Por Kingdom Comics
Autor convidado: Carlos Tosh!
É um monstro sedutor. Literalmente. E esse monstro maldito me seduziu no primeiro parágrafo. escapei fedendo, mas sobrevivi pra te contar. A criatura em questão é o Souza, o monstro, perturbador protagonista do Monstro Souza, o livro. Na real, quem me seduziu mesmo foi o Bruno Azevedo, o autor. Conheci o Bruno parcamente quando ele veio à Brasília, em um evento na Kingdon, onde fez o lançamento d’O Monstro… ele chama pouca atenção, aparenta ser praticamente inofensivo, estatura média para um ferengi, maranhense típico que de óculos escuros nem seria notado em meio aos integrantes da Tribo de Jah… não fosse, talvez, pelos cabelos rebeldes e pelos olhos nervosos de quem observa e analiza demais, olhos perturbado(s)(res) que poderiam disfarçar um matador de funcionários públicos.
Em uma obra que tem tantas referencias é quase uma aventura descobrir o que Bruno Azevedo sampleou aqui e ali, mas a identidade do autor se sobressai, com um cadência esquizofrenica de um Mutarelli, sagacidade dinâmica de um Bukovsky e até a escatologia elegante de um Chuck Palaniuk, tudo besuntado com uma brasilidade densa e quente, que encanta e assusta… eu disse que o Bruno me seduziu no primeiro parágrafo, mas a verdade é que já tinha tido um envolvimento sórdido com seu primeiro livro, o Breganejo Blues – Romance Trezoitão, uma misteriosa aventura policial onde um detetive/taxista, fã de Tex, investiga a suposta morte de um astro sertanejo, texto nervoso. mas se Breganejo era, apesar de saboroso, tiragosto, O Monstro Souza é larica completíssima, inegavelmente um cagasangue, e aí está o desafio; encará-lo.
Reza a lenda que o livro é um projeto de 10 anos. pense numa creatura que tem um período de gestação de dez anos. é um monstro. parido em meio a uma nunca fácil realidade editorial, em uma época de transição onde o produzir e o consumir cultura já não é o que foi antes e apenas podemos cojecturar o que pode vir a ser. e o Monstro Souza é reflexo disso, reflexo distorcido, partido… fascinante caleidoscópio. uma experiência de sentidos. sinestesia. gostaria de dizer que Bruno Azevedo escreve na velocidade do meu pensamento, como a maioria dos meus escritores favoritos, mas não seria verdade, Bruno vai além, ele te deixa pra trás, largado em uma rua mal iluminada de uma São Luís que fede e pulsa nas páginas do seu livro. Bruno trata seu leitor como se fosse uma puta magra, jogada de um lado pro outro da cama (literalmente, meu velho).
Descrever o monstro Souza é fácil, um cachorro quente de quase dois metros, com uma pica de 30 centimetros, lover boy e serial killer. Assim como o monstro de Mary Shelley ele carrega o nome de seu criador, O Souza, carismático vendedor de hótdogs. descrever O Monstro Souza, o livro, exige mais trabalho. não devo estragar muitas surpresas. Mas é livro, que tem quadrinhos, matérias surreais do jornal, recortes, roleplaygame, palas. ficção, realidade e interatividade dão vida ao monstruoso livro, que se mostra uma ficção hiperrealista com um toque de realidade fantástica ou vide verso. Gabriel Girnos é cúmplice e coautor, dinâmico ilustrador dá forma ao monstro, responsavel pelo visual esmerado e bem acabado do livro, com uma pegada de fanzine. o livro gira na sua mão, você o aproxima da sua vista, o afasta tentando enxergar alguma coisa, vira a cabeça e faz careta. E muitos colaboradores participam da monstruosa obra, a história/capítulo “Alguns capítulos atrás”, desenhada por Marcelo D´Salete é sublime e sem dúvida uma jóia rara do quadrinho nacional. fãs de quadrinhos, especialmente, vão se deliciar com uma enxurrada de participações e aparições de ícones dos quadrinhos universais, pra mim, foi um prazer ver Diomedes, protagonista da trilogia do acidente do Mutarelli, contando mais uma piada… um capitulo em que o Monstro do Pantano, pilar da Vertigo, dá as caras em São Luis (seria o Monstro Souza um elemental do miserê?)… e os Freak Brothers tomando uma dura da truculenta policia maranhense não teve preço… referências não faltam… as influências e referências do autor no cinema, na literatura, na televisão, na musica brega, na cultura trash ajudam a criar um ambiente riquissimo onde a trama se desenrola de forma quase orgânica… o livro acompanha a trajetória do monstro propriamente dito, e durante a jornada o monstro interage com uma grande quantidade de coadjuvantes, personagens poderosissimos que cruzam o caminho da criatura… desde o cão, ao chapeiro, à puta apaixonada, ao delegado do caralho, ao viajante do tempo, às clientes, ao padre, aos seminaristas… vidas que se cruzam, que seguem seus caminhos, que sofrem, amam e fodem, e que podem ser abruptamente interrompidas numa poça de sangue e merda…!
