Por Mauro Cesar Bandeira - Zine Brasil
Aparentemente, a linguagem da Arte Seqüencial não encontra o amplo reconhecimento nos cursos superiores de Artes, Comunicação ou Design, pois não encontramos com freqüência disciplinas obrigatórias ou optativas que se dediquem à formação de habilidades na criação e produção em “arte seqüencial”. Quando muito se observam iniciativas isoladas no currículo acadêmico, ou em projetos de extensão, e mesmo assim com um enfoque principalmente teórico.
No entanto, nós podemos afirmar que as histórias em quadrinhos gozam de uma apreciação do público. Mas apesar de se constituir uma linguagem muito popular, esta arte parece marginal quando comparada com o apoio institucional que as outras Artes recebem.
Nós sabemos que as Hqs brasileiras não são reconhecidas como literatura, mas nesse caso vejo que ocorre uma grande injustiça em não considerar o trabalho dos nossos quadrinistas como obras literárias.
Notamos uma necessidade de valorizar as Artes Seqüenciais promovendo esta linguagem ao status das demais Artes. Atualmente os quadrinhos são considerados a nona arte, sem, no entanto desfrutar do status das outras oito linguagens artísticas.
As histórias em quadrinhos têm um poder incrível de passar mensagens sobre acontecimentos complexos e complicados. Não é à toa que os chargistas a utilizem para descrever fatos políticos apenas com um quadro. Digamos que alguém não entenda nada sobre o que está acontecendo no mundo e de repente vê uma charge de um político desenhada e de repente parece que, como mágica, entende rapidamente.
*Mauro Cesar Bandeira é professor, formado em Artes Plásticas, Habilitação em Licenciatura, do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade de Brasília.
Obs: esse artigo do Mauro foi postado originalmente em agosto de 2009 e embora a gente reconheça que o panorama ainda é de muito ceticismo e preconceito, o ano de 2010 marcou consideráveis avanços no tocante a inclusão da arte sequencial no meio acadêmico, ainda que timidamente e sempre partindo de iniciativas isoladas, mas já é um grande passo rumo a reversão desse quadro. (BP)
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