Por jeferson scholz via Obvius
Se dominar o mundo é a missão de muitos vilões terríveis, naturalmente cabe aos super-heróis a tarefa de salvá-lo. Esses personagens dotados de capacidades extraordinárias, que defendem a terra e lutam em prol do bem comum, habitam o imaginário coletivo e personificam alguns dos maiores anseios da humanidade, como paz e justiça. E se hoje eles têm tanta importância na cultura pop, dominando o mercado dos quadrinhos, marcando presença na sétima arte e representando muitas esferas da sociedade, muito se deve a Stan Lee.
O quadrinista de 89 anos nasceu com o poder de uma “super-imaginação”. Iniciando sua carreira nos primórdios da Marvel Comics, a Timely, Stanley Martin Lieber já escrevia histórias aos 17 anos. Seu icônico pseudônimo artístico nasceu pelo fato de que pretendia escrever o maior livro já feito na história americana e não queria seu nome verdadeiro associado aos quadrinhos. Mas mesmo que não tenha revolucionado a literatura, seu legado abriu portas para um novo mundo fantástico, capaz de abrigar, com a mesma harmonia, das pesadas críticas sociais de Alan Moore às inteligentes metáforas psicológicas de Mark Millar.
Embora seja o idealizador, mas não o desenhista de suas criações, um dos maiores trunfos de Stan Lee foi se tornar responsável pelo enfoque revolucionário nas histórias de heróis. Graças a sua esposa Joan Lee, que o incentivou a escrever quando ele queria desistir do ramo, sua criatividade sobrenatural fez personagens com características mais humanas em resposta à bem sucedida criação da Liga da Justiça da América, da DC Comics. Embora se distinguissem de pessoas comuns, enfrentavam os mesmos problemas que elas, também tinham famílias e rotinas, sentimentos e problemas cotidianos. Nasciam os famigerados super-humanos.
Entre os trabalhos de maior destaque do chamado senhor dos quadrinhos está a criação do Quarteto Fantástico, com Jack Kirby, em 1961, do Homem Aranha, com Steve Ditko, em 1961, e do Homem de Ferro em 1963, junto com Don Heck. Eram pessoas comuns que ganhavam poderes e precisavam rever conceitos, adaptar rotinas, aguentar a incompreensão da sociedade e experienciar as mais variadas emoções. Era a primeira vez que uma moral muito mais real estava presente neste tipo de história. O aracnídeo Peter Parker aprende que grandes poderes trazem grandes responsabilidades e o milionário por trás da armadura de ferro Tony Stark começa a dar valor à vida com o constante perigo de morte.
© thomaswasper.com
Com o sucesso de suas histórias, o escritor assume o comando do universo Marvel em 1972 e posteriormente sua representação pública, mostrando seu grande carisma e simplicidade. Hoje, o também chamado de “Stan the Man”, continua trabalhando. Além de sua participação em filmes, eventos e convenções, ele já esteve em suas histórias, como na HQ dos Super Seven, criada por ele em e 2010, e no jogo "The Amazing Spider Man" de 2012. Sua mente inventiva não pára e sua presença também está no desenvolvimento de produções, jogos, séries e produtos onde aparecem seus personagens. Tamanha versatilidade garante que seja tão atual e adorado por gerações como quando começou sua carreira, no início da década de 40.
Hoje, Stan Lee é a personificação de tudo o que criou, tudo o que pensa e aquilo em que acredita. Sua inspiração permeada por uma sensibilidade sobre-humana faz com que cumpra com primazia a missão de proteger o legado de imaginação e fantasia que criou. Graças a ele é possível acreditar que super-heróis existem, e estão protegendo o planeta. E o mais importante: suas histórias são capazes de fazer muitas pessoas manterem viva a esperança de um mundo melhor e acreditarem que, no final, o bem sempre vai prevalecer e vencer o mal.
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