E se tem algum conselho útil que eu posso deixar pra vocês, amigos leitores (no último paragrafo já sinto que temos muito em comum), é: cuidado! há um monstro solto na cidade, e por mais que digam que ele tem carisma suficiente pra ser o próximo sucesso do verão, não se enganem, ele é um monstro, e até o fracote do Bruce Banner, Van Helsing, e os playboys dos irmãos Winchester sabem o que tem que ser feito com os monstros… ele é um monstro e por onde ele passa deixa um rastro de morte e ervilhas…seja cauteloso, não hesite… e no mais, espero que O Monstro Souza seja um bom “programa” pra vocês…!
Carlos Tosh é um ser humano do tipo escritor. Após passar um período tentando ler a psiquê alheia, se recolheu a seus escritos e hoje escreve o que sonha e sonha o sonho dos especuladores. Sofrendo a dor de ser o homem do amanhã num corpo de hoje.
Autor convidado: Carlos Tosh!
É um monstro sedutor. Literalmente. E esse monstro maldito me seduziu no primeiro parágrafo. escapei fedendo, mas sobrevivi pra te contar. A criatura em questão é o Souza, o monstro, perturbador protagonista do Monstro Souza, o livro. Na real, quem me seduziu mesmo foi o Bruno Azevedo, o autor. Conheci o Bruno parcamente quando ele veio à Brasília, em um evento na Kingdon, onde fez o lançamento d’O Monstro… ele chama pouca atenção, aparenta ser praticamente inofensivo, estatura média para um ferengi, maranhense típico que de óculos escuros nem seria notado em meio aos integrantes da Tribo de Jah… não fosse, talvez, pelos cabelos rebeldes e pelos olhos nervosos de quem observa e analiza demais, olhos perturbado(s)(res) que poderiam disfarçar um matador de funcionários públicos.
Em uma obra que tem tantas referencias é quase uma aventura descobrir o que Bruno Azevedo sampleou aqui e ali, mas a identidade do autor se sobressai, com um cadência esquizofrenica de um Mutarelli, sagacidade dinâmica de um Bukovsky e até a escatologia elegante de um Chuck Palaniuk, tudo besuntado com uma brasilidade densa e quente, que encanta e assusta… eu disse que o Bruno me seduziu no primeiro parágrafo, mas a verdade é que já tinha tido um envolvimento sórdido com seu primeiro livro, o Breganejo Blues – Romance Trezoitão, uma misteriosa aventura policial onde um detetive/taxista, fã de Tex, investiga a suposta morte de um astro sertanejo, texto nervoso. mas se Breganejo era, apesar de saboroso, tiragosto, O Monstro Souza é larica completíssima, inegavelmente um cagasangue, e aí está o desafio; encará-lo.
