A "LIGA" de Moore.
Ao mencionarmos OS NOTÁVEIS, a comparação com a LIGA EXTRAORDINÁRIA de Alan Moore será inevitável. Porém, contudo, entretanto e todavia, se a inspiração para a uma super equipe de personagens ilustres da história brasileira teve de fato uma forte influência na obra do autor britânico, o mesmo não pode ser dito sobre o roteiro e a temática da série.
Cartaz do filme baseado (anos luz) na obra de Moore
Ficamos a par da existência desta série por meio de uma matéria publicada na extinta revista Wizard # 1 (a edição única da Hangar 18). Nela se especulava qual seria um possível elenco ideal para um filme da Liga Extraordinária, além de nos apresentar a trama genial desenvolvida por Moore.
Achei a ideia formidável e aquilo me reportou de imediato a uma outra antiga série animada que eu curtira muito, OS DEFENSORES DA TERRA!
O seriado televisivo exibido pelo SBT na década de 1980.
Mas por onde começar?
Em ambos os casos citados, os personagens eram de ficção e originalmente possuíam séries individuais (solo). A grande sacada foi fazer com que eles passassem a coexistir em um universo comum e coeso. Moore foi ainda além, ao propor a unificação de personagens clássicos da literatura inglesa.
Acrescentar a essa proposta um tempero nacional, tornou-se um desafio instigante e divertido.
Nesse sentido, as primeiras incursões seguiram a proposta original de reunir personagens da ficção nacional. E assim, vários nomes foram surgindo: Macunaína, Jerônimo (o herói do sertão), O Patrulheiro Rodoviário, Capitão Asa, Saci...
Essa lista só tinha a ser ampliada, mas já nos deparávamos com o primeiro e grande problema: a temporalidade! Qual seria o corte temporal a ser explorado? E quais seriam os personagens contemporâneos que viabilizariam a série, sem o uso de recursos como viagem do tempo ou realidades paralelas?
Foi então que a figura de LAMPIÃO entrou na listinha e fez toda a diferença. O cangaceiro era um personagem histórico real, mas que graças a literatura do cordel, tinha adquirido o status de personagem de ficção - quase folclórico - junto ao imaginário popular.
Ao nos depararmos com Lampião - no sentido figurativo e criativo - é que encontramos o fio condutor para a construção da série: Vamos nos debruçar sobre a história do Brasil!
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