"Cicatrizes" (Barba Negra, PB, 336 pgs., R$ 39.90) é a autobiografia, em quadrinhos, do ilustrador americano de livros infantis David Small. E é um soco no estômago. Isso deveria ser o suficiente para você, leitor - principalmente aquele que leu outros títulos do gênero como "Epilético", "Fun home" e "Retalhos" -, correr até a loja mais próxima, abrir a carteira e comprar este que é o livro que você precisa ler agora.
Dizer que "Cicatrizes" é uma bela e triste história com arte encantadora, que transforma em poesia visual a vida barra-pesada do autor, é algo que nem deveria valer a pena mencionar, pois parece resumir em poucas palavras a beleza desta publicação, com diagramação de Lilian Mitsunaga e tradução de Cassius Medauar.
Poderia escrever muitas linhas sobre as cicatrizes que marcaram a vida de Small e que ficarão, pelo menos enquanto lembrar, em minha memória. Honesto é dizer que se trata da louca aventura de uma criança especial, que cresceu em um lar difícil, cheio de dúvidas, e com pais confusos. Falar mais estraga. Acredite, você não quer ler "Cicatrizes" sem se surpreender (evite a orelha do livro). Perderia a graça.
Às vezes, uma folha de papel te faz mergulhar em uma tremenda história. Algumas delas são em quadrinhos.
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