar ou para outra finalidade ou reutilizada, não  permitindo que terceiros alterem sua obra sem consultar você, o autor  original de direito. Conforme sua posição de independência ou não em  relação a isso vc deve negociar o que é justo e não só deixar fazerem o  que quiserem com sua arte, pois isso também enfraquece o mercado para os  outros que são mais profissionais. No Brasil esta é uma questão tensa e  sem uma cultura clara, por isso mesmo, diversas entidades de classe já  lutaram para estabelecerem regras e conseguiram avançar nossa posição  nesse ponto com contratos e procedimentos claros e combinados antes  de entregar a arte final! Nunca é demais ser prudente e ter bom senso  do que é justo e exigir o mesmo do seu cliente. Ser avoado nessa hora é  garantia de muita lamentação posterior. Neste ponto também o Ilustrador  se diferencia do Pintor, pois ele vive da sua arte enquanto que o  segundo geralmente o faz  como segunda atividade ou hobby, pois são   relativamente poucos os pintores e artistas plásticos que realmente  vivem somente da sua arte num país como o Brasil.
Talvez  por serem percebidos assim, como pessoas que em geral pintam como  passatempo, que o público brasileiro não foi criando ao longo das  décadas ou séculos a atitude de se interessar e respeitar mais a pintura  nacional contemporânea e suas ramificações, pois os artistas dessas  áreas falharam em se mostrar como criadores de algo essencial ou  especial, sendo em troca percebidos como descartáveis ou como criadores  de coisas sem muita serventia para os outros pois estariam apenas  extravasando sua necessidade pessoal de pintar, e sem o suor do rosto de  um dia de trabalho legítimo, na visão do grande público, o que  prejudica muito as exposições que não não irradiam uma aura de  empolgação natural e dependem muito do marketing em torno para se  justificar e atrair as pessoas, que percebem intuitivamente não ser  algo necessário, em eventos que  logo caem no esquecimento. Aí, se você  acrescentar uma má organização e um arranjo pobres da exposição em si,  como acontece mais em cidades pequenas, com uma divulgação idem, teremos  o que acontece com frequência no Brasil que é o desinteresse pois a  informação sobre o conteúdo artistico é quase sempre bem fraca e o  interesse próximo de nulo. Lembremos que nos referimos ao grande público  e as crianças e não aos que já conhecem e são apaixonados pelas artes  de qualidade pois estes são franca minoria. De que adianta expor assim?  Só para cumprir uma agenda de que há cultura? Para divulgar o que  exatamente, se o trabalho em si não é maravilhoso? Só para que os  artistas possam se agarrar à chance de mostrar o que estão fazendo num  espaço "público" mas sem público? Isso só tem sentido se, de um lado o  trabalho do artista é fascinante e inteligente e não uma  mera repetição apática de tudo o que todos já fizeram e, do outro lado,  se o público é informado, sabe o que a pintura, as artes plasticas e a  ilustração são e tem para oferecer e está interessado no trabalho dos artistas da sua cidade, isto é, se sequer sabe quem são e  que tipo de trabalho marcante e pessoal desenvolvem pois quer sentir e  se beneficiar do que tais artes transmitem! No último elemento dessa  conta de matemática social está quem oferece o espaço para exposição ou  evento, que também precisa ser pessoa, grupo ou poder ético que respeite  as artes e quer fazer realmente sua parte porque dispõe dos meios  e não apenas a use para promoção própria quando convém, sem essa  equação o resultado só pode ser nulo, semeando mais apatia para as  próximas gerações. .... Mas, completando a idéia anterior, o artista  plástico, por exemplo de grandes cidades, geralmente necessita ter seu  trabalho avaliado pela crítica especializada de quando em quando e ter  seu trabalho exposto nesta ou naquela galeria para ser reconhecido e  lembrado, é seumarketing pessoal O universo do ilustrador é  outro: é o mundo das artes gráficas publicadas ou impressas, embora  ambos, é claro, se beneficiem de elogios e prêmios! Se teve paciência (e  gosto!) e chegou até aqui na leitura, veja mais sobre o que é preciso:
Áreas e formas de atuação -  Um artista deve ter uma formação  em escola de arte mas isso no Brasil nem sempre é possível e a  qualidade e abrangência deixa muito a desejar em diversos lugares,  assim, na prática, mais valerá a formação que você se der,Ilustrador Editorial que pode se especializar  em arte infantil, infanto-juvenil, adulta, de moda, pode ser um capista  (especializado em criar capas), livros didáticos (livros escolares),  Ilustração científica, técnica, astronômica, automotiva, geográfica, de  natureza e de ficção científica. Pode ser um Ilustrador Publicitário,  ilustrando produtos de consumo, embalagens, jogos e brinquedos  tradicionais, personagens para alimentos, cartazes, outdoors,  logomarcas, folders etc. agora como Designer Gráfico embora não  se deva confundir as áreas, pois um ilustrador nem sempre é um designer  gráfico e vice-versa.  Nas mídias impressas como jornais e álbuns  especiais, pode também ser um artista de quadrinhos, um cartunista ou  chargista, onde vale muito o traço e a idéia. Além disso há áreas como a  institucional e corporativa que também utilizam os serviços do  ilustrador se este possui um trabalho desenvolvido ou que sirva para  isso. Uma outra área especializada é a criação de símbolos, pictogramas,  ícones, sinalização e clip-arts à cores ou à traço para catálogos de  artes prontas e para uso online, na Internet e interfaces gráficas para  software, isso pode ser feito por um ilustrador ou por um designer  gráfico que é o que cria também tipos de letras. Aliás a Tipologia  é uma da áreas que requer grande apuro estético e conhecimento de  famílias de alfabetos para a criação de fontes originais sejam elas só  para atender a um uso específico de um projeto por exemplo, ou as de  âmbito internacional para fazer parte dos tipos de letra que existem no  mundo. Fontes, ou alfabetos, eram criados à mão e hoje já podem ser  feitos em computador, ou as duas coisas. Estas áreas são conhecidas  coletivamente como Comunicação Visual e fazem parte de uma  especialização  das artes visuais do ilustrador ou específicas do  designer gráfico. Mesmo hoje, todo artista deve criar, rabiscar,  rascunhar e saber fazer seus estudos à mão para só usar o computador  depois para desenvolvimento, mais estudos e finalização caso não for  finalizar também à mão.  estudando de forma independente tudo que tem a ver com esse universo,  hoje em dia isso facilitou muito com a Internet e poder comprar livros  no exterior, fazer contatos bacanas, etc. O ilustrador trabalha  principalmente para editoras, agências de publicidade e empresas,  conforme o que tem para oferecer como artista e até como autor, pois  pode ilustrar os textos que ele ou ela mesmo escreveu, em um fascinante  trabalho conjugado que dá ainda mais liberdade na criação de idéias bem  concebidas. Para editoras, estaria ilustrando livros e revistas de todos  os tipos. Este é o 
Hoje em dia tudo isso se combina e foi recriado com o universo das artes digitais: a Computação Gráfica  onde se estendem para a criação de cenários de jogos para computador e  videogames, personagens animados, criações 3D, editoração eletrônica e  tantas aplicações incríveis. Não se pode esquecer aqui o Animador  que nem sempre é um ilustrador mas que trabalha com muitos dos mesmos  elementos e habilidades na criação de desenhos animados e na computação  gráfica e os ilustradores que criam tudo para as grandes produções  cinematográficas, desde cenários como  todo o estilo e ambientação dos  personagens da trama, dos story-boards que mostram toda a  sequência de tomadas de câmera antes da filmagem em si começar. Falamos  em computação gráfica, então vamos tratar desta parte: Usando Computadores!  Naturalmente, a ilustração, como vimos, existe há muito tempo, então  conforme a idade e a vivência de cada artista ele ou ela terá um  relacionamento diferente com coisas que vieram transformar esta área das  artes. Os computadores vieram mesmo revolucionar tudo não como um  modismo tecnológico impactante mas antes de tudo, para proporcionar um  novíssimo conjunto de ferramentas e formas de visualização antes  impossíveis, mostrando o caminho da evolução da expressão artistica. Ou  seja, algo se torna arte porque foi difícil de fazer ou por causa do seu  conteúdo, seu significado? O apego ao passado quando tudo era mais  penoso de ser realizado não deve ser uma referência para o que vem a ser  arte, assim como a pressa em se realizar o novo e descartável não deve  ser considerado necessáriamente um sinal de progresso. Para tudo deve-se  ter bom senso! Então, para qualquer artista, conhecer bem e saber usar o  computador e os diversos programas que existem é outra parte  fundamental hoje em dia. O medo da tecnologia ou a teimosia de se  aprender coisas novas só encolhe as oportunidades de expressão para um  artista. Naturalmente, qualquer artista pode ser genial e manter um  trabalho consistente e de imenso valor sem o computador. O que quero  salientar aqui é que é algo maravilhoso para se acrescentar a uma  formação já sólida que em nada prejudica a forma de criar de um artista.  