Reza a lenda que o livro é um projeto de 10 anos. pense numa creatura que tem um período de gestação de dez anos. é um monstro. parido em meio a uma nunca fácil realidade editorial, em uma época de transição onde o produzir e o consumir cultura já não é o que foi antes e apenas podemos cojecturar o que pode vir a ser. e o Monstro Souza é reflexo disso, reflexo distorcido, partido… fascinante caleidoscópio. uma experiência de sentidos. sinestesia. gostaria de dizer que Bruno Azevedo escreve na velocidade do meu pensamento, como a maioria dos meus escritores favoritos, mas não seria verdade, Bruno vai além, ele te deixa pra trás, largado em uma rua mal iluminada de uma São Luís que fede e pulsa nas páginas do seu livro. Bruno trata seu leitor como se fosse uma puta magra, jogada de um lado pro outro da cama (literalmente, meu velho).
Descrever o monstro Souza é fácil, um cachorro quente de quase dois metros, com uma pica de 30 centimetros, lover boy e serial killer. Assim como o monstro de Mary Shelley ele carrega o nome de seu criador, O Souza, carismático vendedor de hótdogs. descrever O Monstro Souza, o livro, exige mais trabalho. não devo estragar muitas surpresas. Mas é livro, que tem quadrinhos, matérias surreais do jornal, recortes, roleplaygame, palas. ficção, realidade e interatividade dão vida ao monstruoso livro, que se mostra uma ficção hiperrealista com um toque de realidade fantástica ou vide verso. Gabriel Girnos é cúmplice e coautor, dinâmico ilustrador dá forma ao monstro, responsavel pelo visual esmerado e bem acabado do livro, com uma pegada de fanzine. o livro gira na sua mão, você o aproxima da sua vista, o afasta tentando enxergar alguma coisa, vira a cabeça e faz careta. E muitos colaboradores participam da monstruosa obra, a história/capítulo “Alguns capítulos atrás”, desenhada por Marcelo D´Salete é sublime e sem dúvida uma jóia rara do quadrinho nacional. fãs de quadrinhos, especialmente, vão se deliciar com uma enxurrada de participações e aparições de ícones dos quadrinhos universais, pra mim, foi um prazer ver Diomedes, protagonista da trilogia do acidente do Mutarelli, contando mais uma piada… um capitulo em que o Monstro do Pantano, pilar da Vertigo, dá as caras em São Luis (seria o Monstro Souza um elemental do miserê?)… e os Freak Brothers tomando uma dura da truculenta policia maranhense não teve preço… referências não faltam… as influências e referências do autor no cinema, na literatura, na televisão, na musica brega, na cultura trash ajudam a criar um ambiente riquissimo onde a trama se desenrola de forma quase orgânica… o livro acompanha a trajetória do monstro propriamente dito, e durante a jornada o monstro interage com uma grande quantidade de coadjuvantes, personagens poderosissimos que cruzam o caminho da criatura… desde o cão, ao chapeiro, à puta apaixonada, ao delegado do caralho, ao viajante do tempo, às clientes, ao padre, aos seminaristas… vidas que se cruzam, que seguem seus caminhos, que sofrem, amam e fodem, e que podem ser abruptamente interrompidas numa poça de sangue e merda…!
E se tem algum conselho útil que eu posso deixar pra vocês, amigos leitores (no último paragrafo já sinto que temos muito em comum), é: cuidado! há um monstro solto na cidade, e por mais que digam que ele tem carisma suficiente pra ser o próximo sucesso do verão, não se enganem, ele é um monstro, e até o fracote do Bruce Banner, Van Helsing, e os playboys dos irmãos Winchester sabem o que tem que ser feito com os monstros… ele é um monstro e por onde ele passa deixa um rastro de morte e ervilhas…seja cauteloso, não hesite… e no mais, espero que O Monstro Souza seja um bom “programa” pra vocês…!
Carlos Tosh é um ser humano do tipo escritor. Após passar um período tentando ler a psiquê alheia, se recolheu a seus escritos e hoje escreve o que sonha e sonha o sonho dos especuladores. Sofrendo a dor de ser o homem do amanhã num corpo de hoje.
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