Por Milena - GHQ
João Mascarenhas lança seu novo álbum, Punk Redux, nessa quinta-feira, dia 22 de dezembro, às 21:30 horas, na Livraria Ler Devagar, em Lisboa.
O Punk Redux é uma homenagem à cultura punk, um tributo às suas conquistas no domínio da criatividade e da liberdade de expressão. É uma ânsia de mudança, expressa através de uma valente biqueirada no piegas e no convencional, cujas repercussões se sentem ainda hoje.
Dois anos depois da publicação de A Essência, essa viagem dividida entre Coimbra e Veneza em busca do segredo da Arte, o Menino Triste volta para nos falar – e, como de costume, para nos fazer reflectir – acerca dos inícios do movimento Punk em Inglaterra. O prefácio do livro é da autoria de Soo Catwoman, um dos ícones mais marcantes de todo o movimento.
A história do livro parte de um pedaço de vida do seu autor, que esteve em Inglaterra em 1976 e que por acaso conheceu umpunk que viria a ser o “Punk”, ícone do movimento e amigo de Sid Vicious. Depois, vêm Soo Catwoman, Susie e tantos outros que estiveram nas origens da cena punk. É com eles que o Menino Triste percorre a Kings Road, compra roupa na “Sex” e chega até a ser convidado para tocar no “100 Club”. E, assim, o livro leva-nos bem para o meio da cultura punk, e fala-nos dos valores e das ideias por trás deste movimento de contestação urbana. O punk foi muito mais do que os clichês dos cabelos em crista, das pulseiras de picos e da obscenidade. Há uma essência criadora e uma energia vital que foram esquecidas e que este livro tenta recuperar: o seu grito inconformista, a sua luta contra o convencional, a ousadia de afirmar…
Mais uma vez, João Mascarenhas construiu uma história subtil que mistura o autobiográfico, o factual e a ficção, fazendo do Menino Triste um dos verdadeiros protagonistas da história da música e da cultura punk.
Mas há mais, porque, entrelaçando-se neste fio da narrativa principal, há uma reflexão sobre o Portugal de então, acabado de sair de uma ditadura que nem permitia conceber na imaginação, quanto mais na acção, algo próximo da contestação punk. É no cruzamento destes dois fios que surgem as reflexões e os acontecimentos mais originais e provocatórios da obra, e que podem ajudar as camadas mais jovens a compreender o significado do 25 de Abril. Os olhos mais atentos aos desenhos e à história conseguirão descobrir José Mário Branco, Zeca e outros tantos que, como eles, fizeram da liberdade de expressão a sua causa.
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