Um artista de verdade não cria com o mouse e sim com sua alma, seu  coração e seu cérebro. A escolha da ferramenta é secundária: do lápis ao  computador, há todo um universo de possibilidades a serem exploradas. É  portanto uma pena deixar de fora as novas tecnologias se com elas  pode-se criar de forma nova e dar vida a o que antes seria impossível ou  extremamente penoso e lento. A formação necessária para isso inclúi  duas coisas: conhecer bem ohardware (a máquina) e o software  (os programas que rodam no computador). Uma formação incompleta de  qualquer um deles significa severas limitações para o artista. Na parte  de hardware então, o artista tem que saber escolher seu tipo de máquina e  saber tudo que puder sobre seu uso, manutenção e montagem, saber configurarMídias Naturais (pintar digitalmente  com resultados iguais ao pintar com tintas tradicionais sobre papel ou  telas, uma tecnologia que já evoluiu muito e é muito prazerosa de se  usar) e trazendo coisas novas como a arte 3D e a arte em movimento. Para  as artes digitais, começa-se por compreender que desenho e pintura  repesentam duas tecnologias diferentes no computador e que é preciso  saber usar direito. Conforme seu tipo de trabalho, o artista encontrará  os programas certos e deverá se aperfeiçoar neles, conhecendo bem como  tudo isso funciona. Assim temos os artistas "da antiga" que perderam a  chance ou não quiseram aprender a usar a máquina, chegando até a temê-la  ou detestá-la  (sem te-la conhecido ao menos) e do outro, diversas  gerações de recém-chegados que se aproveitam das facilidades e criam uma  infinidade de coisas descartáveis pelo fácil acesso que tem e  frequentemente o pouco respeito, conhecimento ou vivência que tem pelo  passado (recente) das artes. No meio temos o profissional que vivenciou  ambas as fases e sabe fazer bom uso delas pois é realmente um artista  com algo para mostrar, não importando a ferramenta. Ficam aqui duas dicas:  evite o modismo de sempre pensar no computador em termos de "truques"  (éca!) e só pensar em  soluções "fáceis" por preguiça. Saiba que o  computador é muito mais do que isso! A segunda dica é: estude,  compreenda realmente como funciona e não seja mais um "artista" que só  "mexe" com tal programa da moda, etc. Ah, isso me faz lembrar de uma  terceira dica: não se limite aos computadores e programas da moda! Fuja  de modismos e conheça realmente o que é cada coisa e o vasto mudo de  alternativas profissionais. Explore e escolha o que combina com seu  jeito de trabalhar, pode-se obter resultados profissionais com qualquer  ferramenta, o que importa é como você trabalha!  seu computador e acessórios é também essencial e algo grandemente  subestimado entre os artistas que ainda não são profissionais. Sem isso,  é encrenca e decepções à vista!  na parte de software, precisa ter uma  visão geral bem clara e a mais profunda possível sobre os tipos de  programas que existem, sua classificação e como usar. Muitas técnicas  tradicionais foram portadas para os programas de computador: cores,  sombras, o aerógrafo e as 
Como  você viu, a área da Ilustração profissional é vasta, fascinante e tem  muitas ramificações, todas elas de grande impacto na sociedade. Assim,  no momento em que você deixar de apenas rabiscar sem finalidade e  começar a levar a sério o desenho como profissão, estará dando os  primeiros passos para se tornar um ilustrador. Você pode descobrir um  mundo de inspiração e formação vendo o que os ilustradores do Brasil e  do mundo fizeram até hoje, quais são suas diferenças conceituais, de  estilo, refinamento e qualidade, quem são eles e o que os motiva. Há um  vasto mundo artístico lá fora a ser explorado em livros, álbuns,  anuários de arte e revistas especializadas, na Internet é claro, e  através dos próprios profissionais com quem você tiver a oportunidade de  conviver.
