Dossiê Titãs - Parte 1 de 4

Por Orlando "Orly" Fernandes

Liga da Justiça Junior?

A revista Detective Comics #40 trazia em suas páginas a estréia de um personagem que ajudaria a revolucionar o conceito de super-herói, Robin, o menino prodígio, era apresentado ao público. Agora as milhares de crianças que todos os meses acompanhavam as historias do Batman, tinham alguém com que se identificar.

O sucesso de Robin foi avassalador. Como era de se esperar, diversos escritores seguem a formula e criam versões mirins da maioria dos heróis. A idéia de juntar estes sidekicks parecia natural, mesmo assim a primeira reunião dos jovens ?ajudantes? da DC só veio ocorrer em julho de 1964 na revista THE BRAVE AND THE BOLD pelas mãos de Bob Harney e Bruno Premiani. A revista mostrava Robin, Aqualad e Kid Flash unidos para salvar os adolescentes de uma cidade do maléfico Senhor Ciclone.

Mesmo com as boas vendas desta edição, a DC só voltou a investir na idéia de uma ?Liga da Justiça Junior? um ano depois, novamente na revista THE BRAVE AND THE BOLD e posteriormente em Showcase, nestas edições o grupo já vinha acompanhado da heroína juvenil, Moça-Maravilha, e atendia pela alcunha de Turma Titã. Vendo a popularidade do grupo subir, a editora finalmente decidiu lançar e revista Teen Titans.

Teen Titans era claramente uma revista voltada para um público mais jovem. A temática ?adolescentes tentando ser super-herois? parecia agradar, nas primeiras 17 edições os leitores foram agraciados com o surgimento de vilões como Scorcher, Ding-Dong Daddy, Mad Mod, Gárgula, Bike Buzzards e Capt. Tiger.

A Era Dick Giordano.

Quando Teem Titans alcançou o número #18 a sombra do editor Dick Giordano se fez presente, Harney foi afastado da revista, sendo substituído por talentos como Len Wein, Marv Wolfman, Mike Friedrich e Neal Adams. A revolução foi radical, primeiro, atendendo aos leitores, novos personagens são introduzidos na equipe, assim Ricardito (que já vinha atuando como membro reserva), Lilith, Mal, Rapina e Columba acabam ingressando no grupo, e Aqualad se afasta da equipe. As historias adquirem tons mais sérios, como pode ser visto no primeiro encontro do grupo com Estelar (que no futuro se tornaria Estrela Vermelha) o primeiro super-herói russo.

Mesmo assim, poucos estavam preparados para o que aconteceria na edição #25, o Titãs falham em impedir o assassinato do filantropo Arthur Swenson e sentindo o peso da responsabilidade, abandonam seus uniformes e ingressam em um programa de treinamento ministrado pelo milionário Loren Júpiter. Após algum tempo agindo sob identidades civis o grupo consegue limpar seu nome e os heróis voltam a vestir seus uniformes.

Contudo, Giordano acaba afastado do cargo de editor da revista sendo substituído por Murray Boltinoff, que como uma de suas primeiras decisões traz Bob Harney de volta aos roteiros da revista.

A segunda passagem de Harney difere bastante de seu início no título. Obstinado a seguir o caminho sugerido por Giordano, utiliza-se dos plots e personagens inseridos nas aventuras anteriores. Logo na primeira edição, Harney cria o seu próprio titã, Gnark, um homem das cavernas trazido para o nosso tempo por conta de um incidente envolvendo Kid Flash, porém, a despeito das tentativas de Harney e Boltinoff de manterem o titulo, os jovens heróis não conseguiram a popularidade de suas contrapartes adultas da Liga da Justiça e acabaram tendo a revista cancelada no numero #43, vítimas de uma espécie de implosão editorial ocasionada pelo fim da popularidade do seriado do Batman.

Os últimos embalos da Disco.

A legião de fãs do grupo não deixou que o jovem grupo caísse no ostracismo, reimpressões das antigas histórias da equipe tinham boas vendas e isso parece ter sido o suficiente para que os editores da DC retomassem a revista, seguindo a antiga numeração
Quatro anos após sua última edição, Teen Titans voltava a circular, agora sob o comando de Paul Levitz e Bob Rozakis, que tratam de levar o grupo a uma espécie de volta as raízes. Robin, Ricardito (recém recuperado do vício em heroína), Moça-Maravilha, Mal (como Guardião) e Kid Flash voltam a ser auto-suficientes, as tramas ficam mais apegadas à realidade da época, inclusive com influência da cultura disco (os personagens adotam como QG uma discoteca).

Novos personagens ? como a Abelha, Duela Dent ? são adicionados à equipe, não obstante Rozakis expande ainda mais a lista de membros ao criar uma espécie de sucursal do grupo comandada por Rapina, conhecida como os Titãs da Costa Oeste (formados por Gnark, Rapaz-Fera, Lilith, Águia Dourada, Rapina, Columba e Bat-Moça).

Mesmo com todas estas mudanças a revista não despertou interesse suficiente do público e acaba cancelada após 10 números, com sua ultima edição trazendo um conto retroativo, relevando a origem da Turma Titã.

(No Brasil esta fase foi publicada na revista Turma Titã da editora Ebal. Após o fim desta revista, os heróis foram sendo publicados como segundas histórias em outras revistas da editora)