Por IslamNet.eu - post 06.05.11
Se ainda não adivinharam, eu conto: sob o nome de Jabbar, o Poderoso, Nawaf Al-Bilali é o primeiro de uma série de 99 super-heróis muçulmanos de uma banda desenhada intitulada Os 99, que acaba de ser lançada pela editora kuwaitiana Teshkeel, associada à Marvel americana.
Os 99 quer divertir e entreter, como sucede com todas as bandas desenhadas, mas segundo o seu criador, o kuwaitiano Naif Al-Mutawa, quer ainda contar a actualidade do mundo islâmico, porque se inspira "na cultura e nos valores muçulmanos".
Ex-psicólogo de um hospital no Kuwait reconvertido na literatura infantil e na banda desenhada (ficou tão deprimido depois de tratar prisioneiros iraquianos que se demitiu), Al-Mutawa, que viveu parte da sua vida adulta nos EUA, assegurou à AFP que a sua criação não pretende doutrinar ninguém. Isto porque todas as personagens de Os 99 são "tão religiosas como o Super-Homem. Não há menções a orações, ao profeta, nada disso".
Mais ainda: segundo a descrição do autor, Os 99 é tanto ou mais politicamente correcta do que qualquer equivalente americano, porque há um equilíbrio cuidadoso entre homens e mulheres. Além disso, muitos dos super-heróis, apesar de terem nascido em países muçulmanos, cresceram e foram educados em países como a França ou o Reino Unido.
Aliás, as personagens têm um aspecto tão ocidentalizado que o leitor mais distraído, ao olhar para uma capa da revista que publica as suas aventuras, poderia pensar tratar-se de um grupo de super-heróis "multiculturais" ocidentais.Nenhum destes novos 99 super-heróis muçulmanos usa armas para combater as forças do mal e da injustiça. Cada um deles incarna um dos 99 atributos de Alá no Islão, e todos vão beber os seus superpoderes a outras tantas pedras preciosas da Bagdad do século XIII, quando a cidade estava no auge do seu poder, prestígio e prosperidade. "Para criar coisas novas, é preciso ir buscar às velhas", explica o autor.
Al-Mutawa teme o facto de que algumas autoridades islâmicas possam embirrar com a personificação dos poderes de Alá, ou com a combinação de arquétipos islâmicos e da palavra de Deus no Alcorão com figuras, mitologias narrativas e manifestações culturais tipicamente ocidentais. "Não espero que os fundamentalistas gostem da minha ideia", disse numa entrevista a uma publicação especializada americana.
Por agora, Os 99 já teve a aprovação da censura no Kuwait, e acaba também de ser lançado na Indonésia. Correm negociações para que seja editada proximamente na Malásia, na Turquia, em França e também nos EUA, a pátria dos super-heróis. Irão Clark Kent ou Bruce Wayne algum dia ser apresentados a Nawaf Al-Bilali? Fonte:http://dn.sapo.pt/2007/10/20/dngente/o_islao_tambem_tem_seus_superherois.html
Todos sabemos que Clark Kent é a identidade "civil" de Super-Homem, ou que Bruce Wayne é a cara quotidiana de Batman. Mas quanto a Nawaf Al-Bilali, a coisa fia mais fino. Pista útil: sempre que Nawaf Al-Bilali espirra, destrói vários arranha-céus da cidade de Djeddah. E depois precisa de uns quantos quilos de kleenexes para limpar as fossas nasais.
Se ainda não adivinharam, eu conto: sob o nome de Jabbar, o Poderoso, Nawaf Al-Bilali é o primeiro de uma série de 99 super-heróis muçulmanos de uma banda desenhada intitulada Os 99, que acaba de ser lançada pela editora kuwaitiana Teshkeel, associada à Marvel americana.
Os 99 quer divertir e entreter, como sucede com todas as bandas desenhadas, mas segundo o seu criador, o kuwaitiano Naif Al-Mutawa, quer ainda contar a actualidade do mundo islâmico, porque se inspira "na cultura e nos valores muçulmanos".
Ex-psicólogo de um hospital no Kuwait reconvertido na literatura infantil e na banda desenhada (ficou tão deprimido depois de tratar prisioneiros iraquianos que se demitiu), Al-Mutawa, que viveu parte da sua vida adulta nos EUA, assegurou à AFP que a sua criação não pretende doutrinar ninguém. Isto porque todas as personagens de Os 99 são "tão religiosas como o Super-Homem. Não há menções a orações, ao profeta, nada disso".
Mais ainda: segundo a descrição do autor, Os 99 é tanto ou mais politicamente correcta do que qualquer equivalente americano, porque há um equilíbrio cuidadoso entre homens e mulheres. Além disso, muitos dos super-heróis, apesar de terem nascido em países muçulmanos, cresceram e foram educados em países como a França ou o Reino Unido.
Aliás, as personagens têm um aspecto tão ocidentalizado que o leitor mais distraído, ao olhar para uma capa da revista que publica as suas aventuras, poderia pensar tratar-se de um grupo de super-heróis "multiculturais" ocidentais.Nenhum destes novos 99 super-heróis muçulmanos usa armas para combater as forças do mal e da injustiça. Cada um deles incarna um dos 99 atributos de Alá no Islão, e todos vão beber os seus superpoderes a outras tantas pedras preciosas da Bagdad do século XIII, quando a cidade estava no auge do seu poder, prestígio e prosperidade. "Para criar coisas novas, é preciso ir buscar às velhas", explica o autor.
Al-Mutawa teme o facto de que algumas autoridades islâmicas possam embirrar com a personificação dos poderes de Alá, ou com a combinação de arquétipos islâmicos e da palavra de Deus no Alcorão com figuras, mitologias narrativas e manifestações culturais tipicamente ocidentais. "Não espero que os fundamentalistas gostem da minha ideia", disse numa entrevista a uma publicação especializada americana.
Por agora, Os 99 já teve a aprovação da censura no Kuwait, e acaba também de ser lançado na Indonésia. Correm negociações para que seja editada proximamente na Malásia, na Turquia, em França e também nos EUA, a pátria dos super-heróis. Irão Clark Kent ou Bruce Wayne algum dia ser apresentados a Nawaf Al-Bilali? Fonte:http://dn.sapo.pt/2007/10/20/dngente/o_islao_tambem_tem_seus_superherois.html
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