Noções de uma verdadeira Ética -  Aqui vale vermos mais uma coisa sobre esse universo maravilhoso das  artes gráficas, que é raramente falado ou se dá atenção, mas que não é  menos importante: Hoje vivemos cada vez mais o fenômeno de termos artes  gráficas e ilustrações cada vez mais sofisticadas, de grande qualidade  técnica e maior impacto visual ainda -que é sua intenção- de um lado, e  do outro  a constante publicação de artes banais e simplórias na sua  concepção para livros e revistas idem. Ambos tem em comum o fato de  muitas vezes carecerem de conteúdo mais elevado ou sentido, quando não  são frontalmente nocivos. Falamos acima sobre discernimento. Hoje em  dia, valoriza-se muito a criação inteligente, a grande sacada, ou a arte  impressionante ou a piada fácil mas pouca atenção se dá ao que se está  mostrando, se é algo eminentemente nocivo para nós ou se é algo legítimo  e saudável. Entre as muitas coisas geniais e incrívelmente belas que  são criadas no mundo, infelizmente ainda há muitos artistas que  confundem a euforia da liberdade da criação com uma completa falta de  noção e responsabilidade para com as consequências disso pois toda arte  comercial tem a função de influenciar pessoas numa ou noutra direção,  seja para comprar produtos ou influenciar com idéias e convencer pessoas  a fazer alguma coisa. Eis um exemplo disso: há algum tempo atrás  moderando um fórum de artistas juntamente com outros "veteranos", onde  ilustradores de várias idades e tipos de experiência postavam seus  trabalhos para apreciação de todos, um rapaz postou uma arte de uma  galinha ou galo, não me lembro, feito como logomarca com estilo apurado e  técnica profissional. Para minha tristeza, mas não surpresa, vi mais  uma vez as pessoas empolgadas, inclusive o próprio artista, com a  "conquista" do cliente e a qualidade do trabalho. Nunca ninguém notou  que se tratava de uma imagem da ave para vender sua própria carne de  forma festiva, acrescentando como se diz, insulto à matança já pavorosa  dos animais nos matadouros.... Outro exemplo é a enxurrada de  personagens sem expressão no rosto ou de expressão maluca,  insistentemente transmitindo a noção de que loucura ou atitudes loucas  são uma qualidade e que é divertido ser assim, aparecendo em todo tipo  de embalagens de produtos "para crianças", animações, filmes 3D e como  "mascotes" de empresas. Como ficam as crianças que crescem vendo isso em  toda parte, sem a outra parte que lhes dê o equilíbrio necessário,  promovida da mesma forma ampla? É só olhar em volta e já se vê os  resultados dessa imaturidade criativa nas últimas gerações.... Muitos  diriam que isso é banal (claro, está em toda parte!), que é só a pessoa  "escolher" o que lhe convém pois há liberdade na compra e com o famoso  controle remoto da TV (quanta ingenuidade...) ou que é um exagero se  preocupar com isso porque é normal e inevitável...ops, aí já não dá pra  concordar. Normalidade nesse caso apenas significa como nossa sociedade  em geral, está anestesiada de sentir e vive iludida e por que não dizer  enferma, pensando só nos interesses imediatos, achando que nunca há  consequências. Mas haverá, pois quem acha normal ou certo apenas não  estudou o assunto ainda e permanece alienado de si. Nesse tipo de coisa,  o artista ainda imaturo, é o mais fácil de atrair pois vive mais  pensando na sua técnica e no prestígio de ver sua arte associada às  marcas poderosas. Outros ainda, estão presos aos conceitos - ou se  escondem atrás deles - repetindo a desgastada ladainha de que não se  pode ser moralista ou ter atitudes de censura, mas tudo isso são também  fases da nossa imaturidade coletiva e terá de ser suplantada um dia por  um discernimento maduro, verdadeiramente inteligente e mais evoluido que  não nos cause mais dor e dano social.  Antes de nos darmos títulos de  "ilustrador" ou qualquer outro temos que lembrar que isso não é carta  branca para entrarmos de cabeça no mundo comercial munidos de lápis,  pincel ou computador e com uma espécie de "licença para matar", à la  007... e fazer qualquer coisa porque vale tudo, afinal somos "Artistas" e  devemos "vender o peixe" do nosso cliente que nos paga e nunca julgar o  "produto" que se vale de nossa arte para se promover! Essa mentalidade  cômoda de transferência de responsabilidade se limita a apregoar e  pensar que profissionalismo é só conhecer métodos de conquistar clientes  e dominar técnicas de vanguarda, temperado apenas com uma noção de  ética comercial e saber ler o contrato direito! Mas antes de sermos isso  ou aquilo, somos consciências, almas, ou o que quiser chamar,  tendo uma experiência no mundo material (e isso não é religião) assim,  não podemos esquecer jamais que desenhos e artes são energias e influenciam pessoas,  nossos irmãos na jornada, seja para comprar e consumir produtos, seguir  estilos de vida ou veicular idéias de todo tipo e é fundamental   admitir que na maioria das vezes os projetos que existem só servem para  reforçar a ilusão humana de consumo, distração tola e bem-estar  superficiais, explorando as noções "politicamente corretas" do momento! O  mundo já está repleto disso e mais é criado a cada instante por quem?  Por nós artistas que dirigimos projetos, criamos e nos envaidecemos por  estarmos "antenados" nas "tendências" de ponta! Muitas empresas  naturalmente sabem dessa forma fácil de aliciar o artista (o elo mais  fraco da corrente) ao seu projeto danoso (mas travestido de benéfico ou  libertador, etc) e só oferecem espaço aos que assim conduzem sua  profissão (o artista "útil") e assim o círculo vicioso mais uma vez se  fecha. Todos podemos até saber disso, mas não damos atenção e tapamos e  não queremos ver a profundidade dessa responsabilidade e como estamos  sendo usados. Feliz então o artista, músico, fotógrafo ou escritor que  não tiver a inversão de valores e a participação em publicações banais  no seu currículo ou portfolio, travestido de "carreira".
Pode-se  dizer portanto, que há 3 armadilhas comuns para todo artista comercial,  se este não tiver uma boa formação moral e ética, além de técnica, pois  todo artista é fundamentalmente um tolo, um sonhador, um purista e um  idealista que, se não abrir os olhos será sempre fácilmente manipulado e  seduzido por (1) ter sua arte publicada, (2) ver seu nome e sua  arte associada a esta ou aquela marca glamurosa da moda nacional ou de  poder na sociedade local - com os consequentes resultados financeiros e  (3) querer mostrar aos outros que domina esta ou aquela técnica  sofisticada  e ter 'status' entre eles. Em todos estes casos está o tolo  e o alienado que ainda não despertou para o simples fato de que a finalidade da  sua arte é o que conta. Muitas encomendas de artes vem travestidas de  grandes causas ou de apoio a isto ou aquilo, porém um pouco de bom senso  mostrará a falsidade de tais propostas que só visam aliciar o artista  para apoiar com sua criatividade e talento mais um produto nocivo ou  idéia bizarra de flagrante inversão de valores. Alguns exemplos:  associar a palavra "amor" e "alegria festiva" - frequentemente  empregando crianças e animais - à criação de artes para o consumo de  carnes que provém óbviamente de abates e muito sofrimento; ou associar  palavras dinâmicas como "+energia!", "+saúde!" "+vida" e "+sabor!" a  alimentos que são tudo menos isso, por serem artificiais, químicos e  mortos e assim promovem o desequilíbrio orgânico completo a longo prazo,  (engordando as filas nos hospitais, clínicas e farmácias -onde há  outras oportunidades iguais de sedução de marcas que prometem corrigir  tudo isso, mas na verdade só tapam a dor do efeito, nunca sabendo tratar  da causa!-) ou ainda, futilidades absurdas da moda conectadas ao termo  "fashion" para arregimentar apoio festivo à ilusão do efêmero e banal. A  isca de sedução  para consumidores e artistas que contribuem para tudo  isso é sempre baseada em prazer e poder. Tudo óbvio e básico, alguns  dirão, mas continuamos a cair nisso todos os dias. O que falta saber,  que é também óbvio e básico, é que há consequencias para nossa sociedade  atual e nosso futuro individual e coletivo. A lista é longa...
De  tudo isso podemos ver que também deveria caber a quem encomenda tais  criações a responsabilidade por isso, mas também é do artista que nem  sempre o faz por pura sobrevivência e sim por vaidade e até falta de  noção do que está criando, pois foi educado para pensar somente na  sofisticação da sua técnica, o status de estar publicando junto a esta ou aquela marca da moda e, é claro, o retorno financeiro. Nós aqui do História & Arte, (um projeto do iD Studio,  já com mais de 30 anos de janela nas artes, da Ilustração e da  comunicação), criamos e promovemos a idéia da Arte em função da Evolução  para que criemos coisas cada vez mais saudáveis e inspiradoras para  todos, especialmente para nossas crianças. Assim sendo, se você já  ilustra ou pretende seguir esta profissão, fica este nosso conselho  valioso que não deve ser interpretado apenas como um ponto de vista mas  como exemplo de bom senso e responsabilidade humana: Justamente por ser o  caminho mais fácil e tentador, procure sempre evitar de usar seu  talento e visão para contribuir com o bizarro, o fútil, o vazio, a  distração tola, a inversão de valores, o degradante, violento ou chulo,  imagens depressivas, chocantes ou de mau gosto, a obsessão pelo novo ou  pelo que está na moda e seja de alguma forma nocivo pois estes são  exemplos muito pobres da liberdade que nós, como Humanidade, gostamos de  ter e todos nós já perdemos bastante tempo com tais coisas. Qualquer  artista tem a capacidade, a oportunidade e os meios de influenciar, de  melhorar ou piorar o mundo  com suas criações, portanto avalie seu  trabalho sempre com honestidade e não desperdice essa chance de ouro que tão poucas pessoas tem de fazer algo realmente bacana para os outros!
Assim  sendo, espero que este artigo tenha inspirado você e ampliado mais sua  visão para com este fascinante mundo das artes gráficas e você comece a  observar mais agora a sua volta a ilustração onde ela aparecer. Aqui  mesmo no seu História & Arte você sempre verá muita ilustração que é  nossa paixão há mais de 30 anos! Estude, dê a si mesmo uma formação  artistica, seja ela musical ou de artes visuais ou de texto, pois todas  se combinam e se completam e procure criar com isso coisas de que possa  se orgulhar e se sentir verdadeiramente bem consigo mesmo, pois estará  com isso influenciando a formação de outros... e isso não é pouca coisa!
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